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Bahia pode perder MAIS de 2 MIL KM de ferrovias após empresa optar por investir 24 BILHÕES em outros estados

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 19/10/2024 às 20:04
O Piauí enfrenta a necessidade de qualificar quase 85 mil trabalhadores para a indústria até 2027, incluindo requalificação de profissionais.
O Piauí enfrenta a necessidade de qualificar quase 85 mil trabalhadores para a indústria até 2027, incluindo requalificação de profissionais.

O futuro da malha ferroviária da Bahia está em risco, e a situação parece ser ainda mais complicada do que muitos imaginam.

A concessão da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), que atravessa estados importantes como Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo, está em vias de sofrer uma grande transformação.

Com mais de R$ 24 bilhões de investimentos programados, a empresa VLI Logística pode estar prestes a abandonar um trecho vital para o estado baiano, deixando mais de 2 mil quilômetros de trilhos fora de operação.

Mas o que está por trás dessa decisão, e como isso pode afetar o futuro econômico da região?

Conforme informações divulgadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a situação da FCA será debatida em uma audiência pública em Salvador, marcada para o dia 18.

A proposta gira em torno da prorrogação do contrato da VLI por mais 30 anos, o que envolve a gestão de 7,8 mil km de ferrovias em vários estados.

No entanto, há um impasse: a empresa deseja devolver 2,1 mil km de trilhos, dos quais 291 km são da Bahia, segundo a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb).

Descontinuidade ameaça economia baiana

O contrato de concessão da FCA com a VLI expira em agosto de 2026.

No entanto, a proposta da renovação inclui a descontinuidade do trecho que liga Minas Gerais à Bahia, conhecido como corredor Minas-Bahia.

Esse corredor, essencial para o transporte de cargas no estado, já vinha sendo alvo de críticas por parte do governo baiano e entidades do setor produtivo, que há décadas denunciam o “abandono” da malha ferroviária. Agora, com a possível saída da VLI, a incerteza toma conta da economia local.

A gestão da VLI no trecho que vai de Corinto (MG) até Campo Formoso (BA) e Candeias, na Região Metropolitana de Salvador, é um ponto de grande preocupação.

Sem esse corredor, a Bahia pode enfrentar sérios problemas logísticos, prejudicando setores estratégicos como o comércio e a indústria.

Mobilização política cresce

A iminente perda de parte dessa malha ferroviária uniu baianos e mineiros em uma mobilização sem precedentes.

Deputados estaduais das Assembleias Legislativas da Bahia e Minas Gerais (Alba e ALMG) têm trabalhado juntos para tentar impedir a interrupção do trecho Minas-Bahia.

De acordo com informações da própria ANTT, existem quatro opções para o futuro dessa operação: manter a VLI à frente com um novo formato de gestão, passar a concessão para um novo operador, ou realizar um chamamento público para encontrar outra solução.

Para o lado baiano, a estratégia de pressionar o governo federal já foi posta em prática.

Um ofício foi enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo a manutenção da operação até que um novo operador seja definido, além da modernização da malha ferroviária do estado e a criação de uma Parceria Público-Privada (PPP) para o corredor Minas-Bahia.

Enquanto isso, os mineiros também estão se organizando.

Durante uma audiência pública realizada em setembro na Assembleia de Minas Gerais, prefeitos, deputados e outras lideranças locais cobraram a continuidade da operação.

O consenso é de que a decisão deve ocorrer em nível federal, com a pressão sendo exercida pelas bancadas de ambos os estados no Congresso Nacional.

O futuro da Ferrovia Centro Atlântica

A VLI, em nota, reafirmou que a operação no corredor Minas-Bahia continuará até que a ANTT defina o futuro da concessão.

Enquanto isso, a empresa apresentou quatro possíveis caminhos: manter a operação como está, com ajustes, ou realizar uma nova licitação para transferir a concessão para outro operador.

Esse processo vem sendo acompanhado de perto, e a decisão terá um impacto direto no transporte de cargas entre os estados.

A Ferrovia Centro Atlântica desempenha um papel crucial para a logística do país, conectando diversas regiões e impulsionando o crescimento econômico.

No entanto, a descontinuidade de parte dessa malha ferroviária pode representar um grande retrocesso, especialmente para a Bahia.

Com a iminente saída da VLI da operação em solo baiano, a economia regional corre o risco de ser gravemente prejudicada.

O que vem pela frente?

Com a audiência pública marcada para Salvador, a expectativa é de que o governo e a sociedade possam encontrar uma solução para garantir a continuidade da operação do corredor Minas-Bahia.

A Bahia, que já sofre com problemas logísticos, não pode se dar ao luxo de perder uma estrutura tão importante para o escoamento de sua produção.

A pergunta que fica é: será que o estado conseguirá impedir essa descontinuidade, ou a decisão bilionária da VLI terá impactos irreversíveis para a economia baiana?

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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