Azeite mineiro conquista ouro em Paris e é eleito o melhor do Brasil. Veja por que Minas virou destaque mundial.
Minas Gerais celebra novo ouro internacional para o azeite
O azeite Mantikir Grappolo, produzido em Maria da Fé, na Serra da Mantiqueira, conquistou medalha de ouro no Olio Nuovo Days, em Paris, nesta terça-feira (23).
O rótulo da Vinícola Essenza garantiu o segundo lugar no ranking do Hemisfério Sul e, além disso, foi eleito pelo segundo ano seguido o melhor azeite do Brasil durante o Festival Du Monde, promovido pelo jornal Le Monde.
O reconhecimento veio porque o terroir único da Mantiqueira, somado às pesquisas da EPAMIG e ao manejo preciso dos produtores, elevou Minas ao mapa internacional dos azeites de excelência.
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Azeite mineiro coleciona conquistas em Paris
A Vinícola Essenza brilhou em dobro no Olio Nuovo Days. Além do destaque no ranking, a empresa conquistou a Medalha Premium de Ouro com o azeite Mantikir Coratina. Essa vitória dupla consolidou ainda mais o prestígio dos produtores mineiros em um dos concursos mais respeitados do setor.
“Colocamos o olival mais alto do Brasil, a 1.900 metros de altitude, no topo do ranking internacional mais uma vez. Essa conquista mostra a força da dedicação e de uma produção que respeita o terroir da Mantiqueira”, afirmou Herbert Sales, proprietário da Essenza.
A força da pesquisa: cultivar mineira se destaca
O azeite premiado nasceu da Grappolo 541, cultivar desenvolvida pela EPAMIG e adaptada ao clima da Serra da Mantiqueira. O resultado foi um azeite frutado, com notas herbáceas e amargor equilibrado.
Reconhecida como MGS GRAP541 e registrada no Ministério da Agricultura, a variedade integra o seleto grupo de cultivares protegidas. Esse avanço consolidou Maria da Fé como referência em olivicultura.
“Criamos um clonal exclusivo, ajustado ao nosso terroir e oficialmente protegido, garantindo legitimidade ao trabalho pioneiro”, destacou Sales.
Assim, tradição e ciência se uniram, transformando a Serra da Mantiqueira em vitrine internacional de azeites de excelência.
Reconhecimento internacional e nacional
Não foi apenas Paris que aplaudiu o azeite mineiro. A mesma Grappolo recebeu o título de melhor azeite do Brasil pela Escola Superior do Azeite de Oliva da Espanha (ESAO), uma das mais importantes do mundo no setor.
Para Pedro Moura, coordenador do Programa de Pesquisa em Olivicultura da EPAMIG, o prêmio é resultado direto da união entre ciência e tradição.
“Quando um azeite é premiado, identificamos o sucesso da pesquisa, nas recomendações de plantio, na escolha das cultivares, no manejo. Ainda temos muitos desafios, mas há muito a se comemorar”, avaliou.
Festival de azeites reúne o melhor do Hemisfério Sul
O Olio Nuovo Days vai muito além de uma simples competição. O festival acontece duas vezes por ano e, de forma estratégica, premia primeiro os azeites do Hemisfério Norte e, depois, em setembro, os do Hemisfério Sul.
Com essa dinâmica, o evento coloca no mesmo palco Argentina, Austrália, Brasil, Chile, Peru, Uruguai e África do Sul. Esses países competem lado a lado, disputam o pódio e buscam reconhecimento internacional.
Nesta edição, Minas brilhou novamente em Paris. O Azeite Monasto, produzido em Maria da Fé, conquistou a cobiçada Medalha Premium de Ouro.
O rótulo impressionou os jurados porque apresentou um blend sofisticado de Arbequina, Arbosana, Koroneiki, Coratina e Picual. Dessa maneira, a região mineira reafirmou sua posição de destaque mundial ao colocar mais de um azeite entre os melhores do planeta.
Minas Gerais no mapa do azeite mundial
O sucesso repetido em Paris comprova que o azeite de Minas não é moda passageira, mas sim um produto de excelência. Graças à altitude elevada, ao clima frio e, sobretudo, à dedicação incansável dos produtores, a região molda um terroir único que alcança reconhecimento internacional.
Além disso, as premiações consecutivas e o título de melhor azeite do Brasil pelo segundo ano seguido reforçam ainda mais a força dos rótulos mineiros. Dessa forma, eles se consolidam como escolhas indispensáveis não apenas para consumidores exigentes, mas também para especialistas do setor.
Portanto, Minas exporta muito mais do que azeite. O estado exporta orgulho, inovação e credibilidade. Assim, ao transformar tradição em ciência e pesquisa em resultados, os produtores entregam um verdadeiro ouro líquido que conquista Paris e, gradualmente, expande seu prestígio pelo mundo inteiro.