A AVIC revelou uma nova fábrica de 270 mil m² destinada à produção em massa dos caças furtivos J-35 e J-50. Segundo engenheiro, a meta é fabricar caças “como celulares”.
A China deu mais um passo ousado na corrida tecnológica militar global. A Shenyang Aircraft Manufacturing Corporation, subsidiária da Aviation Industry Corporation of China (AVIC), anunciou em julho de 2025 a construção de uma gigantesca planta de produção dedicada aos caças furtivos J-35 e J-50 — modelos projetados para rivalizar com o F-35 Lightning II norte-americano.
A nova instalação, que ocupa uma área de 270 mil metros quadrados, está equipada com quatro linhas de montagem em pulso (“pulse assembly lines”), uma metodologia de produção avançada que promete elevar a eficiência e a velocidade da manufatura aeronáutica chinesa a níveis nunca vistos.
Durante o anúncio, o vice-engenheiro-chefe da AVIC, Sun Cong, afirmou que a meta é ambiciosa:
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“No futuro, fabricaremos caças como fabricamos celulares.”
A frase se tornou viral nas redes sociais chinesas e foi interpretada como um sinal de que o país pretende transformar a produção militar em larga escala, aplicando conceitos típicos da indústria eletrônica — como automação total, modularidade e ciclos de montagem em alta cadência — à aviação de combate.
Linha de produção em pulso: a revolução industrial dos céus
O termo “linha de produção em pulso” (pulse line) se refere a uma estratégia de montagem semelhante às utilizadas em fábricas de automóveis e eletrônicos. Em vez de mover as aeronaves manualmente entre diferentes setores, todas as unidades avançam simultaneamente entre estações de montagem em intervalos regulares, chamados de “pulsos”.
Essa técnica reduz gargalos logísticos, melhora a precisão na integração de componentes e permite um controle de qualidade padronizado em tempo real.
Fontes próximas à indústria, citadas por portais como Aerospace China e Global Times, afirmam que a planta foi desenhada para suportar produção anual estimada em até 100 caças J-35, embora a AVIC ainda não tenha confirmado oficialmente esse número. Se o ritmo for alcançado, a China se tornará o país com a maior capacidade de fabricação de caças furtivos do planeta.
O J-35: o caça naval que desafia o F-35
O J-35, também conhecido como FC-31 Gyrfalcon, é um caça furtivo de quinta geração desenvolvido para operações tanto em bases terrestres quanto em porta-aviões chineses, como o Fujian (CV-18).
Equipado com motores WS-19 de empuxo vetorado e radar AESA, o J-35 representa a evolução direta do protótipo FC-31 apresentado pela Shenyang em 2012. As imagens mais recentes, divulgadas em setembro de 2025, mostram o caça realizando operações de pouso e decolagem a bordo do porta-aviões Fujian, o mais avançado da frota chinesa.
Segundo analistas militares, a intenção da AVIC é produzir o J-35 em larga escala para substituir gradualmente caças mais antigos, como o J-15, e consolidar a presença aérea da China no Indo-Pacífico.
O J-50: o novo caça misterioso da China
Além do J-35, a fábrica da AVIC deve produzir o J-50, também conhecido como J-XDS, um projeto ainda envolto em sigilo. O modelo, que tem sido flagrado em testes de voo, apresenta uma configuração sem cauda e com asa lambda, semelhante ao conceito do norte-americano Next Generation Air Dominance (NGAD).
Embora a AVIC não tenha confirmado especificações, fontes extraoficiais sugerem que o J-50 será um caça de sexta geração, com inteligência artificial embarcada, capacidade de operar em rede com drones leais (loyal wingmen) e sistemas de propulsão adaptativa.
O programa está sendo descrito como o próximo salto tecnológico da China rumo à supremacia aérea automatizada — um conceito que visa combinar aeronaves tripuladas e não tripuladas sob comando humano supervisionado por IA.
Da oficina artesanal à produção automatizada
A nova fábrica da AVIC representa uma mudança de paradigma. Até poucos anos atrás, a produção de caças chineses ainda seguia um modelo semiartesanal, com equipes trabalhando manualmente na integração de fuselagens e componentes.
Agora, com linhas robotizadas, sensores de precisão e controle digital integrado, a AVIC busca reduzir drasticamente os custos e aumentar a cadência de entrega. Essa transformação coloca a China em rota direta de colisão tecnológica com os Estados Unidos, cujo complexo militar-industrial, liderado pela Lockheed Martin, ainda domina o setor.
Segundo o engenheiro Sun Cong, a meta é aplicar o modelo de eficiência e escala típico das empresas de smartphones:
“Se conseguimos montar 100 milhões de celulares por ano, podemos fabricar centenas de caças de forma automatizada e com controle de qualidade absoluto.”
Especialistas apontam que o modelo chinês combina verticalização produtiva (controle total das cadeias de suprimento) e integração digital completa — uma abordagem que reduz a dependência de fornecedores externos e fortalece a autossuficiência militar do país.
Um movimento estratégico na corrida global por superioridade aérea
O anúncio ocorre num momento de crescente tensão geopolítica. A China, que já possui o J-20 Mighty Dragon em operação desde 2017, agora mira um modelo de caça embarcado furtivo para enfrentar a marinha norte-americana.
Enquanto isso, os Estados Unidos desenvolvem o NGAD, e a Europa avança no projeto FCAS (Future Combat Air System) — um programa conjunto entre França, Alemanha e Espanha.
A decisão da AVIC de investir em produção em massa e automação total indica que Pequim não quer apenas competir em tecnologia, mas também dominar em volume, o que pode alterar o equilíbrio estratégico no Pacífico.
O futuro da aviação militar chinesa
Com o J-35 já operando em porta-aviões e o J-50 em estágio avançado de desenvolvimento, a AVIC se consolida como o epicentro da aviação militar chinesa.
A nova planta em Shenyang, com capacidade modular e escalável, reforça a ambição do país de atingir independência total em defesa e aeronáutica de ponta até 2035.
Para a China, fabricar caças “como celulares” não é apenas uma metáfora industrial. É a materialização de uma nova era em que a supremacia tecnológica se torna produto de linha de montagem — veloz, precisa e estrategicamente planejada.