Avanço nuclear da China levou EUA a missão desastrosa silenciada por 40 anos. O avanço nuclear da China obrigou os EUA e a Índia a criarem uma missão secreta no Himalaia, cujo fracasso ficou encoberto por quatro décadas.
O avanço nuclear da China nos anos 1960 gerou pânico em Washington e Nova Délhi. Temendo perder espaço na corrida atômica, os dois países lançaram uma operação inédita de espionagem nas montanhas do Himalaia. O plano envolvia instalar um gerador nuclear no Nanda Devi, um dos picos mais sagrados e altos da Índia, para monitorar os testes chineses.
Segundo revelou o portal Xataka, o desastre foi tão grande que os EUA optaram por manter a missão em segredo por 40 anos. O gerador, carregado de plutônio-239, nunca foi recuperado e até hoje pode estar enterrado no gelo da região, contaminando o meio ambiente e alimentando teorias sobre espionagem fracassada.
Como começou o plano secreto
O avanço nuclear da China começou em 1964, com seu primeiro teste em Lop Nur. O impacto foi imediato: os EUA concluíram que estavam ficando para trás, enquanto a Índia, derrotada militarmente dois anos antes, buscava reforçar sua posição estratégica. Daí surgiu a aliança secreta entre CIA e inteligência indiana.
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Sem satélites espiões avançados, a solução parecia absurda: instalar uma estação nuclear em uma montanha sagrada para observar os chineses a centenas de quilômetros. Mesmo com alto risco, a missão foi aprovada em 1965.
Quem participou da missão
A CIA recrutou médicos, cientistas e alpinistas de elite. Entre eles, Robert Schaller, estudante de medicina de Seattle, e o capitão Mohan Singh Kohli, famoso montanhista indiano. O treinamento incluiu saltos de helicóptero, manuseio de explosivos e até escaladas no Alasca carregando protótipos nucleares.
O dispositivo escolhido era um gerador SNAP-19C, alimentado por plutônio. A ideia era que ele funcionasse por mil anos, garantindo vigilância contínua sobre o avanço nuclear da China.
O desastre em Nanda Devi
Em 1965, a equipe chegou ao santuário de Nanda Devi. Porém, uma nevasca obrigou a retirada às pressas. O gerador nuclear, extremamente pesado, foi deixado preso a rochas para ser recuperado na primavera. Quando a equipe voltou meses depois, o equipamento havia desaparecido.
Avalanches podem ter soterrado o material radioativo sob o gelo. A partir daí, os EUA e a Índia mantiveram silêncio absoluto, com buscas frustradas por anos. A CIA chegou a tentar instalar outro sistema em uma montanha vizinha, mas também sem sucesso.
O risco ambiental
Até hoje, o avanço nuclear da China carrega o fantasma da missão perdida. Pesquisadores encontraram sinais de plutônio no rio Ganges, alimentando a suspeita de que o gerador abandonado esteja contaminando as águas que abastecem milhões de pessoas.
O livro Spies in the Himalayas (2005), do capitão Kohli, quebrou o silêncio e confirmou a existência da missão. Desde então, a operação é lembrada como um dos maiores fracassos da espionagem americana na Guerra Fria.
O que essa história revela
O episódio mostra até onde as potências estavam dispostas a ir diante do avanço nuclear da China. A corrida pela supremacia atômica levou EUA e Índia a arriscar vidas humanas, profanar montanhas sagradas e deixar um legado radioativo incerto no Himalaia.
Para muitos especialistas, a missão simboliza o desespero estratégico do Ocidente e a resiliência chinesa em seu caminho para se tornar uma potência nuclear.
O avanço nuclear da China mudou o equilíbrio global e expôs a vulnerabilidade americana em plena Guerra Fria. O fracasso no Himalaia, escondido por quatro décadas, segue como alerta de que até as maiores potências podem falhar diante de escolhas arriscadas.
Você acredita que a espionagem valeu o risco ambiental e cultural em Nanda Devi? Ou o desastre mostra que o medo do avanço nuclear da China levou os EUA longe demais? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir sua visão sobre esse episódio histórico.