‘O controle da indústria solar pela China provavelmente aumentará a diferença de custos nos próximos anos.’
A Wood Mackenzie prevê que a China será responsável por mais de 80% da capacidade global de fabricação de polissilício, wafer, células e módulos fotovoltaicos nos próximos anos, mesmo diante dos esforços de outros países, como Estados Unidos, Índia e União Europeia, para promover suas indústrias locais. Essa liderança consolidada da China no setor de energia solar terá impacto significativo no mercado internacional.
Expansão da China na cadeia de suprimentos de energia solar
Segundo um relatório recente, a crescente influência da China na cadeia de suprimentos global de energia solar pode resultar em um aumento da diferença em termos de tecnologia e custos. No ano de 2023, o país asiático fez investimentos superiores a US$130 bilhões na indústria fotovoltaica. Estima-se que mais de um terawatt (TW) de capacidade de wafer, célula e módulo entre em operação até 2024. Com essa expansão, a capacidade solar da China poderia ser suficiente para atender à demanda global anual até 2032, de acordo com cálculos da Woodmac.
A expansão da fabricação solar da China tem sido impulsionada não só por margens elevadas para o polissilício, mas também por atualizações tecnológicas e pelo desenvolvimento de fabricação local em mercados estrangeiros, de acordo com a avaliação de Huaiyan Sun, consultor sênior da Woodmac e autor do relatório. Isso significa que a China continuará dominando a cadeia de suprimentos global de energia solar e aumentando a lacuna tecnológica e de custos em relação aos concorrentes.
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O Brasil já se destaca como o segundo maior importador de painéis solares fabricados na China. Esse crescimento está relacionado ao gap de custos e à falta de incentivo à indústria local de energia solar.
Outros mercados, como os Estados Unidos e a Índia, estão investindo na fabricação local de sistemas de geração solar, impulsionados por políticas públicas de incentivo à indústria. Os EUA, por exemplo, anunciaram mais de 200 GW de capacidade planejada desde 2022, motivados pela Lei de Redução da Inflação (IRA). Enquanto a Índia lançou o Incentivo de Produção Vinculada (PLI) para fomentar projetos de energia solar no país.
De acordo com o relatório, os países mencionados enfrentam desafios para alcançar competitividade em termos de custos em comparação com a produção chinesa de módulos solares. A consultoria ressalta que, apesar dos esforços de expansão da capacidade de produção, os mercados estrangeiros ainda não conseguiram reduzir sua dependência da China para o fornecimento de wafers e células nos próximos três anos. O relatório também aponta que um módulo fabricado na China é 50% mais barato do que o produzido na Europa e 65% mais barato do que nos Estados Unidos.
Fabricação de células do tipo N e a expansão da capacidade de produção de módulos solares
A China busca aumentar significativamente a capacidade de produção de células do tipo N, conhecidas por serem mais eficientes do que as do tipo P. O objetivo é construir mais de 1 TW de capacidade, o que representa 17 vezes o planejado pelo resto do mundo. Em paralelo, a Índia também planeja expandir sua produção, visando ultrapassar o Sudeste Asiático como a segunda maior região de produção de módulos solares até 2025, impulsionada pelos incentivos do PLI. No entanto, as barreiras comerciais estão atrasando o impacto da lei de energia limpa dos EUA.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), a capacidade global de produção de equipamentos fotovoltaicos tem previsão de mais do que dobrar até 2024, com mais de 90% dessa capacidade concentrada na China. A IEA também constatou um aumento de mais de 120% no anúncio de novos projetos de fabricação de energia solar fotovoltaica entre novembro de 2022 e maio de 2023, com os EUA e a Índia se destacando como regiões com potencial de criar cadeias de suprimentos fotovoltaicas com capacidade superior a 20 GW cada uma.
Segundo a agência especializada, a indústria está sofrendo com um excesso de oferta no mercado de células solares do tipo P e M6. Isso fez com que alguns planos de expansão fossem cancelados, uma vez que a demanda por esses produtos está diminuindo. As linhas de produção antigas que fabricam esses tipos de células, conhecidas por terem uma eficiência inferior, estão no centro das preocupações. Estima-se que a demanda por células do tipo P vá representar apenas 17% do suprimento até 2026, o que evidencia a mudança de cenário nesse mercado.
O aumento significativo da oferta de energia na China nos últimos três meses resultou no cancelamento ou suspensão de mais de 70 GW de capacidade, ameaçando os planos de expansão atuais. O excesso de oferta está afetando negativamente o setor de energia renovável e gerando consequências para os investimentos em projetos de geração solar na América Latina.
China lidera o mercado de carvão
A China está investindo em novas usinas a carvão para suprir a demanda de energia do país. Enquanto isso, a indústria de combustíveis fósseis está enfrentando desafios, com a Fitch Ratings alertando que os produtores precisam se adaptar a um futuro com baixas emissões de carbono para evitar um rebaixamento de crédito. Empresas de petróleo e gás são as mais vulneráveis, de acordo com a agência.
O líder do Partido Socialista em Portugal, António Costa, renunciou ao cargo de primeiro-ministro em 7 de novembro, em meio a investigações sobre suspeitas de exploração irregular de lítio e produção de hidrogênio verde durante seu governo. Costa foi alvo de uma operação de busca e apreensão do Ministério Público português em sua residência, embora ele negue qualquer envolvimento em irregularidades.
Segundo um estudo da FGV divulgado nesta quarta-feira (8), cada R$1 bilhão investido na energia nuclear no Brasil gera um aumento de R$ 3,1 bilhões na produção nacional. Desse acréscimo, 68% é concentrado no estado do Rio de Janeiro. O impacto no Produto Interno Bruto (PIB) chega a R$ 2 bilhões, sendo que 80% desse efeito é observado no RJ.
De acordo com o Climatempo, os próximos dias podem registrar uma onda de calor ainda mais intensa em boa parte do país, com temperaturas subindo consideravelmente. A organização alerta para a possibilidade de máximas na casa dos 40ºC, indicando um aumento na intensidade das ondas de calor para o mês de novembro.
Ocorrência do fenômeno El Niño em 2023 e suas consequências
De acordo com a agência da ONU, o El Niño se desenvolveu de forma rápida no ano de 2023 e pode atingir seu ápice no primeiro semestre do próximo ano. A Organização Meteorológica Mundial alerta que eventos climáticos extremos, tais como ondas de calor, secas, incêndios florestais e enchentes, serão mais frequentes em algumas regiões e poderão resultar em impactos mais significativos.
Fonte: Agência EPBR