Na Europa, alguns segmentos do setor de construção naval são fortemente dependentes da China. Europeus também temem os preços mais baixos que os chineses cobram
A China colhe os frutos de investimentos bilionários em técnologia e na industria nas últimas décadas. Hoje, o país asiático tem uma enorme participação no mercado marítimo global. Sabendo disso, a Associação Alemã de Construção Naval e Indústrias Oceânicas (VSM), emitiu um comunicado alertando o governo alemão e demais governos europeus sobre forte a dependência da China.
As críticas da Associação sobre a China vem de longa data.
Não é de hoje que a associação alerta sobre os preços que a China cobra nos seus estaleiros, ganhando uma vantagem enorme no mercado em relação aos seus concorrentes. A VSM também destacou que o cenário marítimo da Europa está dependente da mesma forma que a Europa depende do gás da Rússia.
A associação fez uma previsão nada animadora para os próximos 10 anos na Europa. Segundo ela, caso não ocorra uma grande mudança no cenário da construção naval no continente, os países europeus perderão a capacidade de construir navios mercantes em qualquer escala. Caso isso aconteça, a vantagem dos chineses será ainda maior.
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China oferece preços mais vantajosos
Mesmo com uma demanda recorde que está sendo observada em alguns segmentos do mercado de construção naval, a China está conseguindo oferecer preços até 30% mais baixos dos que eram cobrados há 15 anos. Nesse período, o salário médio do chinês aumentou em 400%.
A demanda global por novos navios dobrou, porém, os pedidos de novos navios feitos na Europa tiveram uma queda de 20%. Atualmente, empresas de construção naval da Europa são fortemente dependentes da China.
Importância da China na construção naval global
A China é o maior construtor de grandes embarcações oceânicas do mundo. O seu principal estaleiro é o China State Shipbuilding Corporation (CSSC), que controla cerca de 21% do mercado global de construção naval.
Conforme reportagem da Al Jazeera, a China ganhou essa importância no mercado global após Pequim fundir os seus estaleiros comerciais e militares. Dessa forma, a República Popular passou a ser um grande rival da Coreia do Sul e do Japão, outros dois gigantes do setor.
Segundo dados do CSIS, entre 2019 e 2021, os quatro estaleiros controlados pelo CSSC receberam pedidos de pelo menos 211 navios comerciais, com empresas estrangeiras fazendo 64% dos pedidos. A China produz 96% de todos os contêineres e 80% de todos os guindastes.