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Preço do etanol dispara nas bombas com o consumo crescendo e usinas tirando mais açúcar; quem paga a conta é o consumidor

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 12/05/2021 às 11:01
Atualizado em 13/05/2021 às 12:42
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Frentista em posto de combustível Petrobras / Fonte: Reprodução – Google

Preço do etanol nas bombas pode sofrer nova disparada com escassez de açúcar e aumento do álcool anidro; quem vai “pagar a conta” são os brasileiros

O preço do etanol hidratado iniciou a semana com preços bem robustos nas distribuidoras. Isso se deve à forte expansão de 10,05% nas unidades produtoras na semana anterior. Além disso, de acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), por conta da quebra nas safras da cana-de-açúcar, a produção vai diminuir, o que significa preços mais altos para o açúcar e para o etanol, que pode ficar ainda mais caro nas bombas nas próximas semanas.

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Outro fator não menos importante é que prevaleceu a maior produção de açúcar pelas indústrias do Centro-Sul, enquanto nem todas as unidades estão operando a plena capacidade, e mesmo algumas nem abriram a safra 21/22.

Portanto, com menos oferta, a competitividade entre o etanol e a gasolina fica mais sólida, uma média de R$ 1,80 a R$ 1,90 de diferença dos preços nas bombas.

Outro ponto a considerar é que as distribuidoras também se anteciparam, nas compras, à reação do petróleo, que passou dos US$ 68 o barril em Londres, e à possível alta que a gasolina poderá sofrer.

Escassez de açúcar pode aumentar ainda mais o preço do etanol nas bombas e quem paga a conta é o consumidor

A seca e o baixo período de chuvas em 2021 foram alguns dos principais fatores que impactaram na queda da produção da cana-de-açúcar e que podem influenciar diretamente na disparada do preço do etanol nas bombas.

O presidente do Sindicato dos Combustíveis do Distrito Federal, Paulo Tavares, explica que “as estimativas variam entre 590 e 530 milhões de toneladas de cana, com queda de 15 a 75 milhões de toneladas de cana se comparadas com a safra anterior”.

Segundo Tavares, outro fator importante que contribui para o aumento no preço do etanol é que as revendedoras aumentaram a gasolina em 0,10 centavos, em razão do aumento do etanol anidro, que fecha em R$ 3,37 desde o último reajuste, realizado na sexta-feira (7).

E claro que o aumento do preço nas bombas vai cair no colo do consumidor. “O etanol anidro compõe a gasolina em 27%, ou seja, 1/3 da gasolina comum é etanol anidro. Se este sobe de preço, a gasolina sobe na proporção que ele representa. Hoje, já recebemos gasolina mais cara pelo efeito do etanol anidro”, revela.

A redução na produção de açúcar será mais forte do que na do etanol e, segundo a Unica, a partir da segunda quinzena de junho, a situação pode voltar à normalidade. “O incremento na oferta deve acontecer de uma forma mais significativa a partir do mês de junho, deixando o etanol mais competitivo novamente”, informa por meio de nota.

Preço da gasolina pode disparar e etanol entrar em falta por causa da escassez de álcool anidro; desabastecimento vai impactar ainda mais o bolso dos brasileiros

Isenção dos impostos PIS e Cofins para combustíveis chegou ao fim na semana passada e os empresários do ramo não ficaram nem um pouco satisteitos. Na época, a medida foi criada para conter as disparadas do preço da gasolina e do diesel aplicadas pela petroleira Petrobras. Agora, surge uma nova preocupação para os empresários: a escassez do álcool anidro. A falta do insumo pode disparar o preço dos combustíveis e causar desabastecimento de etanol nos postos, e no final vai sobrar para o bolso dos brasileiros.

O diretor executivo da Associação Brasileira de Revendedores de Combustíveis Independentes e Livres, Rodrigo Zingales, afirma que a escassez do anidro pode ser um reflexo da atuação do mercado, baseada nos interesses das usinas. “Uma usina de açúcar e álcool está capacitada para produzir açúcar, etanol hidratado e, eventualmente, o etanol anidro. O que acontece é: se o preço do açúcar internacional está alto, a usina vai preferir produzir açúcar ao invés de etanol”, analisa.

Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira pós-graduada, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas da indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal.

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