Com mais de 38 milhões de cabeças abatidas em 2024, o Brasil se mantém entre os maiores produtores de carne do mundo graças à força genética e adaptativa de suas principais raças de gado de corte
No Brasil, país com um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, a diversidade de raças de gado de corte é um dos pilares da produtividade no campo. Espalhadas por todas as regiões, essas raças foram selecionadas por sua adaptabilidade ao clima tropical e eficiência na conversão de pasto em carne de qualidade, consolidando a criação de gado como parte estratégica do agronegócio nacional.
Predominância tropical: Nelore lidera a produção bovina no Brasil
A raça Nelore, originária da Índia e adaptada ao Brasil desde o século XVIII, é hoje a mais prevalente no país, representando mais de 80% do rebanho, segundo dados da revista EXAME. Sua resistência ao calor, rusticidade e capacidade reprodutiva explicam sua ampla aceitação nas fazendas de gado de corte em todo o território nacional.
Essas características tornam o Nelore essencial para a pecuária extensiva, em especial no Centro-Oeste e Norte, onde o manejo depende de grandes pastagens e pouca intervenção humana. Além disso, sua carne, magra e de sabor marcante, é bem aceita no mercado interno e em países importadores.
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Graças à sua versatilidade genética, o Nelore também é amplamente utilizado em programas de cruzamento, contribuindo para o melhoramento de outras raças e elevando o padrão da produção pecuária brasileira.
Angus e Brahman: genética britânica e força zebuína em sintonia com o campo
Outra raça de destaque é o Angus, de origem escocesa. Introduzido no Brasil no século XX, o Angus se popularizou especialmente no Sul e Sudeste. Sua principal vantagem é a qualidade da carne, com alto nível de marmoreio, maciez e suculência, características muito valorizadas em cortes premium e na exportação.
O Angus se adaptou bem aos climas temperados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, mas também vem sendo incorporado em sistemas de cruzamento industrial em estados como São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, ampliando sua presença no agronegócio brasileiro.
Já o Brahman, originário dos Estados Unidos e descendente de zebus indianos, se destaca pela resistência a ambientes tropicais extremos. No Brasil desde a década de 1930, é muito comum nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, onde suporta bem o calor e os parasitas, atributos valorizados por criadores que buscam produtividade com baixo custo sanitário.
Raças adaptativas ganham espaço com o avanço do clima tropical
Entre as raças em ascensão nas fazendas brasileiras, destaca-se o Senepol, desenvolvido no Caribe a partir de cruzamentos entre bovinos africanos e europeus. Trazido ao Brasil nas décadas finais do século XX, o Senepol ganhou espaço em estados como Goiás, Bahia, Minas Gerais e Distrito Federal.
Sua resistência ao calor, facilidade de parto e boa conversão alimentar o tornaram uma opção promissora para a produção de carne em sistemas semi-intensivos e extensivos. Além disso, a carne do Senepol é reconhecida por sua maciez e sabor, o que aumenta sua aceitação no mercado gourmet.
Outra raça adaptada a ambientes áridos é o Sindi, oriundo do Paquistão e presente no Brasil desde a década de 1950. Utilizado principalmente no semiárido nordestino, o Sindi se mostra eficaz na reprodução, longevidade e sobrevivência em áreas com escassez de água e alimentação.
Raças de gado de corte impulsionam o Brasil à liderança global na pecuária
A diversidade genética das raças de gado no Brasil é um fator-chave para a sustentabilidade da produção pecuária em diferentes biomas, como Cerrado, Caatinga e Amazônia. Essa pluralidade permite o uso de estratégias específicas para cada ambiente, maximizando o desempenho e a qualidade dos rebanhos.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que, em 2024, o país abateu cerca de 38 milhões de cabeças de gado. Esse volume confirma a posição de destaque do Brasil como um dos principais exportadores de carne bovina do mundo.
O uso estratégico das raças Nelore, Angus, Brahman, Senepol e Sindi exemplifica o comprometimento dos produtores rurais com a eficiência, a genética e a resiliência frente aos desafios ambientais e de mercado.
Acho que faltou TABAPUÃ, GUZERÁ E SIMBRASIL!
Acho faltou incluir o Tabapuã.
Não concordo com as cinco raças . A raça nelore é disparadamente sozinha na produção de carne , se tanto que entre todas as raças do Brasil , ela representa 80 % do rebanho. Sobra 20% para as outras raças de corte e para as de leite também . O Anguns , praticamente tem que ir junto com o nelore através do cruzamento . Angus sem nelore muito poucos. Senepol foi o uma onda de fumaça que já está sumindo , Sindi muito pequeno . E Brahman não tem a rusticidade e nem a precocidade do nelore , motivo pelo qual a maioria dos criadores descartam essa raça , apesar de seu elevado peso e ganho de peso diário e excelente rendimento de carcaça . Enfim , se somarmos as boas qualidades das quatro raças contra o nelore , o nelore supera muito as quatro juntas . A maioria dos angus que eu conheço , não tem cerca que segura.
Então se 80% do rebanho brasileiro ébnelore , isso considerando entre **** de corte e leite , então estimo que 90 % da carne que o Brasil exporta seja de nelore
Concordo com você. Esses dados que foram passados teriam que ser baseado em dados da ASBIA (associação de inseminação artificial) lá sim ter a informações consistentes cl. Relação à compra de sêmen bovino e com isso relacionar as raças que mais foram usadas para produção de carne. Pra mim essa reportagem foi feita escolhendo aleatoriamente as raças. Nelore com certeza lidera de longe os abates no Brasil.