Kioxia lança o SSD de 245 TB no Japão, o maior do mundo, voltado para data centers e IA. Com PCIe 5.0, NVMe 2.0 e segurança avançada, o LC9 redefine os limites do armazenamento moderno.
O mercado de armazenamento acaba de testemunhar um salto histórico. A japonesa Kioxia anunciou o lançamento do SSD de maior capacidade do mundo: um impressionante dispositivo de 245 terabytes, batizado de LC9. Essa inovação, voltada a data centers, nuvens corporativas e aplicações de inteligência artificial, marca um novo patamar para a tecnologia flash. Mais do que apenas números, o LC9 redefine o que é possível em termos de eficiência, densidade e segurança no armazenamento de dados em larga escala.
A notícia chega em um momento de forte crescimento na demanda por infraestrutura digital. Com a explosão do uso de inteligência artificial, aprendizado de máquina e big data, os data centers enfrentam o desafio de armazenar e acessar volumes colossais de informações com rapidez e confiabilidade. É nesse contexto que um SSD de 245 TB passa a ser não apenas um feito técnico, mas uma resposta concreta às necessidades de empresas e governos que dependem da computação em nuvem e da análise massiva de dados.
SSD de 245 TB quebra recordes com tecnologia japonesa de ponta
O LC9 é resultado direto da expertise da Kioxia, antiga Toshiba Memory, que consolidou seu nome como referência em inovação em armazenamento. Para alcançar essa capacidade extraordinária, a empresa utilizou a tecnologia BiCS FLASH 3D, que empilha células de memória verticalmente.
-
Novo relógio atômico é tão exato que pode mudar a forma como o mundo conta o tempo
-
Carregar o celular na cama pode custar caro: risco de incêndio aumenta com lençóis, cobertores e colchões inflamáveis
-
Tomada solar de janela! Oferece até 10 horas de eletricidade gratuita!
-
JOVI Y29s 5G: conheça a ficha técnica do novo celular robusto com bateria gigante e resistência militar
Foram encapsulados 32 chips de memória NAND em um único pacote, técnica que exige controle térmico e de integridade extremamente avançado. Com isso, o SSD quebra o recorde de densidade por unidade física.
Além disso, o modelo adota os padrões mais modernos do setor: interface PCIe 5.0 e protocolo NVMe 2.0, que garantem velocidades de leitura sequencial de até 12 GB/s e de gravação de até 3 GB/s. Já em tarefas de acesso aleatório, que simulam o uso real em servidores, o LC9 entrega 1,3 milhão de IOPS em leitura e 50 mil IOPS em gravação.
Ainda que não seja o campeão absoluto em desempenho bruto, o foco está na capacidade massiva com latência reduzida e eficiência energética.
Nova tecnologia de armazenamento promete eficiência e segurança em data centers
Além da capacidade e velocidade, o SSD de 245 terabytes foi projetado com ênfase em segurança e confiabilidade — fatores essenciais para uso corporativo. A Kioxia integrou tecnologias como correção de erros em nível de chip, gerenciamento por paridade e proteção contra queda súbita de energia. Isso garante que, mesmo em falhas inesperadas, os dados permaneçam íntegros.
Outro destaque são os recursos de segurança avançada: o LC9 suporta assinatura de firmware em conformidade com os padrões CNSA 2.0 (Commercial National Security Algorithm Suite), além de criptografia AES-256.
A empresa também destaca que o produto já considera os desafios da segurança pós-quântica, com algoritmos prontos para resistir a ataques realizados por computadores quânticos.
SSD recorde deve revolucionar ambientes com alta densidade de dados
A Kioxia deixa claro que este SSD de 245 TB não é voltado ao consumidor comum. Ele foi concebido para atender a data centers de grande porte, empresas de computação em nuvem e setores que trabalham com IA, como biotecnologia, serviços financeiros e análise de imagens. Nesses cenários, a possibilidade de armazenar petabytes de dados em menos racks traz ganhos substanciais em eficiência energética, espaço físico e redução de custos operacionais.
O LC9 estará disponível em três formatos industriais: U.2 de 2,5 polegadas (com capacidade máxima de 122,88 TB), E3.S (também até 122,88 TB) e E3.L (que atinge os 245,76 TB). Esses padrões são compatíveis com servidores modernos e refletem o avanço da arquitetura OCP (Open Compute Project), adotada por grandes empresas como Meta, Microsoft e Amazon.
Japão lidera avanço tecnológico e pressiona rivais como Samsung e Micron
O lançamento do LC9 posiciona o Japão novamente na vanguarda da tecnologia de armazenamento. A Kioxia, como herdeira direta da Toshiba, que inventou a memória flash NAND em 1987, reforça seu legado ao criar um SSD que ultrapassa os limites anteriormente estabelecidos por gigantes como Samsung, Western Digital e Micron.
Esses concorrentes, por sua vez, também estão intensificando investimentos em tecnologias NAND de alta camada (com mais de 200 camadas por célula), novas interfaces como CXL (Compute Express Link) e soluções de armazenamento computacional. No entanto, até o momento, nenhum anunciou um produto com densidade similar ao LC9.
Aplicações práticas: da IA à sustentabilidade em nuvem
A importância de um SSD com essas características vai além dos números. A capacidade de concentrar 245 TB em um único drive reduz a necessidade de múltiplos dispositivos menores, o que implica em menor consumo de energia, menor geração de calor e menos componentes físicos — fatores essenciais para a sustentabilidade dos data centers. E
ssa característica é especialmente relevante para empresas que adotam metas de ESG (ambiental, social e governança) e buscam reduzir sua pegada de carbono.
Em termos de IA, o LC9 atende perfeitamente aos fluxos de trabalho de treinamento de modelos de linguagem, reconhecimento de imagem e processamento de grandes bancos de dados.
Ambientes com cargas intensivas, como os utilizados por empresas de vigilância, diagnóstico médico por imagem e simulações científicas, podem se beneficiar diretamente dessa nova tecnologia.
Disponibilidade e próximos passos no mercado global
A Kioxia ainda não divulgou o preço dos modelos LC9, o que é comum em produtos destinados a integração em soluções corporativas de larga escala.
Sabe-se, no entanto, que as primeiras unidades já estão sendo testadas por parceiros selecionados e que a linha será oficialmente apresentada durante a conferência Future of Memory and Storage, marcada para agosto de 2025.
Analistas do setor avaliam que o LC9 pode inaugurar uma nova fase na arquitetura de armazenamento, em que a densidade e a eficiência energética se tornam tão relevantes quanto a velocidade bruta. Além disso, a presença de algoritmos preparados para a era da computação quântica antecipa tendências futuras, indicando que a Kioxia está mirando um mercado que exige inovação constante e resiliência de longo prazo.