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Argentina pode ter jornada de 12 horas por dia com reforma de Milei; descubra quais países lideram em horas trabalhadas

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 04/11/2025 às 23:59
Trabalhador argentino exausto em escritório durante jornada prolongada, simbolizando a proposta de 12 horas diárias anunciada por Javier Milei em 2025.
A imagem representa o impacto da proposta de Javier Milei de ampliar a jornada de trabalho para 12 horas diárias, destacando o esforço dos trabalhadores argentinos.
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Presidente argentino planeja ampliar carga horária enquanto México, Costa Rica e Chile continuam no topo do ranking da OCDE de países que mais trabalham

Uma proposta de impacto global está em discussão na Argentina e promete transformar a dinâmica laboral na América Latina.

Em outubro de 2025, o presidente Javier Milei confirmou a intenção de reformar profundamente as leis trabalhistas, permitindo jornadas de até 12 horas diárias. O governo afirma que a medida busca aumentar a competitividade e estimular a formalização. Atualmente, cerca de 40% da força de trabalho argentina atua na informalidade, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC).

A proposta, entretanto, desperta atenção internacional. Dados recentes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que a América Latina já concentra alguns dos países com as maiores cargas horárias do mundo.

Os países com as maiores cargas horárias do planeta

De acordo com o relatório da OCDE de 2023, o México lidera o ranking global, com 2.206 horas anuais trabalhadas por pessoa. O número equivale a 276 dias de oito horas. O país permite jornadas de até 48 horas semanais, com um dia de descanso, embora muitos ultrapassem esse limite para complementar a renda.

Em seguida vem a Costa Rica, com 2.171 horas anuais, e o Chile, com 1.953 horas. Desde 2018, o Congresso costarriquenho debate a adoção do modelo 4×3, que prevê quatro dias de trabalho e três de descanso. Já o Chile iniciou, em abril de 2024, a aplicação gradual da Lei das 40 Horas, que reduzirá a jornada semanal de 45 para 40 horas até 2028, sem cortes salariais.

A diferença entre o país que mais trabalha e o que menos trabalha chega a 864 horas por ano. Isso equivale a 108 dias de jornada completa, segundo a OCDE, e revela contrastes sociais e econômicos profundos entre as nações.

Outros países com jornadas extensas

Na Grécia, a média anual alcança 1.897 horas, resultado de uma lei aprovada em 2023 que autoriza semanas de seis dias e 48 horas semanais em setores específicos. Em Israel, a média é de 1.880 horas, enquanto a Coreia do Sul mantém 1.872 horas anuais, mesmo após protestos contra a flexibilização que permite jornadas de até 21 horas por dia, desde que o limite semanal não ultrapasse 52 horas.

Nos Estados Unidos, a ausência de uma lei federal que limite a jornada resulta em 1.832 horas anuais. A rotina é marcada por altos índices de estresse e doenças relacionadas à fadiga. Já a Turquia, com 1.811 horas, completa o grupo das dez nações mais trabalhadoras da OCDE.

Brasil fica abaixo da média global

O Brasil não foi incluído no relatório 2023, mas a Organização Internacional do Trabalho (OIT) informou, em 2024, que 11% dos trabalhadores brasileiros ultrapassam 48 horas semanais, abaixo da média global de 17,7%. A média nacional é de 39 horas semanais, acima da dos Estados Unidos e do Reino Unido, porém abaixo da de Índia e México.

Mesmo assim, o país enfrenta baixo rendimento e alta informalidade. Segundo a OCDE, em 2015, 6% dos brasileiros trabalhavam mais de 50 horas por semana, e o tempo livre semanal médio era de 14,6 horas. Isso evidencia um desequilíbrio entre vida profissional e pessoal.

Impactos e questionamentos sobre o modelo argentino

Com a reforma, Milei pretende redefinir a estrutura do mercado de trabalho argentino. Especialistas, contudo, alertam que a ampliação da jornada pode intensificar problemas de produtividade, saúde e bem-estar. Enquanto várias nações reduzem o tempo de trabalho sem perda salarial, a Argentina segue em direção oposta, apostando em mais horas como solução para o crescimento econômico.

Diante disso, surge uma questão inevitável: trabalhar mais significa realmente produzir mais — ou apenas viver menos?

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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