Mark Zuckerberg voltou a provocar a Apple ao apresentar sua visão para o futuro da tecnologia pessoal. Em um manifesto recente, o CEO da Meta defendeu que a inteligência artificial avançada abrirá espaço para dispositivos totalmente novos, capazes de substituir os smartphones como principal forma de interação digital.
Mark Zuckerberg, CEO da Meta, voltou a desafiar abertamente o domínio da Apple no mercado de dispositivos pessoais.
Em um manifesto divulgado na mesma semana em que os lucros da Meta e de outras gigantes de tecnologia ganharam destaque, o executivo reforçou sua visão de que o mundo caminha para uma era pós-smartphone.
Para ele, a inteligência artificial avançada abrirá caminho para dispositivos como óculos inteligentes, capazes de entender o contexto porque “veem” e “ouvem” o mesmo que o usuário.
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Sonho antigo e aposta renovada
O mais importante para Zuckerberg é que essa transição representa uma nova chance de competir com a Apple.
Há anos, ele tenta desbancar a empresa como principal fornecedora de dispositivos de computação pessoal.
Investiu em smartphones, óculos de realidade virtual e de realidade aumentada, mas sem o impacto esperado.
Agora, aumenta as apostas, oferecendo pacotes de até US$ 100 milhões para atrair talentos em inteligência artificial.
O conceito de “superinteligência pessoal” pode permitir à Meta criar um ecossistema próprio de hardware e software, similar ao da Apple, mas com sua própria identidade e integração.
Corrida pelo próximo dispositivo central
A disputa não envolve apenas a Meta. A Amazon comprou a Bee, startup que fabrica pulseiras capazes de registrar o dia a dia do usuário e permitir que a IA crie lembretes e listas de tarefas.
Sam Altman, da OpenAI, se uniu a Jony Ive, ex-chefe de design da Apple, para desenvolver um novo dispositivo físico de IA, ainda sem formato definido.
No entanto, Zuckerberg acredita que os óculos serão o formato vencedor.
A Meta já vende modelos que se parecem com óculos comuns, mas com câmera, microfone e alto-falante integrados.
Eles capturam fotos, vídeos e áudios, recursos valiosos para sistemas de inteligência artificial. O roteiro de produtos da empresa prevê telas embutidas nas lentes, criando uma interface visual direta para o usuário.
Funções multimodais e independência
Para o CEO da Meta, a integração de displays aos óculos permitirá interações multimodais com assistentes de IA.
Assim, o dispositivo poderá ver o ambiente, gerar interfaces e exibir informações úteis em tempo real. Hoje, o produto ainda depende de um smartphone, mas a ideia é torná-lo independente.
Comandos de voz substituiriam teclado e tela sensível ao toque, mudando o modo como as pessoas interagem com a tecnologia.
Apple mantém foco no iPhone
Enquanto Zuckerberg aposta em novos formatos, Tim Cook defende o papel central do iPhone.
Segundo o executivo, é difícil imaginar um mundo sem o aparelho, que conecta pessoas, oferece aplicativos, captura fotos e vídeos, realiza pagamentos e organiza a vida financeira.
Cook admite estudar outros dispositivos, mas acredita que serão complementares, não substitutos.
Essa diferença de visão mostra que, apesar do avanço da IA, a Apple mantém confiança no iPhone como núcleo do ecossistema.
Rivalidade histórica
O Facebook surgiu pouco antes da revolução da computação móvel, impulsionada pelo iPhone. Em poucos anos, Zuckerberg precisou adaptar sua plataforma à economia dos aplicativos.
Tentou lançar um celular próprio, mas Apple e Android já dominavam o mercado. Essas plataformas cobravam até 30% das vendas feitas dentro dos apps, algo que incomoda Zuckerberg até hoje.
A dependência continua, já que a maioria acessa Facebook, Instagram e WhatsApp por iPhones, mantendo a Meta presa ao ecossistema da Apple.
Tentativas e novas esperanças
A realidade virtual e o metaverso pareciam abrir uma nova vantagem para a Meta, mas não se popularizaram.
A Apple também investe em óculos de realidade estendida, enquanto a IA desponta como nova fronteira. Zuckerberg admite que, anos atrás, muitos acreditavam que hologramas imersivos chegariam antes de uma IA realmente poderosa.
No entanto, o avanço tecnológico inverteu essa ordem.
“Carta” sobre a superinteligência pessoal
No manifesto “Personal Superintelligence”, divulgado em 30 de julho de 2025, Zuckerberg escreveu que, nos últimos meses, já se percebem sinais de sistemas de IA melhorando a si.
O avanço é lento, mas inevitável. Para ele, essa tecnologia melhorará os sistemas existentes e permitirá a criação de coisas hoje inimagináveis.
O executivo relembra que, há 200 anos, 90% das pessoas eram agricultores.
A tecnologia liberou parte da humanidade da subsistência, permitindo avanços em ciência, saúde, cultura e qualidade de vida.
Acredita que a superinteligência seguirá essa trajetória, agora com foco no empoderamento individual.
Segundo Zuckerberg, o impacto mais profundo não virá apenas da abundância produzida pela IA, mas do fato de cada pessoa poder ter um assistente que conhece seus objetivos e ajuda a alcançá-los.
Esse assistente pessoal poderia apoiar na criação de projetos, na vivência de experiências, no fortalecimento de relacionamentos e no crescimento individual.
A visão da Meta
Zuckerberg afirma que a Meta quer levar a superinteligência pessoal a todos.
Diferencia-se de empresas que pretendem centralizar o uso da IA para automatizar todo o trabalho valioso e distribuir os resultados.
Para ele, o progresso sempre veio das aspirações individuais, e isso será ainda mais importante no futuro.
O foco da empresa é a interseção entre tecnologia e vida cotidiana. Ele prevê que as pessoas gastarão menos tempo em softwares de produtividade e mais em criar e se conectar.
Nesse cenário, óculos que veem e ouvem o mesmo que o usuário poderão se tornar o principal dispositivo de computação.
Segurança e distribuição
O CEO reconhece que a superinteligência trará riscos inéditos e exige cuidado no que será disponibilizado de forma aberta.
Ainda assim, acredita que o fortalecimento de uma sociedade livre depende de colocar esse poder nas mãos das pessoas.
Para ele, o restante da década será decisivo para definir se a superinteligência será uma ferramenta de empoderamento ou um mecanismo de substituição em massa de funções humanas.
Zuckerberg diz que a Meta tem recursos, expertise e infraestrutura para entregar a tecnologia a bilhões de usuários.
Ele vê como prioridade direcionar os esforços da empresa para esse futuro.
O objetivo é claro: transformar seus óculos inteligentes no próximo dispositivo central, reconfigurando a hierarquia da indústria e inaugurando uma nova era no mercado de tecnologia.