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Rivalidade com Apple se intensifica: Mark Zuckerberg investe uma fortuna em superinteligência pessoal para desafiar domínio do Iphone e inaugurar era pós-smartphone

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 04/08/2025 às 17:32
Mark Zuckerberg
Foto: Reprodução
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Mark Zuckerberg voltou a provocar a Apple ao apresentar sua visão para o futuro da tecnologia pessoal. Em um manifesto recente, o CEO da Meta defendeu que a inteligência artificial avançada abrirá espaço para dispositivos totalmente novos, capazes de substituir os smartphones como principal forma de interação digital.

Mark Zuckerberg, CEO da Meta, voltou a desafiar abertamente o domínio da Apple no mercado de dispositivos pessoais.

Em um manifesto divulgado na mesma semana em que os lucros da Meta e de outras gigantes de tecnologia ganharam destaque, o executivo reforçou sua visão de que o mundo caminha para uma era pós-smartphone.

Para ele, a inteligência artificial avançada abrirá caminho para dispositivos como óculos inteligentes, capazes de entender o contexto porque “veem” e “ouvem” o mesmo que o usuário.

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Sonho antigo e aposta renovada

O mais importante para Zuckerberg é que essa transição representa uma nova chance de competir com a Apple.

Há anos, ele tenta desbancar a empresa como principal fornecedora de dispositivos de computação pessoal.

Investiu em smartphones, óculos de realidade virtual e de realidade aumentada, mas sem o impacto esperado.

Agora, aumenta as apostas, oferecendo pacotes de até US$ 100 milhões para atrair talentos em inteligência artificial.

O conceito de “superinteligência pessoal” pode permitir à Meta criar um ecossistema próprio de hardware e software, similar ao da Apple, mas com sua própria identidade e integração.

Corrida pelo próximo dispositivo central

A disputa não envolve apenas a Meta. A Amazon comprou a Bee, startup que fabrica pulseiras capazes de registrar o dia a dia do usuário e permitir que a IA crie lembretes e listas de tarefas.

Sam Altman, da OpenAI, se uniu a Jony Ive, ex-chefe de design da Apple, para desenvolver um novo dispositivo físico de IA, ainda sem formato definido.

No entanto, Zuckerberg acredita que os óculos serão o formato vencedor.

A Meta já vende modelos que se parecem com óculos comuns, mas com câmera, microfone e alto-falante integrados.

Eles capturam fotos, vídeos e áudios, recursos valiosos para sistemas de inteligência artificial. O roteiro de produtos da empresa prevê telas embutidas nas lentes, criando uma interface visual direta para o usuário.

Funções multimodais e independência

Para o CEO da Meta, a integração de displays aos óculos permitirá interações multimodais com assistentes de IA.

Assim, o dispositivo poderá ver o ambiente, gerar interfaces e exibir informações úteis em tempo real. Hoje, o produto ainda depende de um smartphone, mas a ideia é torná-lo independente.

Comandos de voz substituiriam teclado e tela sensível ao toque, mudando o modo como as pessoas interagem com a tecnologia.

Apple mantém foco no iPhone

Enquanto Zuckerberg aposta em novos formatos, Tim Cook defende o papel central do iPhone.

Segundo o executivo, é difícil imaginar um mundo sem o aparelho, que conecta pessoas, oferece aplicativos, captura fotos e vídeos, realiza pagamentos e organiza a vida financeira.

Cook admite estudar outros dispositivos, mas acredita que serão complementares, não substitutos.

Essa diferença de visão mostra que, apesar do avanço da IA, a Apple mantém confiança no iPhone como núcleo do ecossistema.

Rivalidade histórica

O Facebook surgiu pouco antes da revolução da computação móvel, impulsionada pelo iPhone. Em poucos anos, Zuckerberg precisou adaptar sua plataforma à economia dos aplicativos.

Tentou lançar um celular próprio, mas Apple e Android já dominavam o mercado. Essas plataformas cobravam até 30% das vendas feitas dentro dos apps, algo que incomoda Zuckerberg até hoje.

A dependência continua, já que a maioria acessa Facebook, Instagram e WhatsApp por iPhones, mantendo a Meta presa ao ecossistema da Apple.

Tentativas e novas esperanças

A realidade virtual e o metaverso pareciam abrir uma nova vantagem para a Meta, mas não se popularizaram.

A Apple também investe em óculos de realidade estendida, enquanto a IA desponta como nova fronteira. Zuckerberg admite que, anos atrás, muitos acreditavam que hologramas imersivos chegariam antes de uma IA realmente poderosa.

No entanto, o avanço tecnológico inverteu essa ordem.

“Carta” sobre a superinteligência pessoal

No manifesto “Personal Superintelligence”, divulgado em 30 de julho de 2025, Zuckerberg escreveu que, nos últimos meses, já se percebem sinais de sistemas de IA melhorando a si.

O avanço é lento, mas inevitável. Para ele, essa tecnologia melhorará os sistemas existentes e permitirá a criação de coisas hoje inimagináveis.

O executivo relembra que, há 200 anos, 90% das pessoas eram agricultores.

A tecnologia liberou parte da humanidade da subsistência, permitindo avanços em ciência, saúde, cultura e qualidade de vida.

Acredita que a superinteligência seguirá essa trajetória, agora com foco no empoderamento individual.

Segundo Zuckerberg, o impacto mais profundo não virá apenas da abundância produzida pela IA, mas do fato de cada pessoa poder ter um assistente que conhece seus objetivos e ajuda a alcançá-los.

Esse assistente pessoal poderia apoiar na criação de projetos, na vivência de experiências, no fortalecimento de relacionamentos e no crescimento individual.

A visão da Meta

Zuckerberg afirma que a Meta quer levar a superinteligência pessoal a todos.

Diferencia-se de empresas que pretendem centralizar o uso da IA para automatizar todo o trabalho valioso e distribuir os resultados.

Para ele, o progresso sempre veio das aspirações individuais, e isso será ainda mais importante no futuro.

O foco da empresa é a interseção entre tecnologia e vida cotidiana. Ele prevê que as pessoas gastarão menos tempo em softwares de produtividade e mais em criar e se conectar.

Nesse cenário, óculos que veem e ouvem o mesmo que o usuário poderão se tornar o principal dispositivo de computação.

Segurança e distribuição

O CEO reconhece que a superinteligência trará riscos inéditos e exige cuidado no que será disponibilizado de forma aberta.

Ainda assim, acredita que o fortalecimento de uma sociedade livre depende de colocar esse poder nas mãos das pessoas.

Para ele, o restante da década será decisivo para definir se a superinteligência será uma ferramenta de empoderamento ou um mecanismo de substituição em massa de funções humanas.

Zuckerberg diz que a Meta tem recursos, expertise e infraestrutura para entregar a tecnologia a bilhões de usuários.

Ele vê como prioridade direcionar os esforços da empresa para esse futuro.

O objetivo é claro: transformar seus óculos inteligentes no próximo dispositivo central, reconfigurando a hierarquia da indústria e inaugurando uma nova era no mercado de tecnologia.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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