O governo da Índia afirmou seu interesse em adquirir um pedaço da brasileira Embraer, que desfez meses atrás um acordo com a Boeing
Após a Boing desistir de comprar Embraer durante a pandemia, a companhia voltou a seguir sozinha. Entretanto, ainda naquela época, o governo brasileiro já havia anunciado que dois países estavam interessados, a China e a Índia. 2500 vagas de emprego foram cortadas pela Embraer no Brasil e trabalhadores sentem na pele a crise causada pelo coronavírus
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Ao lado chinês, a fabricante Comac encontra sérias dificuldades em aprovação de projetos com órgãos reguladores aeronáuticos. Como a americana FAA. Já a Índia, vem vivendo um período de expansão comercial nas indústrias, o que aumentou o interesse na brasileira Embraer.
A informação foi antecipada pelo jornal Business Standard. De acordo com o periódico, o governo indiano vê a aquisição da divisão comercial da Embraer como grande interesse. Uma fonte do governo, havia revelado que “Estamos muito interessados. Estamos explorando alternativas”.
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Para realizar a aquisição, seria necessário um financiamento com o fundo do governo. Esta foi a primeira vez que o governo indiano admite o real interesse na brasileira.
A informação chega meses depois de surgirem rumores levantados pela Reuters de que Rússia, Índia e China, que também são membros dos BRICs, poderiam estar interessadas na divisão da Embraer, semanas após o cancelamento do acordo com a Boeing.
Esta última tinha um acordo para aquisição da divisão de jatos comerciais da fabricante brasileira, mas desistiu no último minuto por razões não claramente divulgadas – Embraer e Boeing se acusaram de rompimento de contrato e levaram a quebra contratual aos tribunais.
A compra pela Índia poderia ser algo que agradaria ao governo brasileiro, por ser um mercado emergente com aviação em franco crescimento. Vale lembrar que, apesar de ser acionista minoritário através do BNDES, o governo brasileiro possui uma golden share, ou ação de ouro, que tem poder de vetar qualquer decisão do conselho de investidores, mesmo a empresa sendo privada.
“O governo brasileiro apoiaria, naturalmente, qualquer contribuição à Embraer e ao fortalecimento das relações bilaterais”, disse uma pessoa não-identificada da embaixada brasileira ao jornal indiano.
Nota da EMBRAER
A Embraer, por sua vez, emitiu uma nota informando que não tem planos de vender nenhuma de suas unidades nesse momento. Segue a nota:
“Não há planos de vender a unidade de aviação comercial ou de qualquer outra área de negócios. A companhia está aberta para discutir apenas parcerias de crescimento voltadas a projetos específicos ou inserção em mercados”.