O Ministério de Minas e Energia (MME) está com grandes projeções para o ramo da mineração brasileira pelos próximos anos, uma vez que o recém-publicado decreto que flexibiliza a exportação de lítio no país poderá colaborar para a atração de investimentos bilionários no Brasil.
Após a publicação do decreto 11.120/2022, feito na última quarta-feira, (06/07), que flexibiliza as operações de exportação de lítio no Brasil, o Ministério de Minas e Energia (MME) projeta grandes resultados para a mineração brasileira no futuro. Até o fim do ano de 2030, o órgão espera que a mineração do país receba um total de R$ 15 bilhões em investimentos, impulsionando o mercado nacional.
Flexibilização nas operações de exportação de lítio no Brasil contribuirá para a atração de investimentos bilionários até o ano de 2030, aponta MME
O Governo Federal publicou recentemente o decreto 11.120/2022, que permite operações de comércio exterior de minerais e minérios de lítio e de produtos fabricados à base de lítio, de lítio metálico e das ligas de lítio e derivados. Dessa forma, as operações de exportação do minério se tornarão muito mais flexíveis e empreendedores de todo o mundo voltarão seus olhares para o mercado da mineração brasileira.
Assim, o MME está projetando um total de R$ 15 bilhões em investimentos até o fim do ano de 2030 para o ramo da mineração nacional, principalmente com foco no lítio, uma vez que o minério está sendo altamente demandado pela indústria automobilística para a fabricação de baterias. A busca pela descarbonização no setor de transportes trouxe a necessidade de novas alternativas para a eletrificação dos veículos e as baterias de lítio são os equipamentos mais viáveis em termos de qualidade no abastecimento.
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Dessa forma, investimentos na exploração de lítio no país poderão atrair novas empresas com foco nesse mercado da descarbonização. E, entre as plantas de produção do minério, o MME destaca uma projeção de forte crescimento para o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, que concentra a maior parte das reservas minerais conhecidas para produção de lítio no país.
Atualmente, o país responde apenas por cerca de 1,5% da produção mundial de lítio e, até o fim do ano de 2030, esse número deverá saltar para 5%, principalmente com a aplicação de investimentos previstos pelo MME.
Brasil pode se tornar potência mundial na exportação de lítio com flexibilização das operações, impulsionando mercado de baterias
As projeções da co-CEO da canadense Sigma Lithium Resources Corporation, Ana Cabral-Gardner, para o mercado de lítio no Brasil são bastante otimistas e a executiva comentou: “Por causa dessa regulação anacrônica, que classificava o lítio como de interesse nuclear, você caía em um meandro regulatório que não tornava o produto competitivo”. Além disso, Ana destacou também a posição do país no mercado internacional e disse que o Brasil estará no futuro em uma “posição imbatível para alimentar a América do Norte e a Europa”.
Já o diretor de Geologia e Recursos Minerais do estatal Serviço Geológico do Brasil (SGB) destacou que a flexibilização das operações de exportação de lítio com o decreto corrige um erro da década de 70, quando o minério era estrategicamente utilizado para o setor nuclear e haviam poucas reservas dele no Brasil.
Nesse contexto, regular a exportação do produto era o mais recomendado, mas os tempos mudaram e o cenário atual necessita de uma flexibilização na comercialização do recurso.
Agora, o MME continuará trabalhando com os órgãos do ramo da mineração brasileira, como a Agência Nacional de Mineração (ANM), para impulsionar o mercado do lítio no Brasil e garantir que os investimentos de R$ 15 bilhões cheguem no período previsto à mineração do país.