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Após a entrada de veículos elétricos na Europa, Alemanha escolheu a China para fornecer as turbinas eólicas mais potentes do mundo, provocando tensão com a União Europeia

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 31/08/2024 às 07:03
Veículos elétricos, turbinas eólicas, China, Alemanha
Foto: REPRODUÇÃO

Em movimento inesperado, Alemanha opta pela China como fornecedora das turbinas eólicas mais potentes do mundo após adesão dos Veículos Elétricos na Europa, gerando tensão com a União Europeia

Com a crescente adoção de veículos elétricos na Europa, um novo capítulo na transição energética da região está se desenrolando. A Alemanha, um dos principais players do continente, anunciou recentemente sua decisão de adquirir turbinas eólicas da China, gerando debates acalorados sobre as implicações dessa escolha para a União Europeia. Esse movimento estratégico reflete a crescente importância da China na cadeia global de energia renovável, especialmente no fornecimento de turbinas eólicas de alta potência.

Logo após a chegada massiva dos veículos elétricos aos mercados europeus, as turbinas eólicas chinesas estão prestes a seguir o mesmo caminho. A construtora alemã de parques eólicos Luxcara, responsável por diversos projetos de grande escala, anunciou que escolheu a fabricante chinesa MingYang Smart Energy para fornecer turbinas eólicas de 18,5 MW, que serão instaladas em um dos maiores projetos eólicos da Alemanha até 2028.

A escolha marca uma virada significativa, dado que as turbinas eólicas de origem europeia, fabricadas por empresas como GE, Vestas e Siemens, têm sido a espinha dorsal do impulso da União Europeia em direção à energia renovável.

A Superioridade das Turbinas Eólicas Chinesas?

A Luxcara justificou sua decisão, afirmando que a escolha das turbinas eólicas chinesas foi resultado de uma licitação internacional rigorosa, realizada em 2023. Durante o processo, a empresa avaliou cuidadosamente aspectos de conformidade ambiental, social, governança e segurança cibernética, seguindo os regulamentos estabelecidos pela União Europeia.

A MingYang Smart Energy destacou-se ao oferecer turbinas eólicas de última geração, projetadas para operar mesmo em condições extremas, como tufões, algo que os fabricantes europeus têm deixado de lado em seus projetos mais recentes.

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O projeto, denominado Waterkant, é um marco na transição energética da Alemanha. Quando concluído, espera-se que o parque eólico abasteça cerca de 400.000 lares, contribuindo significativamente para que o país alcance sua meta de gerar 80% de sua eletricidade a partir de fontes renováveis.

No entanto, a escolha por turbinas eólicas chinesas não foi apenas uma questão de capacidade técnica. A opção também levou em consideração o custo-benefício, pois o uso de turbinas europeias exigiria um número maior de unidades para atingir a mesma capacidade de geração, elevando os custos de instalação e manutenção.

A Polêmica da Competição com as Turbinas Eólicas Chinesas

A decisão da Luxcara, entretanto, não passou despercebida pelas autoridades e pela indústria. O Ministério da Economia da Alemanha já anunciou que investigará o acordo, após pressão do lobby da indústria eólica europeia, que argumenta que a entrada das turbinas eólicas chinesas no mercado europeu representa uma ameaça à segurança energética e à infraestrutura crítica do continente.

A Comissão Europeia também decidiu realizar uma revisão preliminar para avaliar possíveis distorções de mercado causadas pelos fabricantes chineses de turbinas eólicas, o que pode intensificar as tensões comerciais entre Europa e China.

Essa situação é ainda mais complexa quando se considera o impacto das importações chinesas de veículos elétricos de baixo custo, que já estão transformando o mercado automotivo europeu.

Com a chegada das turbinas eólicas chinesas, a União Europeia começa a considerar a possibilidade de impor tarifas sobre essas importações, uma medida que pode aumentar os custos dos projetos de energia renovável e retardar a transição verde no continente.

Um artigo recente do Global Times destacou que as medidas da União Europeia são, em essência, uma forma de protecionismo comercial, uma reação à forte concorrência que os fabricantes chineses de turbinas eólicas têm imposto à indústria europeia.

O artigo argumenta que, ao invés de dificultar as importações chinesas, a Europa deveria buscar cooperação, o que beneficiaria ambas as regiões e aceleraria a transição para energia renovável.

O Futuro da Cooperação Energética

Diante desse cenário, o futuro da cooperação energética entre Europa e China permanece incerto. A decisão da Alemanha de optar por turbinas eólicas chinesas pode ser um prenúncio de uma mudança.

Com a crescente pressão por veículos elétricos e outras tecnologias verdes, a integração de soluções chinesas pode se tornar uma necessidade.

Enquanto os debates continuam, uma coisa é certa: a escolha da Alemanha em confiar nas turbinas eólicas chinesas marca um ponto de inflexão.

A questão que permanece é se essa decisão impulsionará a cooperação global ou se acentuará as divisões existentes no cenário geopolítico.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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