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Após 7 anos do naufrágio, navio que afundou com 5 mil bois no Pará será retirado do porto de Vila do Conde

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 04/07/2022 às 10:04
Atualizado em 12/07/2022 às 12:00
Após 7 anos de naufrágio, navio que afundou 5 mil bois no Pará será retirado do fundo do rio
Mancha Óleo Barcarena Naufrágio Bois Morrem — Foto: Reprodução/TV Liberal

Anos após o naufrágio, um navio que transportava bois e óleo no Pará será retirado do fundo do rio, desocupando o berço 302 do Porto de Vila do Conde, em Barcarena. O naufrágio gerou diversos impactos ambientais

Na última quinta-feira, 30, foi iniciada uma operação para tentar retirar do fundo do rio o navio Haidar, que naufragou em outubro de 2015 enquanto transportava mais de 5 mil bois vivos no porto de Vila do Conde, em Barcarena, nordeste do estado do Pará. Não foi informado o prazo estimado para que o navio seja retirado totalmente do local. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) está realizando o processo de verticalização, necessário para retirar o navio de bandeira libanesa no Pará.

Iniciativa para retirar o navio começou no ano passado

NAVIO HAIDAR – AFUNDOU no porto de Vila do Conde 06.10.15

De acordo com o DNIT, essa é uma das etapas para o avanço na retirada do navio da área em questão, com o intuito de desocupar o berço 302 e restaurar as condições operacionais do berço de atracação, onde aconteceu o naufrágio no Pará.

Os trabalhos no local seguem em andamento. Após a verticalização do navio, ainda será necessário reflutuá-lo, fazer uma limpeza e deslocar a embarcação. O navio Haidar, de bandeira libanesa, afundou no dia 6 de outubro de 2015, transportando cerca de 5 mil bois vivos e 700 toneladas de óleo para a Venezuela.

O acidente causou impactos sociais e ambientais na comunidade de Barcarena. Todos os animais que estavam a bordo morreram afogados, grande parte presos na embarcação. A tragédia atingiu a vida de milhares de pessoas nesta região.

As famílias prejudicadas, até o ano passado, ainda reclamavam a falta de indenização por conta da tragédia ambiental, econômica e social. O banho nas águas foi proibido e o movimento de frequentadores das praias de Abaetetuba, Barcarena e ilhas vizinhas caiu. Pescadores do Pará também não puderam mais retirar o sustento dos rios após o naufrágio do navio.

Dano de R$ 71 milhões

De acordo com ação do Ministério Público Federal, o dano socioambiental para os moradores dos municípios de Abaetetuba e Barcarena, no Pará, soma R$ 71 milhões em indenizações que ainda não foram pagas.

São réus na ação os donos do Haidar, Tamara Shipping e Husei Sleiman, as responsáveis pelo embarque dos bois, Global Agência Marítima e Norte Trading Operadora Portuária, a proprietária da carga de bois vivos, Minerva S.A, além da Companhia Docas do Pará (CDP), responsável pelo porto de Vila do Conde.

Na época, em entrevista, o presidente da CDP, Parsifal Pontes, apresentou uma justificativa para o atraso na retirada do navio. Segundo o executivo, no momento em que a primeira empresa foi escolhida, foi elaborado um plano de salvatagem que não foi aprovado, principalmente pela CDP, tendo em vista que a empresa previa cortes no navio, que deveria ser retirado em pedaços, e isso não seria aprovado pela Marinha. Sendo assim, foi necessário retornar com as negociações e outra empresa foi escolhida para apresentar um plano de flutuação.

Impactos na sociedade

Já a Minerva S.A afirma que, após a entrega da carga ao armador, toda a responsabilidade é da empresa contratada para o transporte marítimo e fluvial. Sendo assim, a empresa não é responsável pelo resgate do navio que naufragou no porto de Vila do Conde.

A Minerva destaca ainda que, embora seja prejudicada pelo acidente, mantém uma equipe no local com o intuito de auxiliar as autoridades em todas as medidas necessárias.

A pescadora Maria Madalena lamenta os efeitos do naufrágio e da contaminação dos rios para a pesca, principal atividade da comunidade onde mora. Antes do acidente, era possível retirar 4 ou 5 quilos de camarão por dia, agora ela não consegue retirar quase nada.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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