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Após 2022 ser um ano de recordes de lucros da Petrobras e queda nos preços dos combustíveis, gasolina, diesel e etanol sofrem reviravolta e disparam nas bombas, impactando o bolso dos trabalhadores caminhoneiros, taxistas e motoristas de aplicativo

Escrito por Flavia Marinho
Publicado em 03/09/2023 às 09:02
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Fila de carros para abastecer em posto de combustível / Fonte: Reprodução – Metrópole

O impacto dos preços dos combustíveis no bolso dos brasileiros: após trégua nos reajustes, diesel, gasolina e etanol disparam em agosto e consumidores temem por mais aumento

Na última semana de agosto, o cenário dos combustíveis no Brasil sofreu uma reviravolta impactante deixando os consumidores apreensivos. Os preços da gasolina, diesel e etanol viram aumentos significativos, uma notícia que não agradou a maioria dos brasileiros que já enfrenta desafios econômicos.

O litro da gasolina, o combustível mais utilizado no país, teve um aumento de 3,22% no período de 14 a 20 de agosto, enquanto o diesel teve um aumento significativo de 10,06%. O etanol também não ficou de fora, apresentando um acréscimo de 0,77%.

Mas o que levou a esses aumentos repentinos nos preços dos combustíveis?

A Petrobras, principal empresa responsável pela produção e distribuição de combustíveis no Brasil, anunciou um aumento de R$ 0,41 no preço do litro da gasolina para as distribuidoras. Como apontou Brendon Rodrigues, Head de inovação e portfólio na ValeCard, o repasse desse reajuste é gradual. Isso ocorre porque os postos de combustíveis mantêm estoques com preços anteriores, o que significa que os novos preços só serão completamente refletidos nas bombas nos próximos dias.

As variações nos preços da gasolina não foram uniformes em todo o Brasil.Alguns estados registraram aumentos mais expressivos do que outros. Espírito Santo (7,04%), Amapá (7,03%) e Paraíba (4,57%) foram os estados com as maiores altas na gasolina. Por outro lado, São Paulo surpreendeu com os preços mais baixos, com um valor médio de R$ 5,616 por litro. O Acre, por sua vez, liderou o ranking com uma média assustadora de R$ 6,649

Cenário na cidade do Rio de Janeiro

A cidade do Rio de Janeiro também não escapou dos aumentos. O litro da gasolina ficou 6,32% mais caro entre os dias 21 e 27 de agosto, com um preço médio de R$ 6,020. Os bairros cariocas apresentaram uma variação significativa nos preços, com uma diferença de 17,2% entre os bairros mais caros, como Castelo (R$ 6,392) e Flamengo (R$ 6,296), e os mais baratos, como Irajá (R$ 5,453) e Quintino Bocaiuva (R$ 5,491).

Essas diferenças regionais refletem as complexidades da logística de distribuição e os impostos estaduais.

Etanol: alternativa financeira inteligente

Enquanto a gasolina e o diesel sofrem disparadas nos preços, o etanol ainda permanece como uma alternativa financeira inteligente em algumas partes do Brasil. Unidades federativas como o Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraíba, Paraná, Minas Gerais e São Paulo continuam a ver o álcool como uma opção vantajosa.

O etanol hidratado, usado diretamente como combustível veicular, teve um aumento de 0,77%, alcançando uma média nacional de R$ 3,759 por litro. Essa oscilação de preços tem um impacto direto na escolha dos motoristas com veículos flex. Segundo a ValeCard, para que o etanol compense financeiramente em relação à gasolina, o preço do litro do etanol deve ser igual ou inferior a 70% do preço do litro da gasolina.

O salto impressionante no preço do diesel

Enquanto a gasolina e o etanol apresentaram aumentos notáveis, o diesel surpreendeu a todos com um aumento expressivo de 10,06% na terceira semana de agosto. O preço médio por litro atingiu R$ 5,874, um acréscimo de R$ 0,537 em comparação com a semana anterior.

A Petrobras anunciou um aumento substancial de R$ 0,78 no preço do litro do diesel para as distribuidoras, que impactou diretamente o preço final para os consumidores. No entanto, o repasse integral desse aumento foi gradual, devido aos estoques antigos dos postos, o que significa que novos reajustes podem ocorrer em breve.

Da mesma forma que aconteceu com a gasolina, as variações regionais no preço do diesel são notáveis. São Paulo lidera com o diesel mais barato do país, a R$ 5,585 por litro, enquanto Roraima apresentou a maior média, a R$ 6,779. Essa discrepância evidencia as complexidades da logística de transporte e distribuição de combustíveis em um país de dimensões continentais como o Brasil.

Desafios para motoristas e empresas

Os aumentos nos preços do diesel representam um desafio significativo para motoristas de veículos pesados, empresas de transporte e setores que dependem desse combustível para suas operações. A volatilidade nos preços do diesel torna essencial o acompanhamento constante das variações e a busca por estratégias que permitam minimizar o impacto financeiro dessas mudanças abruptas. Em um mercado em constante evolução, os consumidores devem estar preparados para tomar decisões financeiramente inteligentes ao abastecer seus veículos e gerenciar seus negócios.

Flavia Marinho

Flavia Marinho é Engenheira pós-graduada, com vasta experiência na indústria de construção naval onshore e offshore. Nos últimos anos, tem se dedicado a escrever artigos para sites de notícias nas áreas da indústria, petróleo e gás, energia, construção naval, geopolítica, empregos e cursos. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal.

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