A ANP atualizou as normas para o envio de dados digitais de poços, visando mais clareza, eficiência e agilidade no processo regulatório, integrando o Padrão ANP8 à Resolução nº 880/2022.
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou, na quarta-feira (24/4), mudanças na Seção III do Capítulo III da Resolução nº 880/2022, que regula o envio de dados digitais de poços pelas operadoras.
Com foco em simplificar processos e aumentar a eficiência, a medida também incorpora o Padrão ANP8 à regulamentação, reforçando a padronização dos registros essenciais para a indústria de exploração e produção de petróleo e gás.
Mudanças visam clareza e flexibilização
A revisão das normas traz avanços importantes na entrega de dados digitais de poços à ANP.
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Entre as principais mudanças, destacam-se a maior clareza sobre os tipos de informações exigidas e os formatos esperados.
Houve ainda a flexibilização nas exigências relativas às curvas do perfil digital processado, aos perfis de acompanhamento geológico e ao perfil composto.
Outra alteração significativa foi o fim da obrigatoriedade de envio dos perfis de correlação.
Esses documentos, usados apenas para posicionamento de ferramentas no interior do poço, não precisarão mais ser submetidos, o que promete tornar o processo de envio e controle de qualidade mais ágil e eficiente.
Padrão ANP8 passa a ter força normativa
O Padrão ANP8, que antes estava disponível apenas no site da Agência, mas não tinha caráter regulatório, agora integra formalmente a Resolução nº 880/2022.
Este padrão disciplina a entrega dos dados de Teste de Formação, etapa crucial para a caracterização dos reservatórios de petróleo e gás.
Com a mudança, a ANP busca consolidar a normatização dos dados digitais de poços, estabelecendo critérios mais claros e objetivos para a coleta e o envio dessas informações, essenciais para a exploração e produção (E&P).
Importância dos dados digitais de poços
Os dados digitais de poços, coletados durante a perfuração, são fundamentais para atividades estratégicas no setor de óleo e gás.
Eles reúnem registros sobre as formações geológicas, características dos reservatórios e propriedades dos fluidos presentes no subsolo.
No segmento de E&P, essas informações apoiam a avaliação do potencial de novas descobertas, o planejamento de operações de explotação e a definição de estratégias de desenvolvimento de campos.
Dessa forma, a entrega padronizada dos dados é essencial para garantir o gerenciamento adequado de seu recebimento, controle de qualidade, armazenamento e futura disponibilização ao público.
Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP)
Após o recebimento, a ANP realiza o controle de qualidade dos dados digitais de poços e os armazena no Banco de Dados de Exploração e Produção (BDEP).
Quando liberados para o domínio público, esses dados tornam-se valiosas fontes de informação para agentes do setor e instituições de ensino, impulsionando pesquisas e inovações na área de energia.
As mudanças regulamentares passaram por consulta e audiência públicas, demonstrando o compromisso da Agência com a transparência e a participação social no aprimoramento das normas.
As novas alterações entrarão em vigor a partir da publicação da resolução revisora no Diário Oficial da União.