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Amônia azul: Produção do combustível crescerá rumo a uma indústria marítima descarbonizada

Escrito por Ruth Rodrigues
Publicado em 28/08/2023 às 13:16
Políticas e incentivos de diversos países destacam a perspectiva de crescimento no uso desse combustível sustentável. A produção da amônia azul deverá crescer fortemente na indústria marítima na corrida pela descarbonização.
Fonte: Port Technology

Políticas e incentivos de diversos países destacam a perspectiva de crescimento no uso desse combustível sustentável. A produção da amônia azul deverá crescer fortemente na indústria marítima na corrida pela descarbonização.

A amônia azul surge como um promissor combustível para a indústria marítima, conforma destaca a Maersk Mc-Kinney Moller Center for Zero Carbon Shipping nesta segunda-feira, (28/08). As previsões do relatório da empresa indicam disponibilidade significativa até 2027 e um potencial aumento na produção do combustível. Sua rápida expansão utilizando tecnologias existentes e custos de produção vantajosos a tornam atrativa, especialmente em meio aos esforços de descarbonização da indústria até 2050. A capacidade tecnológica já existente e em desenvolvimento promete superar desafios de outros combustíveis alternativos no setor.

Amônia azul ganha destaque na corrida pela descarbonização na indústria marítima global

A busca por combustíveis mais sustentáveis impulsiona a crescente atenção à amônia azul na indústria marítima.

Uma previsão otimista sugere que até 2027, essa alternativa de combustível promissora poderá estar disponível em quantidades consideráveis, desencadeando um possível aumento significativo na produção nos anos seguintes.

Essas perspectivas estão alinhadas com as conclusões de um recente relatório do Maersk Mc-Kinney Moller Center for Zero Carbon Shipping.

A atração pela amônia azul, segundo o estudo, se justifica na sua capacidade de expansão rápida, fazendo uso de tecnologias já existentes, além dos baixos custos de produção quando comparada a outros combustíveis de baixas emissões.

À medida que a indústria marítima se aproxima do marco crucial de 2030 em sua jornada de descarbonização para 2050, se torna essencial que o setor se prepare para adotar combustíveis de baixa emissão em suas operações.

Conforme o relatório da companhia, a utilização da amônia azul tem o potencial de superar as limitações enfrentadas pelos combustíveis alternativos, reduzindo os riscos associados aos investimentos em tecnologia a bordo.

A maturidade tecnológica na produção desse combustível é evidente, com plantas de amônia convencional e amônia azul de alta capacidade já em operação ou em desenvolvimento.

A expectativa é de uma significativa expansão na capacidade de produção de amônia azul nos próximos 5 a 10 anos.

Os incentivos fiscais e investimentos em projetos em grandes países da indústria marítima reforçam as expectativas do relatório.

Crescimento na produção ainda enfrenta dificuldades na indústria marítima

A viabilidade da amônia azul como combustível de menor custo e rápida escalabilidade é clara, principalmente se os navios forem construídos com capacidade para utilizá-la como propulsor, conforme indica o relatório do Maersk Mc-Kinney Moller Center for Zero Carbon Shipping.

Esse combustível é derivado do gás natural e incorpora etapas de captura e armazenamento de carbono (CCS), destacando sua natureza sustentável e amiga do ambiente.

No entanto, a disponibilidade de armazenamento de carbono precisa aumentar substancialmente para tornar viável a produção em larga escala de amônia azul, essencial para a descarbonização da indústria marítima.

Para atingir as metas de descarbonização, estima-se que serão necessárias milhões de toneladas de amônia azul e armazenamento de CO2.

O relatório ressalta o otimismo em relação ao crescimento global da capacidade de transporte e armazenamento de CO2.

Agora, diversos países estão emergindo como peças fundamentais na produção em grande escala de amônia azul, estabelecendo políticas e incentivos para apoiar essa transição.

Regiões como América do Norte, Golfo Arábico, Noruega, Austrália e Sudeste Asiático estão na vanguarda desse movimento. Projetos em andamento indicam um aumento gradual na disponibilidade de amônia azul nos próximos anos.

“Portanto, a indústria naval terá de demonstrar medidas concretas para adotar o amoníaco como combustível para encorajar novas decisões de investimento na produção de combustível azul”, destacou o relatório.

Ruth Rodrigues

Formada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), atua como redatora e divulgadora científica.

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