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Altaeros BAT, uma turbina eólica voadora projetada para capturar a energia dos furacões, prometia uma revolução energética, mas acabou esquecida

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 01/10/2024 às 17:07
turbina eólica voadora
Foto; Reprodução

A tecnologia esquecida, que visava aproveitar a energia dos furacões com uma turbina eólica voadora, poderia ter revolucionado o setor de energia renovável

A produção de energia limpa por meio de turbinas eólicas já é uma realidade amplamente utilizada ao redor do mundo há um bom tempo. No entanto, a turbina eólica voadora revolucionária criada pela startup americana Altaeros prometia ir além do convencional, buscando explorar ventos em altitudes mais elevadas e até mesmo capturar a energia de furacões.

Essa tecnologia, conhecida como Buoyant Airborne Turbine (BAT), teve um início promissor, mas parece ter sido deixada de lado, sem maiores explicações.

A Altaeros foi fundada em 2010 por ex-alunos do MIT, Ben Glass e Adam Rein, com a ambição de transformar a forma como a energia eólica era captada.

Ao invés de utilizar torres fixas de concreto, que demandam uma complexa logística de transporte e instalação, a solução da startup envolvia uma estrutura inflável cheia de hélio, capaz de flutuar a grandes altitudes e aproveitar ventos mais fortes e consistentes.

A inovação da Altaeros

turbina eólica voadora

A tecnologia da BAT consistia em um balão aerostático que levava a turbina eólica voadora para altitudes de 1.000 a 2.000 pés (0,61 km) acima do solo. Essas altitudes permitem acessar ventos de cinco a oito vezes mais intensos e constantes do que os encontrados em níveis próximos à superfície.

A estrutura circular de 35 pés (aprox. 11 m), feita de um material resistente, semelhante ao utilizado em dirigíveis, abrigava a turbina eólica voadora.

Essa turbina, conectada a uma estação terrestre por três amarras, ajustava sua altitude automaticamente para captar os ventos mais fortes possíveis.

Além disso, um dos cabos também servia para transportar a eletricidade gerada de volta à estação, onde poderia ser distribuída para microrredes locais.

Segundo a Altaeros, o BAT conseguia produzir até 2,5 vezes mais energia do que as turbinas convencionais montadas em torres de tamanho semelhante.

Sua proposta não apenas prometia capturar mais energia, mas também simplificar o processo de instalação. Diferente das turbinas tradicionais, que requerem toneladas de concreto e guindastes para serem erguidas, o BAT podia ser transportado em contêineres e inflado diretamente no local.

Potencial para aproveitar furacões

turbina eólica voadora

A grande inovação da Altaeros estava na sua capacidade de suportar ventos extremos. A turbina era projetada para funcionar mesmo em condições climáticas severas, como ventos de até 200 km/h.

Essa característica abriu a possibilidade de transformar furacões, com seus ventos devastadores, em uma fonte de energia limpa.

A ideia parecia especialmente promissora para áreas rurais, insulares e indústrias em locais remotos, como as de mineração e petróleo, onde a infraestrutura tradicional de energia eólica é inviável.

Além disso, a facilidade de transporte e instalação representava uma economia de até 90% nos custos, comparado ao modelo tradicional.

A Altaeros tinha como foco comunidades que necessitavam de soluções mais acessíveis e práticas, o que tornava o BAT uma opção atraente para regiões com infraestrutura limitada.

Um futuro incerto da turbina eólica voadora

turbina eólica voadora

Apesar do potencial revolucionário e das promessas iniciais, o projeto BAT da Altaeros parece ter sido deixado de lado sem maiores explicações.

Desde os testes bem-sucedidos no Alasca, a tecnologia não avançou para a implantação comercial em larga escala, e a startup não ofereceu detalhes sobre os motivos que levaram à paralisação do desenvolvimento.

Com o abandono do BAT, a ideia de aproveitar ventos de grandes altitudes e, até mesmo, a energia dos furacões permanece em suspenso.

A Altaeros demonstrou que há um vasto potencial no céu para a geração de energia limpa e eficiente, mas, até o momento, essa promessa continua adormecida, aguardando uma possível retomada ou reinvenção.

A história da BAT reflete tanto o espírito inovador quanto os desafios enfrentados por tecnologias disruptivas.

Embora sua viabilidade comercial ainda não tenha se concretizado, a visão da Altaeros abre novas perspectivas para o futuro da energia eólica, com a esperança de que um dia os ventos de alta altitude possam ser plenamente aproveitados para a geração de eletricidade.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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