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Aliados da Ucrânia nos EUA sugerem que Zelensky aceite proposta de Donald Trump envolvendo terras raras, que pode render US$ 500 bilhões aos americanos

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 21/02/2025 às 11:07
Ucrânia, terras raras, Trump, Zelensky
Foto: Reprodução
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Proposta de Donald Trump sobre terras raras pode render US$ 500 bilhões aos EUA, e aliados americanos aconselham a Ucrânia de Zelensky a reconsiderá-la estrategicamente.

A relação entre o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enfrenta um momento decisivo. Em Washington, aliados da Ucrânia acreditam haver um caminho para resgatar o relacionamento, mas tudo depende da aceitação de um acordo envolvendo terras raras — um pacto que Kiev rejeitou até agora.

Pressão de Washington e ressentimento de Donald Trump

De acordo com o jornal POLITICO, fontes do governo dos EUA revelaram que as críticas duras de Trump contra a Ucrânia de Zelensky, que surpreenderam os europeus e deixaram a Rússia satisfeita, não representam uma aproximação com Moscou. Em vez disso, refletem o ressentimento de Trump em relação à recusa da Ucrânia em aceitar o acordo proposto pelos EUA sobre as Terras raras daquele país.

O pacto abriria vastos depósitos de minerais de terras raras da Ucrânia ao investimento americano. “Eles tiveram que aprender da maneira mais difícil que criticar Trump publicamente só vai sair pela culatra em grande estilo“, afirmou um republicano próximo à administração.

Ele acrescentou que, embora exista uma ala anti-Ucrânia no partido, a maioria ainda apoia Kiev. “Atacar Trump só adiciona combustível ao lado contra você”, concluiu.

Choque na Ucrânia e falta de garantias de segurança

Em Kiev, as táticas agressivas de Trump causaram revolta. Isso apesar de a própria Ucrânia ter inicialmente proposto um acordo de terras raras. Porém, a versão apresentada por Trump gerou incômodo do lado ucraniano, que apontou a ausência de garantias de segurança adequadas.

Keith Kellogg, enviado de Trump para as negociações de paz na Ucrânia, esteve em Kiev e se reuniu com Zelensky. Embora um porta-voz de Kellogg não tenha confirmado se discutiram a retomada do acordo, a declaração pública de Zelensky após o encontro sugeriu uma abertura:

A Ucrânia está pronta para um acordo forte e eficaz de investimento e segurança com o presidente dos Estados Unidos. Propusemos a maneira mais rápida e construtiva de atingir resultados. Nossa equipe está pronta para trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana.

Apesar do tom conciliador, Zelensky evitou mencionar diretamente as terras raras.

Acordo bilionário e propostas controversas

Segundo autoridades americanas, a Ucrânia deve agir rapidamente para fechar o acordo de terras raras. O pacto daria às empresas dos EUA 50% de propriedade sobre os depósitos de minerais ucranianos, com valor potencial de centenas de bilhões de dólares.

Trump exigiu US$ 500 bilhões em minerais como condição para manter a assistência de Washington. Na semana anterior, sua equipe apresentou um acordo que Kiev rejeitou em sua forma atual.

Embora alguns republicanos considerem a proposta uma oportunidade estratégica, críticos — incluindo autoridades europeias — a classificam como uma forma de chantagem. Para eles, o acordo impõe condições severas a um aliado em situação delicada.

As demandas ucranianas por segurança

Yehor Cherniev, legislador ucraniano do Partido Popular de Zelenskyy e chefe da delegação da Ucrânia na assembleia parlamentar da OTAN, reafirmou que Kiev permanece aberta à negociação.

No entanto, ele ressaltou que o acordo deve ser justo e trazer benefícios concretos à Ucrânia, incluindo garantias de segurança e assistência militar significativa.

Temos sido um amigo leal e aliado dos EUA por muitos anos. A atitude em relação a nós como uma colônia ou um inimigo a quem reparações são impostas é ofensiva e incompreensível para nós”, afirmou Cherniev.

Aliados da OTAN e autoridades ucranianas argumentam que as garantias de segurança não representam caridade, mas uma proteção essencial para a aliança ocidental. Elas são vistas como uma barreira para impedir futuros ataques russos, garantindo estabilidade à região.

Segurança da Ucrânia

Alina Polyakova, líder do Centro de Análise de Política Europeia, ressaltou que a segurança é crucial para viabilizar o investimento estrangeiro.

Eles precisam de um lugar seguro para fazer negócios para que esse acordo aconteça. As empresas não vão investir e montar operações de mineração e exploração muito caras se acharem que podem ser atingidas por mísseis russos”, disse Polyakova.

Apesar dos obstáculos, existe o reconhecimento, por parte dos ucranianos, de que o acordo de terras raras pode ser a única forma de garantir o apoio contínuo dos EUA, especialmente sob uma liderança transacional como a de Trump.

Republicanos favoráveis ao apoio à Ucrânia veem o plano como uma forma de atrair o movimento MAGA ao investir na segurança ucraniana, garantindo benefícios econômicos aos EUA. No entanto, críticos europeus consideram a proposta uma tentativa de Trump de obter compensações pelos bilhões de dólares já enviados em ajuda.

Esses críticos argumentam que Trump não impôs exigências tão rígidas à Rússia quanto à Ucrânia, o que gerou insatisfação entre autoridades em Kiev e na Europa.

A última carta de Zelensky

Zelensky afirmou ter rejeitado a proposta inicial de Trump porque ela “não está pronta para proteger nossos interesses”. Para o conselheiro de segurança nacional Mike Waltz, no entanto, um acordo de coinvestimento seria “a melhor garantia de segurança que eles poderiam esperar, muito mais do que outro palete de munição”.

Waltz também criticou a postura do presidente ucraniano ao rejeitar publicamente o acordo. “Eles precisam baixar o tom e assinar o acordo”, declarou.

Enquanto isso, a Ucrânia enfrenta um dilema estratégico: aceitar as duras condições do acordo para manter o apoio vital dos EUA ou insistir em garantias de segurança que, até agora, Washington parece relutar em conceder.

Com informações de Politico.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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