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Algo está acontecendo com a lendária Harley-Davidson — queda de 60% na receita, renúncias e pressão por mudanças

Publicado em 30/04/2025 às 21:02
Harley-Davidson, Harley, Motocicletas, Crise
Créditos: Unsplash
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Pressionada por investidores, tarifas externas e perdas financeiras, a Harley-Davidson enfrenta renúncias na liderança e tenta resistir à maior crise de sua história recente

A Harley-Davidson enfrenta uma das maiores crises de sua história recente. A fabricante americana de motocicletas viu sua receita cair mais de 60% em 2024, segundo seu relatório anual. A queda desencadeou uma série de eventos que colocaram a empresa no centro das atenções, incluindo a saída de líderes importantes e pressão crescente por mudanças internas.

Impacto das tarifas e renúncias na liderança da Harley

O primeiro impacto veio com as tarifas impostas por Donald Trump, que afetaram diretamente a competitividade das motocicletas produzidas nos Estados Unidos.

Em seguida, o CEO Jochen Zeitz anunciou sua renúncia em meio a crescentes desafios. Pouco depois, outro diretor da empresa também deixou o cargo, alegando “graves preocupações” com a situação.

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Agora, a H Partners, segunda maior acionista da Harley-Davidson, se prepara para remover três membros do conselho de administração.

O grupo possui cerca de 9% das ações da empresa e pretende lançar uma campanha para suspender os votos de Zeitz, Thomas Linebarger e Sara Levinson, que somam juntos mais de 60 anos no conselho.

Aumento de preços e impaciência dos investidores

A movimentação ocorre logo após o anúncio da Harley-Davidson sobre o aumento dos preços das motos. A empresa justificou o reajuste com base nas tarifas de 56% aplicadas sobre motocicletas americanas exportadas para a Europa. A medida elevou ainda mais a tensão entre os investidores.

Apesar de Jochen Zeitz ter planejado permanecer no cargo até a chegada de um novo CEO, a H Partners demonstrou insatisfação com o ritmo das mudanças. O grupo quer a saída imediata de Zeitz, que assumiu a liderança em 2020, no auge de uma fase desafiadora para a empresa.

A crise interna se aprofundou com a renúncia de Jared Dourdeville, representante da H Partners no conselho. Em uma carta, Dourdeville criticou o trabalho remoto adotado pela Harley-Davidson e mencionou “esgotamento cultural” causado pela saída de executivos seniores.

Dificuldade da Harley de competir com rivais estrangeiros

O diretor financeiro Jonathan Root defendeu apoio maior para as montadoras americanas. Segundo ele, fabricantes estrangeiras vendem motos a preços muito baixos nos Estados Unidos, dificultando a concorrência para empresas como a Harley.

Muitas das motocicletas da marca, mesmo quando produzidas fora dos EUA, ainda são vistas como excessivamente caras no mercado doméstico.

Além das tarifas americanas, outros países aplicaram medidas retaliatórias. Produtos fabricados nos EUA, incluindo motos da Harley-Davidson, passaram a ser alvos de impostos adicionais.

O Wall Street Journal alertou que os preços de alguns modelos podem chegar a valores de seis dígitos se os impostos forem mantidos.

Histórico recente de perdas e estratégias alternativas

O cenário atual lembra o vivido pela empresa em 2018, durante o primeiro mandato de Donald Trump. Na época, uma guerra comercial envolvendo metais resultou em tarifas de 25% sobre as motos da Harley-Davidson.

Para enfrentar a situação, a empresa teve que absorver um prejuízo de US$ 166 milhões ao longo de três anos e construir uma fábrica na Tailândia.

A situação é particularmente delicada para uma marca com o prestígio e tradição da Harley-Davidson. Enquanto isso, concorrentes como Triumph, BMW e Honda continuam a apresentar resultados positivos.

Essas marcas têm apostado fortemente em motocicletas de pequeno e médio porte, segmento que ganha cada vez mais espaço no mercado.

A Harley, por outro lado, continua focada em modelos grandes, pesados e caros. Embora sejam reconhecidos como clássicos, esses modelos não atendem mais às preferências de boa parte dos motociclistas modernos. A empresa até teve a chance de lançar a 350 de entrada nos Estados Unidos, mas ainda não o fez.

O futuro exige adaptação

Com a crescente demanda por motocicletas abaixo de 1000 cc, a ausência de modelos mais acessíveis pode prejudicar ainda mais a posição da Harley-Davidson. A empresa precisa se adaptar às mudanças no comportamento do consumidor, caso queira manter relevância no mercado.

A reorganização da diretoria, proposta pelos investidores, pode ser o primeiro passo. No entanto, os desafios continuam. Para muitos, assistir a uma das marcas mais tradicionais do setor atravessar uma fase tão crítica é preocupante.

Com informações de New Atlas.

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Romário Pereira de Carvalho

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