1. Início
  2. / Ciência e Tecnologia
  3. / AGU dá ultimato à Meta: 48 horas para tirar do ar posts sobre falsificação de bebidas e venda de insumos ilegais
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 0 comentários

AGU dá ultimato à Meta: 48 horas para tirar do ar posts sobre falsificação de bebidas e venda de insumos ilegais

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 06/10/2025 às 16:14
Representante jurídico interrompe divulgação de bebidas falsificadas em rede social durante investigação sobre venda ilegal de insumos com metanol.
Ação da AGU exige que a Meta retire do ar postagens sobre falsificação de bebidas e preserve provas digitais para investigação.
Seja o primeiro a reagir!
Reagir ao artigo

Ação da Advocacia-Geral da União exige que a empresa elimine anúncios de insumos usados em bebidas falsificadas e preserve provas para investigação

A Advocacia-Geral da União (AGU) notificou a Meta, dona do Facebook e do Instagram, em 5 de outubro de 2025, exigindo a remoção imediata de publicações sobre falsificação de bebidas alcoólicas. Dessa forma, a empresa deve provar em até 48 horas as medidas tomadas e entregar relatórios detalhados às autoridades.

Segundo a AGU, perfis ativos nas redes ofereciam lacres, rótulos, tampas e garrafas de marcas conhecidas, além de selos falsificados da Receita Federal. Esses materiais eram vendidos em grande volume por grupos com milhares de participantes, espalhados por todo o país.

Além disso, os produtos serviam para produzir bebidas adulteradas com metanol, substância altamente tóxica e extremamente perigosa para a saúde humana. O Ministério da Saúde destacou que o metanol causa cegueira, convulsões, danos neurológicos e até morte.

Reportagem da BBC expõe o comércio ilegal e provoca reação do governo

A notificação surgiu após uma reportagem da BBC News Brasil, publicada em 3 de outubro de 2025, revelar um mercado clandestino de insumos em funcionamento dentro das plataformas da Meta. Por consequência, o governo reagiu com rapidez, exigindo providências imediatas da empresa.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, 14 pessoas foram intoxicadas por metanol e duas morreram até 4 de outubro de 2025. Além disso, 181 casos suspeitos permanecem em análise, o que mostra a gravidade da situação.

A AGU afirmou que a Meta precisa cooperar integralmente com as autoridades brasileiras. Portanto, a empresa deve identificar os responsáveis e impedir a continuidade das práticas ilegais em suas plataformas.

AGU invoca o Marco Civil da Internet e o Código Penal

Com base no Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014) e no Código Penal Brasileiro, a AGU reforçou que a Meta é solidariamente responsável por conteúdos ilícitos. Assim, a empresa deve agir sempre que for notificada para evitar punições legais.

Caso a Meta descumpra o prazo de 48 horas, poderá responder nas esferas civil, administrativa e criminal. Além disso, a AGU determinou a preservação de todas as provas digitais, que serão enviadas à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal (MPF).

Em nota, a AGU declarou que “as plataformas digitais não podem se omitir diante da disseminação de práticas ilegais”. Por isso, especialistas em direito digital, como Patrícia Peck e Danilo Doneda, defendem fiscalização constante e punição proporcional em casos de omissão.

Governo intensifica vigilância sobre plataformas digitais

O episódio ocorre em um momento de endurecimento das regras de responsabilidade digital. Em setembro de 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou decisões que obrigam as plataformas a agir rapidamente diante de conteúdos que ameacem a saúde pública.

Além disso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), informou que acompanha o caso. Caso a Meta descumpra a notificação, poderá sofrer sanções administrativas e responder judicialmente.

A reportagem da BBC News Brasil revelou ainda que os insumos são vendidos por redes anônimas de revendedores, o que dificulta a rastreabilidade. Entretanto, o governo considera a notificação um passo decisivo para proteger consumidores e reforçar a responsabilização corporativa.

Linha do tempo dos acontecimentos

30 de setembro de 2025 – O Ministério da Saúde emite alerta sobre o risco de intoxicação por metanol.
3 de outubro de 2025 – A BBC News Brasil revela o comércio ilegal de insumos em plataformas da Meta.
4 de outubro de 2025 – A Saúde confirma 14 casos e duas mortes por bebidas falsificadas.
5 de outubro de 2025 – A AGU notifica a Meta e dá 48 horas para ação e resposta oficial.
7 de outubro de 2025 – Encerra-se o prazo para a Meta apresentar provas e relatórios à AGU.

Até o momento, a empresa não se pronunciou publicamente. Portanto, se não cumprir o prazo, poderá ser processada judicialmente e receber sanções severas previstas em lei.

Reação do setor e defesa do consumidor

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) elogiou a ação da AGU, defendendo maior vigilância sobre plataformas digitais. Além disso, especialistas afirmam que o caso serve de alerta sobre a omissão corporativa e reforça a importância do controle digital responsável.

Para o advogado Walter Capanema, a decisão mostra que “a era da impunidade digital está chegando ao fim”. Dessa forma, o governo brasileiro passa a adotar padrões mais firmes de responsabilização tecnológica.

O futuro da regulação digital

Com o avanço das investigações, o governo espera que as empresas de tecnologia aprimorem suas políticas de moderação. Assim, o caso da Meta pode definir novos padrões de responsabilização digital e servir de referência internacional.

Enquanto isso, autoridades reforçam a importância de um ambiente digital equilibrado, em que liberdade de expressão e dever legal caminhem juntos. Portanto, esse episódio marca um divisor de águas na relação entre grandes empresas de tecnologia e o Estado brasileiro.

A discussão está apenas começando. O desafio será garantir uma internet livre, segura e responsável, sem abrir espaço para práticas criminosas ou riscos à saúde pública.

O que você acredita que deve ser prioridade para as plataformas digitais: moderação rigorosa e transparência total ou liberdade de expressão sem interferências diretas?

Banner quadrado em fundo preto com gradiente, destacando a frase “Acesse o CPG Click Petróleo e Gás com menos anúncios” em letras brancas e vermelhas. Abaixo, texto informativo: “App leve, notícias personalizadas, comentários, currículos e muito mais”. No rodapé, ícones da Google Play e App Store indicam a disponibilidade do aplicativo.
Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x