Com foco em sustentabilidade e diversificação de mercados, o agronegócio brasileiro conquista novas oportunidades no Japão, Singapura, Coreia do Sul, Egito e Índia, fortalecendo exportações de alto valor agregado
O agronegócio brasileiro tem consolidado seu papel como uma das maiores forças econômicas globais ao conquistar novas oportunidades em mercados estratégicos, segundo uma matéria publicada.
Recentemente, o governo anunciou aberturas comerciais com Japão, Singapura, Coreia do Sul, Egito e Índia, totalizando 460 novas possibilidades de exportação desde 2023.
Essas iniciativas representam mais do que simples acordos comerciais, refletem uma estratégia de expansão sustentável e de valorização dos produtos nacionais, com foco em qualidade e inovação.
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O Japão, com cerca de 124 milhões de habitantes, figura entre os principais destinos das exportações agrícolas do Brasil.
Em 2024, o país asiático importou mais de US$ 3 bilhões em produtos agropecuários brasileiros, com destaque para itens premium utilizados nas indústrias de panificação e confeitaria.
A abertura para a castanha-do-Brasil é uma conquista relevante, pois o alimento é reconhecido pelo alto teor de selênio, mineral essencial à saúde humana.
Essa ampliação de mercado beneficia tanto os produtores quanto os processadores nacionais, e fortalece a imagem do Brasil como fornecedor de ingredientes de alta qualidade e rastreabilidade.
Expansão do agronegócio sustentável brasileiro em mercados asiáticos
A entrada de ovos processados brasileiros em Singapura marca outro avanço importante.
O país, com mais de seis milhões de habitantes e dependente de importações para cerca de 90% do consumo interno, valoriza produtos com longa vida útil e padrão sanitário elevado.
Os ovos processados, amplamente utilizados por hotéis, padarias e redes de alimentação, garantem estabilidade operacional e menor desperdício.
Essa conquista reforça o compromisso do agronegócio brasileiro com práticas sustentáveis e seguras, capazes de atender aos exigentes padrões internacionais de qualidade.
Na Coreia do Sul, o destaque vai para a exportação de heparina purificada suína, um insumo farmacêutico utilizado na produção de anticoagulantes.
O país asiático, que abriga mais de 51 milhões de pessoas, comprou quase US$ 3 bilhões em produtos agropecuários do Brasil no último ano, com forte presença dos complexos soja e sucroalcooleiro, além de cereais e farinhas.
A inclusão de um produto de alto valor agregado e aplicação médica demonstra como o setor tem evoluído da exportação de commodities para a diversificação com itens industrializados, impulsionando o posicionamento global do Brasil como fornecedor confiável e inovador.
Parcerias estratégicas e certificações que fortalecem o agronegócio brasileiro
O Egito, parceiro de longa data nas exportações de proteínas animais, aprovou a importação de carne de patos, outras aves e coelho.
O reconhecimento da certificação halal brasileira tem sido um diferencial competitivo importante, assegurando previsibilidade e confiança no abastecimento.
A parceria reforça o papel do Brasil como um dos maiores exportadores mundiais de carnes, além de abrir espaço para produtos alternativos de alto valor nutricional.
Esse avanço também se conecta à meta do governo de ampliar a presença em mercados muçulmanos, onde a demanda por proteína de origem segura e certificada cresce de forma constante.
A Índia, por sua vez, representa um passo estratégico para a economia circular no setor pecuário.
Durante missão oficial do vice-presidente da República, foi acordada a exportação de derivados de ossos bovinos, chifres e cascos, insumos utilizados na fabricação de gelatina, produtos industriais e até na indústria têxtil.
Essa iniciativa amplia o aproveitamento integral dos subprodutos do gado, reduz o desperdício e estimula a geração de valor agregado.
Além de fortalecer o comércio bilateral, o acordo consolida o compromisso do agronegócio brasileiro com práticas sustentáveis e inovadoras, integradas à agenda ambiental e industrial global.
Diversificação de produtos e mercados reforça a competitividade global
De janeiro a setembro de 2025, 37% das novas aberturas comerciais brasileiras ocorreram na Ásia, demonstrando o peso crescente do continente na estratégia de internacionalização do setor.
A soma desses resultados reflete o trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE), que têm atuado na diplomacia comercial para ampliar o acesso a mercados de alto potencial.
Cada novo acordo representa não apenas uma oportunidade de exportação, mas também um avanço no posicionamento do país como referência em qualidade, segurança alimentar e sustentabilidade.
O fortalecimento do agronegócio brasileiro nesses novos destinos evidencia uma mudança estrutural na forma como o Brasil se projeta no comércio internacional.
Ao diversificar portfólios, priorizar valor agregado e adotar práticas produtivas sustentáveis, o setor consolida um modelo competitivo e inovador, capaz de atender às demandas de economias exigentes e de alto consumo, como Japão, Singapura, Coreia do Sul, Egito e Índia.