Fatores como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e os altos preços do commodity no mercado internacional causarão uma forte redução na demanda pelo gás natural ao longo dos próximos anos, segundo as projeções da AIE.
Em meio a um cenário de instabilidade no setor de combustíveis internacional, as projeções da Agência Internacional de Energia (AIE) nesta quarta-feira, (06/07), para o futuro do mercado de gás natural não são tão otimistas. Isso, pois o órgão prevê que os altos preços do commodity no cenário internacional e os conflitos geopolíticos causarão uma queda forte na demanda pelo produto ao longo dos próximos anos, impactando o mercado de combustíveis.
Mercado de gás natural internacional pode sofrer com queda na demanda do commodity ao longo dos próximos anos, aponta projeções da AIE
A AIE está com projeções nada positivas para o segmento de combustíveis durante os próximos anos, uma vez que, com o cenário internacional cada vez mais instável, a tendência é que a demanda pelo gás natural diminua de forma significativa. As pesquisas da agência apontam que fatores como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que desencadeou uma crise no abastecimento de mercadorias, e os altos preços do commodity poderão contribuir para um cenário instável nos próximos anos.
Os dados estão disponíveis no relatório da AIE, lançado nesta última terça-feira, que prevê que a demanda global por gás natural aumentará em 140 bilhões de metros cúbicos entre 2021 e 2025. Apesar desses números parecerem significativos e otimistas para o mercado de combustíveis internacional, isso é menos da metade do aumento de 370 bilhões de metros cúbicos observado nos cinco anos anteriores.
- Vitória do petróleo e gás? Empresas petrolíferas estão se afastando da energia verde e faturando BILHÕES com combustíveis fósseis
- Petrobras choca o mundo ao prometer TRANSFORMAR o Brasil com investimento de US$ 111 BILHÕES e geração de milhares de empregos! Será a virada do país?
- Petrobras tem plano audacioso de investimentos: a área de exploração e produção contará com um orçamento de US$ 77 bilhões (R$ 440 bilhões), enquanto US$ 20 bilhões (R$ 114 bilhões) serão destinados ao refino
- Brasil e Argentina fecham mega-acordo para importar gás natural barato e revolucionar a integração energética na América do Sul!
Dessa forma, a economia dos países exportadores do produto será fortemente afetada com a queda na demanda pelo commodity. Além disso, as projeções da AIE também apontam para um crescimento econômico cada vez mais lento nas principais nações do mundo, o que contribuirá para a baixa procura pelo gás natural.
Outro ponto importante na análise é a questão ambiental, uma vez que, embora seja mais limpo quanto à poluição atmosférica em relação a outros combustíveis, o metano liberado durante o processo de extração do gás natural é um fator significativo das mudanças climáticas. Dessa forma, as discussões acerca dos impactos dessa substância no meio ambiente também podem colaborar para uma diminuição na procura pelo commodity.
Guerra entre Rússia e Ucrânia agravou cenário de alta nos preços do gás natural e contribuiu para um futuro instável no mercado do commodity
O principal ponto analisado pela AIE na questão da queda na demanda pelo gás natural no futuro é a influência dos conflitos entre a Rússia e a Ucrânia, eclodidos no início do ano. Essa guerra vem afetando fortemente a cadeia de abastecimento mundial, uma vez que os portos estão realizando restrições e a movimentação de cargas entre os países envolvidos está cada vez menos recorrente.
Dessa forma, a AIE aponta que os esforços dos países da União Europeia para se livrar do gás russo levarão a uma queda nas exportações de gasodutos da Rússia para o bloco de 55% para 75%. Assim, Keisuke Sadamori, diretor de mercados de energia e segurança da agência, destacou o impacto do cenário nos preços do gás natural e ressaltou que a crise no abastecimento mundial vem causando um forte amento nesses valores.
O executivo finalizou: “Agora estamos vendo picos de preços inevitáveis à medida que países ao redor do mundo competem por remessas de gás natural, mas a resposta mais sustentável à crise global de energia de hoje são os esforços e políticas para usar a energia com mais eficiência e acelerar as transições de energia limpa”.