Em entrevista no Brasil, o CEO mundial da Renault revelou que o Sandero e o Logan não voltam às lojas porque os carros populares deixaram de gerar lucro, refletindo uma mudança global das montadoras para modelos mais caros e rentáveis
O Sandero, um dos carros mais vendidos do Brasil na última década, saiu de linha e não deve mais voltar. Segundo o CEO mundial da Renault, a decisão foi estratégica: a marca não pretende mais produzir veículos de baixo custo, mesmo que tenham grande volume de vendas.
O executivo da RENAULT afirmou que o Sandero e o Logan não geravam margem de lucro suficiente para justificar a continuidade de produção. O foco da empresa agora está em carros de maior valor agregado, acompanhando um movimento que já atinge outras montadoras globais e que pode redefinir o conceito de “carro popular” no Brasil.
O fim de uma era: Sandero e Logan saem do mapa
O Sandero, lançado em 2007, foi um sucesso imediato no mercado brasileiro, alcançando milhões de unidades vendidas e presença constante entre os veículos mais emplacados.
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No entanto, a alta dos custos de produção e a pressão por rentabilidade mudaram o rumo da estratégia da Renault.
De acordo com o próprio CEO, a marca “não ganha dinheiro com carros baratos” e decidiu encerrar a produção dos modelos populares.
A prioridade agora é concentrar recursos em veículos mais sofisticados, como SUVs híbridos e elétricos, que oferecem margens de lucro superiores mesmo com volume menor de vendas.
Estratégia global: menos volume, mais lucro
A decisão da Renault segue uma tendência internacional. Grandes montadoras vêm abandonando o segmento de entrada, considerado de baixo retorno financeiro.
O raciocínio é simples: é melhor vender menos unidades, mas com lucro maior por carro, do que competir por volume em um mercado cada vez mais apertado.
A General Motors e a Ford já trilharam caminho semelhante.
A GM, por exemplo, reduziu drasticamente a produção de carros compactos e concentrou seus esforços em SUVs e picapes.
Já a Ford encerrou as operações de fabricação no Brasil, passando a atuar apenas como importadora.
O carro popular que deixou de ser popular
O conceito de “carro popular” também mudou.
O que antes era sinônimo de veículo acessível, com motor 1.0 e preço abaixo de R$ 40 mil, hoje beira os R$ 80 mil. Isso afastou boa parte dos consumidores que tradicionalmente sustentavam esse segmento.
Mesmo com adaptações simples, como versões “Robust” e equipamentos reduzidos, as montadoras não conseguem atingir o preço que o mercado associa ao popular.
O resultado é um vácuo: nem as fábricas querem produzir carros de baixo custo, nem o público consegue pagar pelos novos valores.
O impacto no mercado brasileiro
Com o fim do Sandero, a Renault viu sua participação de mercado cair de 10% para cerca de 5%.
Ainda assim, a marca considera o resultado positivo, já que conseguiu aumentar a rentabilidade por veículo.
O foco agora é reposicionar o portfólio, trazendo modelos mais tecnológicos e compatíveis com o padrão europeu.
Essa transição, porém, levanta uma questão importante: há espaço para o carro realmente acessível no Brasil?
Enquanto o poder de compra do consumidor encolhe, as montadoras buscam sustentabilidade financeira em um mercado que valoriza mais o lucro do que o volume.
O fim do Sandero simboliza a transformação profunda da indústria automotiva.
O carro que marcou uma geração de brasileiros desaparece para dar lugar a uma nova lógica de mercado, baseada em exclusividade e margem de lucro.
E você, já teve um Sandero, Logan ou outro carro simples que deixou saudade? Conta nos comentários qual modelo marcou sua vida e se você acredita que ainda há espaço para carros realmente populares no Brasil.



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