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Adeus, Brasil! Após ser barrada pelo Ibama e explorações sem sucesso, Petrobras se junta a Shell e Exxon para explorar jazidas bem longe do Brasil; veja onde as gigantes querem extrair combustível

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 27/09/2024 às 20:03
Petrobras busca novas oportunidades na África e Argentina após dificuldades no Brasil. Novas parcerias e blocos promissores na mira.
Petrobras busca novas oportunidades na África e Argentina após dificuldades no Brasil. Novas parcerias e blocos promissores na mira.

A Petrobras aposta na África e na Argentina para superar desafios no Brasil. A estatal busca parcerias com gigantes do setor e novas áreas promissoras para exploração.

Depois de anos apostando todas as suas fichas no pré-sal e enfrentando seguidos desafios ambientais e regulatórios, a estatal decidiu olhar além das fronteiras brasileiras.

A busca por novas oportunidades de exploração está levando a Petrobras a se unir a outras gigantes do setor, como Shell e ExxonMobil, para explorar territórios fora do Brasil.

Segundo informações do jornal O Globo, Sylvia dos Anjos, diretora-executiva de exploração e produção da Petrobras, revelou que a empresa está em negociações avançadas para adquirir participações em blocos de exploração na África, unindo forças com empresas como Exxon, Shell, TotalEnergies e Equinor.

O objetivo? Explorar promissoras jazidas em países como Namíbia, África do Sul e Angola. A estratégia envolve aproveitar a vasta experiência da Petrobras em poços de águas profundas, uma especialidade que a estatal desenvolveu com maestria no pré-sal brasileiro.

Novos horizontes: o olhar da petrobras na áfrica

A Namíbia, um país localizado na costa sudoeste da África, desponta como uma das apostas mais ousadas da Petrobras.

A estatal brasileira está de olho no campo Mopane, operado pela Galp Energia, onde a descoberta de petróleo offshore levantou grandes expectativas.

A Petrobras busca adquirir 40% de participação nesse campo, o que lhe daria o controle operacional de uma das áreas mais promissoras da região.

Além disso, a estatal já adquiriu participações minoritárias em três blocos da Shell em São Tomé e Príncipe, um arquipélago africano cujas características geológicas se assemelham às da Guiana, país que recentemente viveu uma verdadeira revolução econômica após descobertas significativas de petróleo.

O interesse da Petrobras na África faz parte de uma estratégia mais ampla para diversificar suas operações fora do Brasil, após uma série de explorações sem sucesso no pré-sal brasileiro.

A maioria das descobertas de petróleo no Brasil aconteceu no início deste século, mas os esforços mais recentes têm gerado resultados aquém das expectativas.

Isso levou a estatal a reconsiderar suas prioridades e buscar novas oportunidades fora do país.

Geologia e história: a conexão entre brasil e áfrica

Mas por que a Petrobras está tão interessada na África? A resposta pode estar na geologia. Há milhões de anos, África e América do Sul eram conectadas como um único continente, e as formações geológicas resultantes dessa separação apresentam grandes semelhanças.

Isso torna a África um alvo natural para as explorações da Petrobras, especialmente em países como a Namíbia, onde muitos especialistas acreditam que pode surgir uma nova “Guiana”, graças às suas descobertas gigantescas.

Enquanto negocia esses acordos, a Petrobras também busca fortalecer laços com parceiros já estabelecidos no setor.

Na última semana, o CEO da Shell, Wael Sawan, reuniu-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Nova York, sinalizando uma maior cooperação entre as duas empresas.

Patrick Pouyanne, CEO da TotalEnergies, também manifestou interesse em colaborar com a Petrobras em projetos internacionais, segundo declarações feitas durante uma conferência no Rio de Janeiro.

A argentina e a promessa de vaca muerta

Além da África, a Petrobras também está de olho em oportunidades mais próximas de casa. A empresa planeja investir em Vaca Muerta, uma das maiores reservas de petróleo e gás de xisto do mundo, localizada na Argentina.

Segundo Sylvia dos Anjos, a Petrobras já manteve conversas com as empresas Tecpetrol e YPF, que buscam dividir os custos de desenvolvimento da região com parceiros estratégicos.

Esse investimento em Vaca Muerta faz parte do plano da Petrobras para garantir o fornecimento de gás natural ao Brasil, tanto para a indústria local quanto para o setor de energia.

A estatal quer aumentar suas importações de gás da Bolívia e viabilizar a produção de fertilizantes no país, um setor estratégico para o Brasil, que depende fortemente de insumos importados.

Sem volta à venezuela

Se há um local que a Petrobras descarta de seus planos, é a Venezuela. Mesmo após pedidos diretos do presidente venezuelano Nicolás Maduro, a estatal brasileira decidiu não retornar às operações em território venezuelano.

As condições ambientais dos campos de petróleo, especialmente no Lago Maracaibo, foram o principal obstáculo.

Segundo Sylvia dos Anjos, o lago está em um estado crítico de poluição, com enormes quantidades de petróleo vazando para as águas, o que torna inviável a participação da Petrobras na região.

Além disso, a Petrobras está de olho em obter as licenças necessárias para explorar a bacia da Foz do Amazonas, localizada na Margem Equatorial brasileira.

A indústria petrolífera tem grandes expectativas sobre essa região, onde se espera que ocorram descobertas semelhantes às que a Exxon fez na Guiana.

Mas enquanto as licenças não são liberadas, a África e a Argentina seguem como as principais apostas da Petrobras para garantir sua expansão.

Futuro incerto ou sucesso garantido?

A nova estratégia da Petrobras de diversificação geográfica é vista como uma tentativa de contornar os desafios enfrentados no Brasil e aumentar sua competitividade global.

Com investimentos em países da África e na Argentina, a estatal espera capitalizar sua experiência em águas profundas e fortalecer sua posição no mercado energético.

No entanto, ainda resta saber se essas apostas ousadas se transformarão em descobertas lucrativas ou se trarão novos desafios para a Petrobras.

Você acha que a Petrobras está fazendo certo ao começar a olhar para fora do Brasil? Ou acredita que a empresa deveria continuar se concentrando em atuar 100% em nosso país? Deixe sua resposta nos comentários! Até a próxima!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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