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Acordo histórico entre Estados Unidos e União Europeia redefine tarifas em setores bilionários e pode mudar o jogo global de carros, aviões e químicos

Publicado em 24/09/2025 às 14:39
Acordo entre Estados Unidos e União Europeia muda tarifas e o jogo em carros, aviões e químicos
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Documento formal redefine tarifas entre Estados Unidos e União Europeia, abre exceções e projeta efeitos em cadeias bilionárias de valor.

O novo entendimento entre Estados Unidos e União Europeia foi oficializado e terá seu texto publicado no Federal Register. A medida reposiciona alíquotas, cria faixas de isenção e condiciona reduções em segmentos estratégicos com foco em carros, aviões e insumos químicos. Segundo apuração da IstoÉ Dinheiro, Washington aplicará o regime de nação mais favorecida (MFN) a uma lista de produtos europeus e desenhará desonerações graduais para o setor automotivo, atreladas a contrapartidas da UE.

Para mercados que movimentam dezenas de bilhões, a nova arquitetura tarifária pode redefinir preços, rotas de exportação e margens de fornecedores.

Do lado europeu, o pacote inclui exceções agro, metálicas e industriais, revertendo sobretaxas herdadas de ordens executivas.

O que muda nas tarifas (e o que fica igual)

De acordo com a IstoÉ Dinheiro, os EUA passarão a aplicar MFN a aeronaves, peças de aeronaves, cortiça, medicamentos genéricos e insumos químicos.

Tarifas variam por produto: 0% para alguns remédios, 2,5% para determinados veículos, 4% em partes metálicas e até 6,5% em categorias específicas de químicos industriais. Esse leque padroniza a referência de alíquotas e reduz incerteza regulatória em setores de alta complexidade.

Ao mesmo tempo, não há “tarifa zero” ampla: o desenho mantém faixas e condicionantes para evitar choques competitivos.

A publicação oficial prevista para o dia 25, no diário norte-americano é o gatilho de validade e dá previsibilidade a operadores logísticos e fiscais, destaca a IstoÉ Dinheiro.

Carros, aviões e químicos: os efeitos imediatos

No automotivo, o acordo prevê reduções graduais sobre veículos e autopeças europeias, condicionadas a contrapartidas da UE.

Na prática, montadoras e sistemistas ganham horizonte para negociar contratos, mas o alívio não é automático: depende de métricas pactuadas e cronograma.

Isso pode segurar pressões inflacionárias em componentes, ao mesmo tempo em que protege a indústria doméstica durante a transição.

Na aeronáutica, MFN para aeronaves e peças ajuda a destravar encomendas e MRO (manutenção, reparo e revisão).

Menor fricção tarifária tende a encurtar prazos e suavizar custos de supply chain relevante em um momento de fila por aeronaves novas e reposição de frota.

Já nos insumos químicos, a escadinha de 0% a 6,5% cria competição mais fina por nicho, forçando ganhos de eficiência e acordos de longo prazo entre fabricantes e distribuidores.

Exceções e reversões: onde as sobretaxas saem de cena

Para produtos agrícolas, metais e insumos industriais, a IstoÉ Dinheiro aponta uma bateria de isenções que retira sobretaxas aplicadas por decisões anteriores.

Esse ponto é sensível para alimentos, fertilizantes, aços e alumínios, cadeias onde ¢ por quilo alteram o negócio. Ao remover sobretaxas herdadas, o acordo limpa o retrovisor e reabre a mesa de custos para novos contratos anuais.

Importante: isenção não é laissez-faire. Listas positivas e negativas continuam a existir; monitoramento e revisão seguem na pauta para evitar arbitragens. Empresas terão de ler o anexo fino: classificação NCM/HTS e regras de origem seguem determinantes.

Quem ganha, quem perde (e por quê)

Ganha quem opera cadeias integradas transatlânticas e precifica longo prazo: aeroespacial, químico-industrial, autopeças com forte engenharia e fornecedores de alto mix.

A previsibilidade de MFN e a redução condicionada no automotivo melhoram o planejamento de CAPEX e estoque.

Perde quem se beneficiava de janelas oportunistas de tarifa e arbitragem de exceções.

Com faixas mais estáveis, competitividade volta para custo, qualidade e logística. Fabricantes com baixo conteúdo tecnológico terão menos “colchão tarifário” para esconder ineficiências.

E o Brasil no meio desse tabuleiro?

Mesmo fora do acordo, exportadores brasileiros que vendem para EUA e UE podem sentir efeitos indiretos: concorrentes europeus com tarifa MFN podem ganhar fôlego em nichos de químicos e aero, enquanto cadeias globais de autopeças recalibram origem e conteúdo regional.

Operadores logísticos devem ver ajustes de rotas conforme custo total entregue muda na margem.

Para empresas locais fornecedoras de insumos a multinacionais nos dois blocos, a mensagem é clara: compliance tarifário, leitura de regras de origem e engenharia tributária viram vantagem competitiva.

Acordos longos com cláusulas de revisão podem ancorar margem em um ambiente de preço mais previsível.

Linha do tempo e governança: o que observar a seguir

A eficácia começa com a publicação no Federal Register. A partir daí, agências americanas e órgãos europeus devem emitir guias e Q&A para operadores.

Empresas precisam sincronizar times de comércio exterior, fiscal e jurídico para reclassificar itens, checar elegibilidade de MFN e rever contratos de fornecimento.

Pontos de atenção:

  • Veículos e autopeças: critérios das contrapartidas da UE e o ritmo real das reduções.
  • Químicos: subitens a 6,5% e lista de exceções que podem mexer com margens.
  • Agro/metais: escopo das isenções e procedimentos para aplicar a reversão de sobretaxa.

O acordo Estados Unidos e União Europeia reorganiza tarifas sem romper o tabuleiro. Ao combinar MFN, reduções condicionadas e isenções pontuais, a política acomoda competitividade e estabilidade dois ativos raros para cadeias globais.

Para as empresas, o jogo agora é execução: classificação correta, contratos inteligentes e logística afinada.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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