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Abastecendo o Futuro: O Poder e os Desafios da Transição Energética no Brasil e Nordeste

Escrito por Corporativo
Publicado em 11/10/2024 às 17:09

Evento da ABDE discute o potencial do Brasil em liderar a transição energética com foco na energia limpa e inclusão social no Nordeste.

Em um evento recente organizado pela ABDE, foi amplamente discutido o papel preponderante que o Brasil pode desempenhar na transição energética global. Especialistas e líderes do setor reuniram-se para explorar caminhos e estratégias que posicionem o país como um protagonista na adoção de práticas energéticas mais sustentáveis. O foco principal está nas oportunidades que regiões específicas, como o Nordeste, oferecem com seu vasto potencial para incrementar e liderar essa mudança essencial no panorama energético mundial.

Na busca por uma transição energética eficaz, o destaque recai sobre o desenvolvimento de energias renováveis, que são fundamentais para se alcançar uma matriz mais equilibrada e ambientalmente responsável. Essa mudança não só impulsiona a criação de novos empregos e infraestrutura no Nordeste como também promove uma transição justa, assegurando que comunidades locais sejam beneficiadas de maneira equitativa. O evento enfatiza a necessidade de ações concretas para que o Brasil não apenas acompanhe, mas, lidera os esforços globais nessa nova era de energia sustentável.

O Financiamento à Transição Justa no Nordeste

A Sociedade Nacional de Fomento (SNF) se uniu a autoridades durante o 4º Fórum Debate para o Desenvolvimento, que abordou o tema crucial do financiamento à transição justa e o potencial do Nordeste brasileiro. Este evento, promovido pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) em associação com o Banco do Nordeste (BNB), coloca em foco como financiar a transição energética e transformá-la em uma estratégia viável e inclusiva.

O fórum reuniu uma diversidade de especialistas de instituições de relevância nacional e internacional, como o Banco Mundial, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD). Durante as discussões, as instituições concentraram-se em estratégias eficazes para financiar e viabilizar a transição energética justa e inclusiva, ressaltando o promissor potencial do Nordeste para se tornar um país líder no campo.

Urgência Climática e Energias Renováveis

Na abertura, a diretora da ABDE e presidente da Agência de Fomento do Rio Grande do Norte (AGN), Márcia Maia, enfatizou a situação climática global e a premente necessidade da transição energética, ao sublinhar que em 2023, a temperatura média da Terra excedeu o limite de 1,5°C acordado no Acordo de Paris. Ela destacou ainda que o Brasil é responsável por 3% das emissões globais de carbono, estando na sexta posição no ranking dos maiores emissores. No entanto, Maia salientou que a matriz energética brasileira é privilegiada, com uma participação de 45% de fontes renováveis, uma média bem acima do cenário global, transformando o Brasil em um modelo a seguir.

A geração de energia elétrica no Brasil é ainda mais voltada para a sustentabilidade, com 85% proveniente de fontes renováveis, principalmente devido ao crescimento significativo das energias eólica e solar, que hoje representam mais de 30% da matriz energética do país, como apontam recentes dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Maia destacou ainda o papel crucial do Nordeste nesse panorama, indicando que o regime de ventos e a alta incidência solar elevam a região como um dos principais polos de energias renováveis no Brasil.

Potencial do Nordeste em Hidrogênio Verde

Citou também o estado do Rio Grande do Norte, que alcançou recentemente a marca de 10 gigawatts (GW) de potência instalada em energia eólica. Com o investimento correto, Maia afirmou que o Nordeste pode se transformar em uma potência na produção de hidrogênio verde, considerado uma das soluções mais inovadoras dentro da transição energética. O presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, trouxe à discussão uma perspectiva profundamente entranhada na inclusão social e econômica, elementos fundamentais para uma transição rumo a uma economia de baixo carbono.

‘Uma transição energética justa necessariamente implica a redução das desigualdades regionais e as instituições financeiras de fomento desempenham um papel crucial nesse trajeto,’ afirmou Câmara. Ele apresentou dados que destacam o Banco do Nordeste como agente central na promoção do desenvolvimento sustentável na região. Em 2023, foram aplicados R$ 58,5 bilhões em crédito nos nove estados que compõem a região nordestina e no norte de Minas Gerais e Espírito Santo, um aumento de 27% comparado ao ano anterior. Desse total, R$ 37 bilhões foram dedicados a projetos de energias renováveis, como solar e eólica, destacando o compromisso com a matriz energética limpa.

Inclusão Social Através de Programas de Microcrédito

Câmara evidenciou o êxito dos programas de microcrédito urbano e rural do BNB, que têm desempenhado um papel significativo na inclusão econômica. O programa Crediamigo investiu R$ 10,6 bilhões em 2023, com mais de 14 mil transações realizadas diariamente, enquanto o Agroamigo, dedicado à agricultura familiar, movimentou R$ 5,7 bilhões. ‘Esses programas são vitais para assegurar que o crédito produtivo alcance aqueles que realmente precisam, fomentando não apenas a geração de energia mas também a melhoria da qualidade de vida para milhões de brasileiros,’ declarou Câmara.

O papel central da tecnologia e da inovação na transição energética foi abordado por Ruben Delgado, presidente da Softex. Ele destacou o impacto positivo das startups e das novas tecnologias na geração de empregos e na aceleração do processo de descarbonização. ‘O Brasil precisa ser um produtor de tecnologia, e não somente consumidor,’ enfatizou Delgado, revelando que a Softex já investiu mais de R$ 90 milhões em capacitação no Ceará, visando a formação de programadores e impulsionando o desenvolvimento de startups tecnológicas.

Inovação Tecnológica e Cadeias Produtivas

Segundo Delgado, mais de 6 mil startups foram beneficiadas nos últimos anos, com investimentos totais de R$ 3 bilhões destinados à inovação. ‘A inovação tecnológica não é apenas um diferencial para o setor energético, mas também para todas as cadeias produtivas do Brasil,’ afirmou. Paulo Simplício, da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), reforçou a importância da parceria com o Banco do Nordeste e outras instituições locais, salientando o papel da AFD em projetos de infraestrutura resiliente e energias renováveis no Nordeste brasileiro.

‘A AFD já financiou mais de 5 mil projetos em 160 países e o Brasil é um dos cinco maiores beneficiários desses recursos,’ afirmou Simplício. Ele ressaltou que a AFD tem direcionado seu foco estratégico no financiamento de energias renováveis no Brasil, priorizando projetos de energia solar, eólica e hidrogênio verde. ‘Nos últimos anos, a AFD tem alocado recursos para fortalecer cadeias produtivas locais, promovendo uma infraestrutura mais resiliente e alinhada com os princípios de uma transição energética justa,’ destacou.

O Fórum Debate prossegue durante o dia com discussões acerca dos desafios e oportunidades que o Nordeste enfrenta no contexto global da transição energética. Confira a programação completa que está sendo transmitida ao vivo através do link: <https://www.youtube.com/live/dxkZ7SnhH2o>.

Fonte: Imprensa ABDE

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