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A Yamaha que desafiou a Honda e chegou para quebrar a hegemonia da CG e se tornou um sucesso de confiabilidade

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 17/06/2025 às 08:49
Atualizado em 19/06/2025 às 23:51
A Yamaha que desafiou a Honda: A história da YBR 125, a moto que quebrou a hegemonia da CG
A Yamaha que desafiou a Honda: A história da YBR 125, a moto que quebrou a hegemonia da CG
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No início do novo milênio, o mercado brasileiro de motos tinha um sinônimo: Honda CG. Por décadas, ela reinou praticamente sozinha. Foi então que, em março de 2000, um competidor chegou para mudar o jogo. A Yamaha YBR 125 não foi apenas mais um lançamento; foi o primeiro grande desafio à soberania da CG, oferecendo uma alternativa real para o consumidor.

Com um projeto mais moderno, motor superior e itens como partida elétrica e freio a disco, a Yamaha YBR 125 se provou uma concorrente à altura. Sua combinação de inovação, conforto e uma confiabilidade que se tornou lendária conseguiu o que parecia impossível: forçar uma nova era de competição e evolução no segmento mais importante de motocicletas do Brasil.

O cenário antes de 2000: O reinado absoluto da Honda CG no Brasil

Para entender o impacto da Yamaha YBR 125, é preciso lembrar como era o mercado antes dela. Desde o início de sua produção em Manaus, em 1976, a Honda CG 125 era mais que uma moto; era o veículo padrão do país. Com sua reputação de robustez, simplicidade mecânica e uma imensa rede de concessionárias, a CG dominava o mercado de forma incontestável.

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Seu motor OHV, embora antigo, era conhecido como indestrutível. A Honda também foi pioneira ao lançar a primeira moto a álcool do mundo em 1981. Esse domínio, no entanto, gerou uma certa estagnação. As evoluções da CG eram graduais, focadas em custo e confiabilidade, mas não em modernidade ou design. O mercado estava pronto para algo novo.

Março de 2000: Os diferenciais que tornaram a Yamaha YBR 125 uma ameaça real

No início do novo milênio, o mercado brasileiro de motos tinha um sinônimo: Honda CG. Por décadas, ela reinou praticamente sozinha. Foi então que, em março de 2000, um competidor chegou para mudar o jogo. A Yamaha YBR 125 não foi apenas mais um lançamento; foi o primeiro grande desafio à soberania da CG, oferecendo uma alternativa real para o consumidor.

O lançamento da Yamaha YBR 125 foi um movimento estratégico. Ciente de que não podia competir em volume, a Yamaha focou nos pontos fracos da CG: design e tecnologia.

Design e estilo: enquanto a CG era conservadora, a YBR tinha um design de inspiração europeia, com tanque esculpido e visual mais esportivo. Era uma moto que unia trabalho e lazer.

Tecnologia e conveniência: este foi o diferencial decisivo. A Yamaha ofereceu a YBR 125 em três versões, sendo a mais completa (ED) com partida elétrica e freio a disco dianteiro. Na época, a CG Titan topo de linha ainda usava freio a tambor, uma tecnologia inferior, especialmente na chuva.

Motorização superior: o coração da YBR era um motor OHC (comando de válvulas no cabeçote). A CG usava um motor OHV (comando no bloco). Na prática, o motor da YBR era mais moderno, vibrava menos e tinha um funcionamento mais suave e refinado.

A YBR 125 contra a CG 125 Titan no papel

Colocando os dois modelos lado a lado, as filosofias de engenharia ficam claras. Embora ambas tivessem a mesma potência de 12,5 cv, a Yamaha YBR 125 entregava essa força em uma rotação mais baixa.

A maior diferença estava no torque, responsável pela sensação de “puxada”. A YBR oferecia 1,19 kgf.m a 6.500 rpm, enquanto a CG entregava 1,00 kgf.m a 7.500 rpm. Isso tornava a YBR mais ágil e confortável no trânsito, exigindo menos trocas de marcha. Somado ao freio a disco e à suspensão com maior curso, a YBR oferecia um pacote tecnicamente superior em segurança e conforto.

Confiabilidade, economia e os problemas crônicos da YBR

O verdadeiro teste de uma moto acontece no dia a dia. Donos da Yamaha YBR 125 rapidamente consolidaram sua reputação. A palavra mais usada para descrevê-la é “confiabilidade”. Relatos de motos com mais de 100.000 km sem problemas mecânicos graves são comuns. A economia também é um pilar, com médias de consumo que variavam de 30 a 40 km/l.

No entanto, a moto não era perfeita. A principal crítica era a dificuldade e o custo para encontrar peças, especialmente em cidades pequenas, um ponto onde a imensa rede da Honda sempre levou vantagem. Além disso, seu desempenho era modesto, sendo uma moto estritamente urbana. Com o tempo, alguns problemas crônicos, como folga no rolamento da coroa e quebra de cabos, foram identificados.

Como a Yamaha YBR 125 mudou o mercado para sempre

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Embora nunca tenha vendido mais que a CG, o impacto da Yamaha YBR 125 foi transformador. Em apenas dois anos, a Yamaha dobrou sua participação de mercado no Brasil, forçando a Honda a reagir e a acelerar a modernização da própria CG.

A maior vitória da YBR foi conceitual. Ela provou que uma moto utilitária podia ser confiável, econômica e, ao mesmo tempo, ter design moderno e tecnologia. Ela deu ao consumidor brasileiro algo que ele não tinha: uma escolha real. Ao fazer isso, a Yamaha YBR 125 inaugurou uma nova era de competição que elevou o padrão de todas as motos populares no país, um legado que beneficia os motociclistas até hoje.

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J S S
J S S
23/06/2025 15:06

Tenho uma ybr e 2003.
Saiu da loja e até hoje foi só satisfação.

Marcondes Ribeiro
Marcondes Ribeiro
22/06/2025 09:16

tenho uma ybr 2005 até hoje estou com ela já se passaram 20 anos
o conforto nem se fala moto silenciosa nunca me deu broblemas

Tiago c serafim
Tiago c serafim
Em resposta a  Marcondes Ribeiro
22/06/2025 11:05

Minha primeira moto também foi uma Ybr 2005 zerada. Moto sem igual. Macia confortável econômica. Em matéria de Maciez conforto e economia a Honda nunca vai superar a Yamaha. Até 42 km litro ela fazia. Foi por 8 anos meu chodo. Aquele azul impecável. Hoje tenho uma fazer 2008 e olha também azul. Pra mim Yamaha é sinônimo de confiabilidade.

Wesley Fernandes
Wesley Fernandes
20/06/2025 23:10

Eu tenho uma ybr pra mim, não existe moto melhor que dá Yamaha.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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