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A torre de observação no Brasil de 325 metros de altura que monitora o clima e os gases da floresta

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 22/05/2025 às 14:54
ATTO: A torre de observação da Amazônia com 325m, mais alta que a Torre Eiffel! Veja como ela monitora o clima e gases da floresta para estudos cruciais
ATTO: A torre de observação da Amazônia com 325m, mais alta que a Torre Eiffel! Veja como ela monitora o clima e gases da floresta para estudos cruciais
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Conheça a ATTO, a torre de observação da Amazônia mais alta que a Torre Eiffel, crucial para estudos ambientais ao monitorar o clima e gases da maior floresta tropical do mundo.

A torre de observação da Amazônia (ATTO) fornece dados cruciais para estudos ambientais sobre as interações floresta-atmosfera. Sua altura permite investigar o transporte de massas de ar por centenas de quilômetros, em um ambiente amplamente livre de impactos humanos diretos.

No coração da floresta amazônica, no município de São Sebastião do Uatumã (AM), ergue-se o Observatório da Torre Alta da Amazônia. Esta estrutura metálica de 325 metros, mais alta que a Torre Eiffel, é uma instalação científica singular dedicada a monitorar o clima e a composição de gases da região.

Um gigante científico na floresta: conhecendo a torre de observação da Amazônia (Atto)

A torre de observação da Amazônia (ATTO) é vital devido ao papel insubstituível da floresta amazônica nos ciclos globais de carbono e água e na regulação climática. A região é considerada um potencial “ponto de inflexão” no sistema climático terrestre, justificando o investimento e o esforço internacional na ATTO. A altura de 325 metros da torre principal é um requisito científico para coletar dados de uma “pegada” atmosférica de aproximadamente 100 km², representando um sinal regionalmente significativo.

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Localizada a cerca de 150 km a nordeste de Manaus, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, a ATTO está em uma área de floresta primária amplamente intocada. Isso permite o monitoramento de gases de efeito estufa e aerossóis em condições de base, com mínima interferência humana, recebendo massas de ar limpas transportadas do Atlântico Tropical.

Engenharia e colaboração

ATTO A torre de observação da Amazônia com 325m, mais alta que a Torre Eiffel! Veja como ela monitora o clima e gases da floresta para estudos cruciais

O projeto ATTO é uma cooperação científica internacional entre Brasil e Alemanha, lançado em 2009. Instituições líderes incluem os Institutos Max Planck de Biogeoquímica e Química (Alemanha), o INPA e a UEA (Brasil). Os custos de construção e primeiros cinco anos de operação foram de aproximadamente 8,4 milhões de euros, financiados por órgãos como BMBF (Alemanha), MCTIC e FAPEAM (Brasil), e a Sociedade Max Planck.

A estrutura central é uma torre de aço estaiada de 325 metros, complementada por duas torres menores de 80 metros e um mastro de 81 metros. A pedra fundamental da torre principal foi lançada em 2014, e sua inauguração oficial ocorreu em 2015. A operação depende de infraestrutura de suporte como laboratórios, alojamentos, geradores a diesel e comunicação via satélite, com acesso logístico via Rio Uatumã.

O que a torre de observação da Amazônia monitora e descobre

O objetivo da torre de observação da Amazônia (ATTO) é aprimorar o entendimento das interações entre a floresta e a atmosfera. As investigações abrangem fontes e sumidouros de gases de efeito estufa (CO2, CH4, N2O), formação de partículas de aerossol (essenciais para nuvens), transporte de massas de ar e micrometeorologia. A questão central é como as mudanças climáticas influenciarão essas interações.

A pesquisa na ATTO estuda emissões florestais de Compostos Orgânicos Voláteis Biogênicos (BVOCs), como isopreno, e sua influência na formação de aerossóis. Também analisa a dinâmica de nuvens, o ciclo hidrológico e a turbulência atmosférica, utilizando instrumentos de ponta para medições meteorológicas, monitoramento de gases, caracterização de aerossóis, medições de fluxo (Eddy Covariance) e propriedades do solo. Um sistema de elevador robótico (RoLi) permite o perfilamento vertical automatizado de dados.

Descobertas cruciais

Os dados da ATTO revelaram que o aquecimento global pode ser mais intenso se o desmatamento não for contido, devido a alterações nas emissões de BVOCs. Constatou-se que a Amazônia emite três vezes mais isopreno do que se estimava e que a chuva induz “surtos” de nanopartículas, essenciais para a formação de nuvens. Estudos na torre de observação da Amazônia também identificaram um aumento nas emissões de metano da região desde 2014.

Além disso, a ATTO detectou “químicos eternos” (PFAS) na floresta, sugerindo transporte atmosférico de longa distância, e confirmou que poeira do Saara e fumaça de queimadas africanas afetam a Amazônia. O projeto colaborativo ATTOsynthesis visa integrar essas observações com modelos do sistema terrestre (ICON) para aprimorar previsões climáticas. Pesquisas ecológicas na área também investigam a biodiversidade e o funcionamento da floresta em solos pobres.

O alcance e o futuro da torre de observação da Amazônia

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A torre de observação da Amazônia (ATTO) preenche uma lacuna na rede global de monitoramento climático, sendo o equivalente tropical da torre ZOTTO na Sibéria. Ela fornece dados para políticas sobre mudanças climáticas, uso da terra e biodiversidade, e sedia iniciativas educacionais como a Escola de Verão da ATTO, formando novas gerações de cientistas. O projeto também se engaja com comunidades locais, promovendo conscientização ambiental e projetos colaborativos.

Com vida útil operacional mínima de 30 anos, a ATTO continuará sua missão através de fases de pesquisa como a ATTOplus. As futuras direções incluem investigação de “pontos de inflexão” do ecossistema amazônico, integração de estudos de biodiversidade e clima, e análise de poluentes emergentes e incêndios. A colaboração internacional teuto-brasileira permanece um modelo para enfrentar desafios ambientais globais.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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