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A nova arma contra o fogo: empresa chinesa cria tecido para bombeiros que resiste a 1.200 graus Celsius sem derreter ou encolher

Escrito por Carla Teles
Publicado em 18/09/2025 às 19:27
A nova arma contra o fogo: empresa chinesa cria tecido para bombeiros que resiste a 1.200 graus Celsius sem derreter ou encolher
Um novo tecido para bombeiros que resiste a 1.200°C e ainda é respirável? Entenda a tecnologia da nanomembrana chinesa que não derrete nem encolhe. Imagem: CGTN/X
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Empresa Safmax apresenta nanomembrana que não derrete nem encolhe, tecnologia que pode revolucionar o tecido para bombeiros globalmente.

Uma inovação tecnológica vinda da China promete aumentar drasticamente a segurança dos combatentes de incêndio. A empresa Safmax desenvolveu um novo tecido para bombeiros capaz de suportar temperaturas extremas de até 1.200 graus Celsius sem deformar, encolher ou derreter. A novidade foi apresentada na segunda Exposição de Tecnologia de Segurança Pública em Lianyungang, na China, e reportada pelo portal Interesting Engineering.

O diferencial deste material não está apenas na resistência térmica, mas na sua estrutura. Trata-se de uma nanomembrana que, segundo a fabricante, pode ser aplicada sobre tecidos comuns, oferecendo proteção extrema com leveza. O desenvolvimento visa responder a desafios modernos, como os incêndios de difícil controle em baterias de veículos elétricos (NEV), tornando-se uma solução considerada “eficaz e conveniente” para situações de alto risco.

A revolução da nanomembrana: fina, leve e respirável

O aspecto mais surpreendente da tecnologia da Safmax é sua dimensão e funcionalidade. Jiang Huangsen, CTO da empresa, revelou que a nanomembrana tem uma espessura de apenas 1% da espessura de um fio de cabelo humano. Apesar da fineza, o material demonstrou ser simultaneamente impermeável e à prova de vento, características cruciais para a proteção contra jatos de água e condições climáticas adversas durante o combate.

No entanto, a principal queixa dos bombeiros sobre trajes impermeáveis é a falta de respirabilidade, que leva rapidamente ao estresse térmico e exaustão. A Safmax abordou isso diretamente: durante a demonstração, Huangsen provou que, embora a água não consiga atravessar o tecido, o ar é liberado rapidamente. Essa capacidade de “respirar” é vital para regular a temperatura corporal do usuário durante o esforço intenso, combinando proteção externa com conforto interno.

O problema crescente dos incêndios em baterias

A resistência de 1.200°C não é um número aleatório; ela mira um dos problemas mais perigosos da atualidade: os incêndios em baterias de íon-lítio. Esses incêndios, comuns em veículos elétricos, atingem temperaturas altíssimas e são notoriamente difíceis de extinguir, pois podem sofrer reignição (fuga térmica) mesmo após horas. O novo material da Safmax foi especificamente citado como ideal para cobertores de incêndio capazes de isolar o fluxo de ar nesses incidentes.

Ao contrário de um incêndio convencional, onde o combate foca em resfriamento (água) ou abafamento (CO2), a fuga térmica da bateria gera seu próprio oxigênio internamente. A capacidade de um tecido para bombeiros manter sua integridade estrutural, sem derreter ou encolher, sob calor tão intenso é fundamental para conter esse tipo de fogo. Isso oferece aos socorristas uma nova ferramenta de isolamento direto, algo que os materiais atuais não conseguem garantir.

Como o novo tecido se compara aos materiais atuais?

Atualmente, os trajes de proteção contra fogo são complexos, pesados e caros. Conforme detalhado pelo Interesting Engineering, eles utilizam múltiplas camadas. A camada externa é geralmente feita de fibras de aramida, sendo a mais famosa o Nomex, que é valorizado por carbonizar (formar uma camada protetora de carvão) em vez de derreter e grudar na pele do usuário. Fibras como o Kevlar são frequentemente incorporadas para aumentar a resistência a rasgos e abrasão.

Outros tecidos, como o algodão, dependem de tratamentos químicos retardantes de chama (como ácido fítico ou polifosfato de amônio) para ganhar resistência. Esses tratamentos podem ser reativos (ligando-se à fibra) ou aditivos (revestindo o tecido). Eles funcionam liberando gases supressores ou criando uma camada isolante, mas a resistência é limitada e pode se degradar com lavagens e uso.

A proposta da Safmax, embora o CTO não tenha revelado a composição química exata da nanomembrana, parece diferir fundamentalmente. Ao invés de apenas retardar a chama ou carbonizar em temperaturas mais baixas, a nanomembrana promete resistir estruturalmente a 1.200°C. Se este novo tecido para bombeiros puder ser produzido em escala e com custo viável, ele representa um salto significativo sobre as aramidas convencionais, que se degradam em temperaturas bem inferiores.

Uma nova era para a segurança?

A introdução deste novo material pela Safmax pode representar uma mudança de paradigma na segurança pública. A capacidade de combinar resistência térmica extrema com leveza e respirabilidade é o objetivo buscado há décadas pela indústria de equipamentos de proteção individual (EPIs). A aplicação não se limitaria aos bombeiros, podendo se estender para a indústria metalúrgica, militar e aeroespacial.

Você concorda com essa mudança? Acha que essa tecnologia chinesa impacta o mercado global de equipamentos de segurança? Deixe sua opinião nos comentários, queremos ouvir quem vive isso na prática ou acompanha o setor de perto.

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Carla Teles

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