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A maior ponte marítima do mundo: Estrutura de 55 km que custou mais de US$ 15 bilhões e conecta três cidades, resistindo a tufões e terremotos de magnitude 8

Escrito por Carla Teles
Publicado em 22/10/2025 às 18:13
A maior ponte marítima do mundo: Estrutura de 55 km que custou mais de US$ 15 bilhões e conecta três cidades, resistindo a tufões e terremotos de magnitude 8
Conheça a maior ponte marítima do mundo: uma estrutura de 55 km e US$ 18,8 bi que liga Hong Kong a 3 cidades e resiste a tufões e terremotos.
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Conheça a estrutura de US$ 18,8 mil milhões que compõe a maior ponte marítima do mundo, projetada para resistir a mega-tufões e terremotos de magnitude 8, e o seu impacto na economia chinesa.

A Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (HZMB) redefiniu os limites da engenharia moderna ao estabelecer-se como a maior ponte marítima do mundo. Com uma extensão colossal de 55 quilômetros, esta mega-estrutura de mais de 18,8 mil milhões de dólares liga fisicamente três dos centros econômicos mais vitais da Ásia, Hong Kong, Zhuhai e Macau, através do Delta do Rio das Pérolas.

Mais do que uma obra de infraestrutura, a ponte é a espinha dorsal da estratégia chinesa para a “Grande Área da Baía” (GBA), um plano ambicioso para forjar um cluster econômico unificado. No entanto, a sua construção, detalhada pela Wikipedia, foi um processo complexo que durou décadas, marcado por desafios políticos, estouros de orçamento e sérias controvérsias ambientais e de segurança.

Uma proeza técnica desenhada para 120 anos

A HZMB não é uma ponte única, mas um sofisticado sistema híbrido que integra viadutos, pontes estaiadas, um túnel submerso de 6,7 km (um dos mais longos do seu gênero no mundo) e ilhas artificiais para permitir a passagem de navios. A sua ficha técnica é impressionante: mais de 400.000 toneladas de aço foram usadas, o equivalente a 60 Torres Eiffel. Informações técnicas do fornecedor de materiais Sika confirmam que a estrutura foi projetada para uma vida útil de 120 anos.

Localizada numa zona propensa a condições climáticas extremas e atividade sísmica, a resiliência foi uma prioridade absoluta. A Sika detalha que a ponte foi concebida para suportar super tufões de nível 16, com velocidades de vento que podem ultrapassar os 340 km/h, e terremotos de magnitude 8.0 na escala de Richter. Além disso, a estrutura está preparada para resistir à colisão de uma embarcação de 300.000 toneladas, garantindo a integridade tanto da ponte como do intenso tráfego marítimo.

O motor econômico da Grande Área da Baía

O impacto mais imediato da ponte foi a revolução na logística regional. O trajeto terrestre entre Zhuhai e o Aeroporto Internacional de Hong Kong, que anteriormente demorava cerca de quatro horas, foi reduzido para aproximadamente 45 minutos. Esta nova acessibilidade, disponível 24 horas por dia, é fundamental para acelerar a formação de um “círculo de vida de uma hora” entre as três cidades.

Os resultados econômicos são expressivos. Segundo dados do Observatório da China, o valor acumulado de importações e exportações que transitaram pelo porto de Zhuhai da ponte já ultrapassou 1 trilhão de yuans (cerca de US$ 138,9 mil milhões). Esta fonte também destaca que, apenas em 2024, o porto movimentou 232,9 mil milhões de yuans em comércio, um aumento de 11,3% em relação ao ano anterior, conectando a região a mais de 230 países.

O Observatório da China cita exemplos práticos desse sucesso, como o de exportadores de marisco de Zhuhai. Graças à ponte, os seus produtos vivos chegam a Hong Kong em cerca de uma hora, o que não só melhorou significativamente a taxa de sobrevivência da mercadoria, como reduziu os custos de transporte para metade, demonstrando o impacto real da infraestrutura no comércio diário.

As águas turbulentas da controvérsia

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Apesar do sucesso técnico, a jornada da maior ponte marítima do mundo foi repleta de problemas. A Wikipedia detalha que o custo final é estimado em cerca de ¥127 mil milhões (US$ 18,8 mil milhões), um estouro substancial face à estimativa inicial. Além disso, a construção sofreu um atraso de dois anos e, tragicamente, teve um custo humano, com a morte de pelo menos 19 trabalhadores documentada durante as obras.

A principal polêmica ambiental do projeto, conforme registado pela Wikipedia, centrou-se no seu impacto sobre o golfinho branco chinês, uma espécie ameaçada que habita o Delta do Rio das Pérolas. Organizações de conservação atribuíram à construção da ponte uma queda acentuada no número destes mamíferos, com a população observada perto da ilha de Lantau a sofrer uma redução drástica de 60% entre 2015 e 2016.

A confiança pública no projeto também foi abalada por desafios de integridade. A Wikipedia menciona um escândalo em que funcionários de um laboratório subcontratado foram condenados por falsificar resultados de testes de resistência do betão. Embora o governo de Hong Kong tenha realizado novos testes e assegurado que os materiais cumpriam as normas, o incidente, juntamente com preocupações sobre a estabilidade das muralhas das ilhas artificiais, minou a confiança na supervisão do projeto.

A Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau é, inegavelmente, um monumento da engenharia moderna e um catalisador econômico poderoso para a Grande Área da Baía. Ela prova a capacidade da China de executar mega-projetos, ao mesmo tempo que serve como um estudo de caso global sobre os complexos desafios políticos, financeiros e ambientais inerentes a obras desta magnitude.

A integração econômica impulsionada pela ponte é clara, mas as preocupações sobre a autonomia regional e o custo ambiental persistem. Na sua opinião, os benefícios econômicos de uma obra como esta justificam os seus impactos sociais e ecológicos? Você acha que este modelo de integração é o futuro? Deixe sua opinião nos comentários.

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Carla Teles

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