A disputa pelo título de maior descoberta mineral do século no Brasil coloca frente a frente o gigantismo do minério de ferro do projeto S11D, da Vale, e a importância estratégica do “Vale do Lítio”, em Minas Gerais.
A busca pela maior descoberta mineral do século no Brasil revela uma história de dois gigantes. De um lado, um projeto colossal de minério de ferro na Amazônia que revolucionou a indústria com sua tecnologia e escala. Do outro, a consolidação de uma nova fronteira de lítio em Minas Gerais, o “ouro branco” essencial para a transição energética global.
De acordo com publicações especializadas como a revista Brasil Mineral, a análise de qual é a maior descoberta depende do critério: volume e valor de investimento ou importância estratégica para o futuro. Ambos os projetos, no entanto, colocam o Brasil em uma posição de destaque no cenário global de recursos naturais.
A descoberta recordista: o Projeto S11D da Vale, o gigante de ferro do Pará
Em termos de escala, valor e impacto na indústria, a maior descoberta mineral do século no Brasil é, sem dúvida, o Projeto Ferro Carajás S11D Eliezer Batista, da Vale. Localizado em Canaã dos Carajás, no Pará, o projeto explora uma gigantesca jazida de minério de ferro de altíssimo teor de pureza.
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- Reservas: Estimadas em 10 bilhões de toneladas.
- Investimento: US$ 14,3 bilhões, o maior da história da mineração privada no Brasil.
- Início da Operação: A operação comercial começou em dezembro de 2016.
O S11D não foi apenas a descoberta de uma jazida, mas a criação do maior e mais tecnológico complexo de mineração de ferro da história.
A tecnologia que revolucionou a mineração: o sistema “sem caminhões” do S11D
A grande inovação do projeto S11D é seu sistema “truckless” (sem caminhões). Em vez de usar gigantescos caminhões de mineração para transportar o minério da cava até a usina, o projeto utiliza um sistema de correias transportadoras com mais de 9 km de extensão.
Segundo a Vale, essa tecnologia é um marco em sustentabilidade, pois reduz o consumo de combustível em mais de 70% e diminui drasticamente a emissão de gases de efeito estufa.
A descoberta mais estratégica: o “Vale do Lítio” em Minas Gerais
Se o S11D é o gigante em volume, a descoberta mais estratégica do século para o futuro do Brasil é a consolidação do “Vale do Lítio”, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. A comprovação de reservas de classe mundial e o início de projetos de grande escala na última década colocaram a região no mapa global.
Impulsionada por empresas como a Sigma Lithium e a Companhia Brasileira de Lítio (CBL), a região se tornou um polo de produção de lítio de alta pureza, matéria-prima essencial para a fabricação de baterias de veículos elétricos.
O “lítio verde” brasileiro: um diferencial competitivo no mercado global
As descobertas no Vale do Jequitinhonha elevaram o Brasil à posição de detentor da 5ª maior reserva mundial de lítio. A grande vantagem competitiva do lítio brasileiro é sua qualidade e origem.
Extraído de rocha dura (pegmatitos), ele permite a produção de um “lítio verde”, com menor impacto hídrico e social em comparação com outros métodos de extração. Esse selo de sustentabilidade é um grande diferencial para atrair investimentos e conquistar clientes no mercado global de baterias.
O veredito: S11D em volume, Vale do Lítio em estratégia
Afinal, qual a maior descoberta mineral do século no Brasil? A resposta depende do critério.
- Em volume, escala e valor de investimento, o Projeto S11D da Vale é imbatível.
- Em importância estratégica para a nova economia verde e a inserção do Brasil na cadeia de baterias, o “Vale do Lítio” é a descoberta mais transformadora.
Ambos, no entanto, consolidam o Brasil como uma potência de recursos minerais, com um papel fundamental tanto na indústria tradicional quanto na transição para um futuro mais sustentável.