O Brasil, em agosto de 2022, triplicou os volumes embarcados de etanol para o mundo todo sobre agosto de 2021. Foram quase 290 mil m³, ou 290 milhões de litros de combustível
O Brasil está ‘exportando’ a crise do etanol para a Europa. O excedente de etanol, que não está sendo consumido internamente, está sendo destinado às exportações, por exemplo, para a Europa, mesmo que a produção do etanol venha caindo e a produção de açúcar esteja em elevação.
Aumento da exportação de etanol
O alerta já chegou na Cropenergies, empresa alemã e a maior produtora de biocombustível na União Europeia (UE), a qual ameaça desligar algumas plantas, entre as quais a do Reino Unido.
Juntamente com os custos de energia mais caros e o bloqueio ao gás russo, a empresa acusa a entrada maior do etanol brasileiro mais barato. Em agosto de 2022, as vendas aos Países Baixos, que são a porta de entrada da UE, ascenderam a 115 mil metros cúbicos.
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Em agosto de 2022, o Brasil triplicou os volumes embarcados de etanol para o mundo todo sobre agosto de 2021. Foram quase 290 mil m³, ou 290 milhões de litros de combustível. Comparado com julho, a alta em volume atingiu 110 mil m³ de etanol.
Nos sete primeiros meses de 2022, se somaram 1,224 milhões de m³ de etanol, enquanto no ano inteiro de 2021 os embarques foram de 1,93 milhões, 27% inferior que em 2020.
Caso em setembro a alta das exportações seja relevante, com o biocombustível perdendo espaço para a gasolina, o que anda ocorrendo desde a baixa do ICMS e dos descontos dados pela Petrobras (PETR4), pelo menos um empate deve ser conduzido na comparação anual.
Entenda a crise energética na Europa
A crise energética na Europa obrigou gigantes da indústria da Europa, como ArcelorMital, Alcoa e Arc International, a suspenderem funcionários e diminuírem a produção. A produção industrial na eurozona caiu 2,3% no mês de julho em comparação ao mesmo período de 2021, a maior queda registrada em mais de dois anos.
A multinacional do aço ArcelorMittal, por exemplo, assim que anunciou os cortes, disse que fechará algumas unidades na Alemanha e na Espanha. A siderúrgica utiliza energia de forma intensiva em seus altos-fornos, uma vez que produz mais de 3,65 milhões de toneladas ao ano em ambos os países.
Reiner Blascheck, diretor-presidente responsável pelas sedes na Alemanha, disse que os altos custos do gás e da eletricidade estão pressionando fortemente a competitividade da empresa.
Em resposta às sanções impostas pelo Ocidente, os russos estão cortando cada vez mais a distribuição de gás natural para o restante da Europa.
O ministro da energia da Chéquia informou que vai propor a convocação de uma reunião extraordinária do Conselho da Energia da União Europeia o mais rápido possível. Já o governo português anunciou novas medidas para suavizar o aumento do gás natural.
Na França, que é um país altamente dependente da energia nuclear, o encerramento de numerosos reatores devido a necessidades de manutenção fez com que o custo por megawatt-hora subisse para dez vezes mais do que há um ano. Na Alemanha, que é fortemente dependente do gás russo, os cortes contínuos de abastecimento pela russa Gazprom e o encerramento previsto do gasoduto Nordstream apontaram um quadro semelhante.
Para complicar ainda mais a situação da Europa, as energias renováveis sofreram as consequências de um dos verões mais quentes e secos. Os rios estão com baixo volume, sem caudal para mover as centrais hidroelétricas em sua plena capacidade. O vento está ausente durante as sucessivas ondas de calor que abalaram o continente.
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