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A cidade submersa que emerge em tempos de seca extrema e revela vestígios de história e mistério

Publicado em 20/06/2025 às 22:40
Cidade, Cidade inundada, Inglaterra
Imagem: IA
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As ruínas da vila de Derwent, engolida por um reservatório em 1945, voltam à tona em secas extremas e revelam vestígios de uma comunidade desaparecida

Em 1945, uma vila inteira deixou de existir na Inglaterra. Derwent, no coração do Vale Derwent, foi sacrificada para dar lugar a um grande reservatório de água. A vila foi engolida pelo reservatório Ladybower, criado para abastecer as cidades da região central do país.

A decisão veio após o reconhecimento de que os dois reservatórios anteriores — Howden e Upper Derwent — não dariam conta da demanda crescente.

As primeiras remoções afetaram apenas algumas fazendas e propriedades isoladas. Mas, com o novo plano, ficou claro que a destruição completa de Derwent e da vila vizinha Ashopton era inevitável.

As obras da barragem começaram em 1935. Os moradores foram retirados aos poucos e, em 1943, a construção foi finalizada. Com as chuvas e o fluxo dos rios locais, o vale foi se enchendo lentamente. Em 1945, Derwent foi oficialmente submersa.

Por anos, não se via sinal da antiga vila. Apenas a torre da igreja, em raros períodos de seca, surgia como um lembrete melancólico do que havia ali.

Havia quem dissesse ouvir o sino da torre tocar debaixo d’água — mesmo sabendo que ele tinha sido retirado antes da inundação. Esse detalhe alimentava o clima de mistério em torno do lugar.

O primeiro reaparecimento marcante de Derwent ocorreu no verão de 1976. A seca intensa daquele ano fez com que partes da vila voltassem à tona. Em 2003, isso se repetiu. Mas foi em 2018 que a cena impressionou ainda mais.

Naquele ano, o verão foi extremamente quente e seco. O nível do reservatório caiu drasticamente. Em setembro, a torre da antiga igreja estava completamente visível. Ao redor dela, começaram a surgir partes de construções esquecidas.

Era possível andar entre as pedras. Muros baixos, lareiras, colunas e até portões ornamentados estavam ali, revelados pelo recuo das águas.

Também apareceu o antigo caminho atrás da igreja. A ponte sobre o riacho que levava à escola ficou acessível. O chão, coberto de lama, deixava claro onde antes havia vida. Quem caminhava por ali podia ver as marcas deixadas por uma comunidade que desapareceu sob as águas.

Essas aparições provocam sentimentos mistos. De um lado, há a beleza da redescoberta. Do outro, uma tristeza silenciosa. As pedras escurecidas, as estruturas em ruínas e os traços de construções despertam lembranças.

Fotografias antigas mostram meninos brincando no riacho, famílias nas festas da vila e moradores passeando por estradas arborizadas. Tudo isso agora jaz no fundo de um lago.

Ashopton, a segunda cidade inundada, teve outro destino. Está enterrada sob o lodo, e não há registros visuais de que tenha reaparecido. A possibilidade de vê-la novamente é remota. Já Derwent, por estar em uma área menos profunda, ainda ressurge.

O retorno da cidade inundada de Derwent depende do clima. Não há como saber quando isso acontecerá novamente. Pode levar anos. Pode ser em breve. Mas toda vez que suas ruínas emergem, a história vem junto. Um pedaço da Inglaterra do passado volta a respirar, mesmo que por pouco tempo.

Com informações de BBC.

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Romário Pereira de Carvalho

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