Conheça as FPSOs, o navio-plataforma gigante que extrai 180.000 barris de óleo por dia e é essencial para a produção de petróleo no Brasil
Longe da costa brasileira, em águas que chegam a 2.000 metros de profundidade, operam verdadeiras “cidades flutuantes”. O navio-plataforma do tipo FPSO, estruturas gigantescas que podem passar 25 anos ancoradas no mesmo lugar, extraindo, processando e armazenando o valioso petróleo da camada do pré-sal.
Essas embarcações são a espinha dorsal da produção de petróleo no Brasil, liderada pela Petrobras. Um único navio-plataforma pode produzir 180.000 barris de óleo por dia, e sua tecnologia avançada é crucial para superar os desafios do pré-sal e garantir a segurança energética do país de forma cada vez mais sustentável.
O que é um navio-plataforma (FPSO) e como ele opera no pré-sal?
FPSO é a sigla em inglês para Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência. Como o nome diz, é um navio-plataforma que funciona como uma usina completa em alto-mar. Ele é conectado a poços no fundo do oceano e realiza todo o ciclo de produção.
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Primeiro, ele extrai o petróleo, o gás e a água dos reservatórios. A bordo, uma complexa planta de processamento separa esses elementos. O petróleo é tratado e armazenado em grandes tanques no próprio casco do navio. O gás, por sua vez, é comprimido e enviado para a costa por gasodutos ou reinjetado no reservatório. Periodicamente, navios-tanque menores se aproximam para descarregar o óleo armazenado.
Gigantes de 300 metros ancorados por 25 anos, as dimensões e a vida útil
As FPSOs que operam no pré-sal são colossais. Seu comprimento pode ultrapassar os 330 metros, e a largura chega a mais de 60 metros. São projetadas para operar em profundidades de até 2.000 metros, ancoradas por um sistema que as mantém fixas no mesmo local por toda a vida útil do campo.
E essa vida útil é longa. Um navio-plataforma é construído para operar por um período mínimo de 25 anos, podendo chegar a 30, sem a necessidade de retornar a um estaleiro para manutenções em doca seca. Isso demonstra a robustez e a complexidade da engenharia envolvida nessas estruturas.
O caso do Campo de Búzios, a FPSO Almirante Barroso e o “Super FPSO”
O Campo de Búzios, na Bacia de Santos, é o maior campo de petróleo em águas ultraprofundas do mundo. Uma das unidades em operação lá é a FPSO Almirante Barroso, que começou a produzir em maio de 2023. Ela tem capacidade para processar até 150.000 barris de óleo por dia.
Para aumentar ainda mais a produção, a Petrobras está trazendo o navio-plataforma Almirante Tamandaré, considerada uma “Super FPSO”. Com início de operação previsto para fevereiro de 2025, ela terá capacidade para produzir 225.000 barris de óleo por dia e será a primeira no Brasil a receber uma certificação internacional por seu baixo impacto ambiental.
O Campo de Mero, as FPSOs Sepetiba e Alexandre de Gusmão em 2025
Outro gigante do pré-sal é o Campo de Mero, o terceiro maior do mundo. Lá, a produção também está a todo vapor com a ajuda de modernas FPSOs. A FPSO Sepetiba começou a operar no final de 2023 e, em menos de um ano, já atingiu seu pico de produção de 180.000 barris de óleo por dia.
Em maio de 2025, entrou em operação a mais nova unidade do campo, a FPSO Alexandre de Gusmão. Ela também tem capacidade para produzir 180.000 barris de óleo por dia e faz parte de uma nova geração de plataformas padronizadas, que agilizam a construção e a entrada em operação.
A liderança da Petrobras e as tecnologias para reduzir as emissões
A Petrobras é a maior operadora de FPSOs do mundo e pioneira no uso dessa tecnologia. A empresa planeja instalar 15 novas unidades até 2030, reforçando seu foco no pré-sal. Mas o crescimento vem acompanhado de um forte compromisso com a sustentabilidade.
O navio-plataforma Sepetiba, por exemplo, já opera com um sistema de captura e armazenamento de carbono (CCUS), que reinjeta o gás rico em CO2 no reservatório. Além disso, a Petrobras está testando a tecnologia HISEP®, que separa o gás do óleo diretamente no fundo do mar. Essas inovações fazem com que o petróleo do pré-sal brasileiro emita até 70% menos CO2 que a média mundial, mostrando que é possível aliar produção e responsabilidade ambiental.
Muito dinheiro, para onde vai tudo isso?