Fundada em 1853, a Bohemia é a cervejaria mais antiga do Brasil. Nascida em Petrópolis com influências alemãs, atravessou séculos e hoje mantém viva a tradição da produção artesanal em seu museu histórico
O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de consumo de cerveja, segundo a japonesa Kirin Holdings. Essa relação cultural com a bebida passa, inevitavelmente, pela trajetória de marcas históricas, como a Cervejaria Bohemia — a mais antiga do país, fundada há 172 anos no Rio de Janeiro.
Origem em Petrópolis e raízes alemãs
A Bohemia nasceu em 1853, na cidade de Petrópolis (RJ), idealizada pelo alemão Henrique Leiden. Cinco anos depois, ele passou o comando ao seu herdeiro, Henrique Kremer.
Inicialmente chamada de Imperial Fábrica de Cerveja Nacional, a empresa só adotou o nome Bohemia em 1898, consolidando-se como pioneira no mercado nacional.
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De acordo com a própria companhia, o Brasil já conhecia a cerveja desde 1808, quando a Família Real Portuguesa chegou ao país. No entanto, até o fim do século XIX, a produção era totalmente artesanal.
Produção artesanal e insumos nacionais
A escassez de insumos importados, como cevada e lúpulo — vindos da Alemanha e da Áustria — forçou os primeiros fabricantes a recorrerem a cereais produzidos localmente, como arroz, milho e trigo.
Essa adaptação foi essencial para o desenvolvimento de um estilo brasileiro de fabricação, que combinava sabor, criatividade e necessidade.
Entre as primeiras criações da Bohemia estava a atual Bohemia Puro Malte, feita com malte e lúpulo importados e baseada em uma receita original da cidade de Pilsen, na República Tcheca.

Fusão de gigantes e o nascimento da AmBev
A história da Bohemia também se entrelaça com outras grandes marcas. Em 1888, surgiram a Cia. Cervejaria Brahma e a Cia. Antarctica Paulista. Décadas depois, em 1961, a Antarctica adquiriu a Bohemia, unindo duas potências do setor.
Em 1999, uma nova virada ocorreu: a fusão entre Brahma e Antarctica deu origem à AmBev (Companhia de Bebidas das Américas), grupo que hoje controla a Bohemia.
A Bohemia hoje: tradição e experiência
Atualmente, a fábrica original de Petrópolis deixou de operar em larga escala. O espaço histórico foi transformado em museu e centro de visitação, com ingressos entre R$ 22 e R$ 125.
O local abriga ainda uma nano cervejaria, onde o público pode acompanhar o processo de produção artesanal e vivenciar de perto a história da bebida que moldou o paladar de gerações de brasileiros.
A Bohemia segue agradando os brasileiros
Mesmo após mais de um século e meio desde sua fundação, a Bohemia continua ocupando um lugar especial no coração — e no copo — dos brasileiros.
Presente nas mesas de bares, churrascos e encontros familiares, a marca mantém viva a essência da tradição cervejeira nacional, sem deixar de dialogar com os novos tempos.
Sob o comando da Ambev, a Bohemia investe em tecnologia, qualidade e inovação, preservando o sabor clássico que a consagrou.
A linha atual, com rótulos como a Bohemia Puro Malte e a Hoppy Lager, mostra que é possível unir história e modernidade sem perder autenticidade.
Cada garrafa ainda carrega o espírito pioneiro da fábrica de Petrópolis, onde tudo começou em 1853.
Além da qualidade, há também o valor afetivo. Para muitos consumidores, a Bohemia representa memórias, celebrações e um elo com o passado.
Essa mistura de tradição e renovação explica por que, mesmo diante de tantas opções no mercado, a cerveja mais antiga do Brasil continua conquistando novas gerações.
Com seu sabor equilibrado e legado histórico, a Bohemia segue firme — provando que o tempo, quando bem aproveitado, só aprimora o que já nasceu especial.
Com informações de Pequenas Empresas e Grande Negócios.



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