A decisão argentina por caças americanos e a hesitação brasileira diante da iniciativa chinesa colocam as duas maiores potências sul-americanas em caminhos opostos na nova competição global.
A América do Sul tornou-se um palco central na competição estratégica entre Estados Unidos e China. As nações da região enfrentam uma encruzilhada, pressionadas por essa nova dinâmica bipolar. Recentemente, dois movimentos opostos ilustram esse cenário. A Argentina optou por um alinhamento claro com Washington ao comprar caças F-16. Em contraste, o Brasil aprofunda seus laços comerciais com a China, mas hesita em aderir à “Nova Rota da Seda”. Essa postura coloca o Brasil no meio do fogo cruzado das superpotências.
A compra dos caças F-16 e o alinhamento estratégico
A Argentina formalizou a compra de 24 caças F-16 de segunda mão da Dinamarca. Este é considerado o mais importante acordo militar do país desde 1983. A aquisição permite que a Força Aérea Argentina recupere sua capacidade de interceptação supersônica, perdida em 2015. O acordo inclui não apenas as aeronaves, mas um pacote de armamentos e tecnologia de ponta fornecido pelos Estados Unidos.
Essa decisão foi o clímax de uma disputa geopolítica. Por anos, a Argentina considerou a oferta chinesa pelos caças JF-17. Pequim via a venda como uma vitória estratégica fundamental na região. Contudo, a eleição do presidente Javier Milei, com uma plataforma pró-EUA, mudou o cálculo. A escolha pelos F-16 foi ativamente promovida por Washington e vista como uma vitória significativa na sua competição com a China.
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Embora o governo argentino enquadre a compra como uma restauração da soberania, a realidade é mais complexa. Ao optar por uma plataforma americana, a Argentina troca a falta de capacidade por uma dependência de longo prazo. O uso dos caças, o fornecimento de peças e a reposição de munições dependem da aprovação dos EUA. Isso cria uma soberania condicionada aos interesses estratégicos de Washington.
Por que o país hesita em aderir à ‘Nova Rota da Seda’?
Enquanto a Argentina se alinha a Washington, o Brasil adota uma postura de ambiguidade calculada em relação à China. O país é uma notável exceção na América do Sul, pois não assinou um acordo formal de adesão à Iniciativa Cinturão e Rota (BRI), conhecida como “Nova Rota da Seda”. Esta é uma decisão estratégica deliberada do Itamaraty.
Em vez da adesão, o Brasil propõe uma “cooperação por sinergias”. A ideia é convidar a China a investir em projetos que já fazem parte dos planos de desenvolvimento brasileiros, como o PAC. Assim, a China se integraria aos projetos do Brasil, e não o contrário. As razões para essa cautela são geopolíticas. O Brasil teme que a adesão formal diminua seu status de potência global e busca preservar sua tradicional autonomia diplomática e não antagonizar os Estados Unidos.
Contudo, essa hesitação tem custos. O Brasil corre o risco de perder o momento ideal para negociar termos vantajosos com a China. Pequim avança com projetos estratégicos em países vizinhos mais alinhados, como o megaporto de Chancay, no Peru. Esse porto pode se tornar o principal hub logístico da costa do Pacífico, contornando a infraestrutura brasileira e ameaçando a centralidade geoeconômica do país no continente.
Dependência dupla e a busca por autonomia estratégica
O Brasil personifica o dilema da região, pois vive uma dupla dependência. Sua economia é cada vez mais dependente da China, seu principal parceiro comercial e fonte de superávits vitais. Ao mesmo tempo, sua arquitetura de defesa e cooperação em segurança estão historicamente ancoradas na parceria com os Estados Unidos. Esse é o nó górdio da política externa brasileira.
A expressão mais clara da busca do Brasil por autonomia é a modernização de sua defesa. A escolha pelo caça sueco Saab F-39E Gripen, em detrimento de opções americanas, revela uma filosofia diferente da argentina. O programa Gripen brasileiro é focado em uma robusta transferência de tecnologia, visando capacitar a indústria nacional, liderada pela Embraer, a desenvolver, produzir e manter o caça no futuro.
A diferença para o F-16 argentino é estratégica. O Gripen é um caça de 4.5ª geração, tecnologicamente superior e com arquitetura aberta. A Argentina adquiriu uma plataforma mais antiga, sem transferência de tecnologia, gerando dependência contínua. A escolha do Brasil pelo Gripen foi um investimento em soberania e autonomia tecnológica de longo prazo, um pilar para sustentar sua política externa de equilíbrio no século XXI.
Com isso o **** argentino comprou caças de segunda mão e já se tornando obsoletos e não ganhou nada em troca, pelo menos não publicamente 🫰 e continuará sendo capacho dos EUA .
OS EUA NUNCA AO SEU REDOR PERMITIU OS PAÍSES SER INDEPENDENTES SEMPRE INTERFERE AO SEU INTERRESSES E SUFOCA A SOBERANIA COM O INTERESSE DE TER CAPACHOS SUBALTERNOS NO COMANDO COMO FOI NAS ÉPOCAS DE 1964 FINANCIOU OS DITADORES DE TODA A AMÉRICA DO SUL INCLUSIVE ARGENTINA.
Do pior, ainda foi o “melhor”! Sem os verdadeiros patriotas de 64 nosso amado Brasil teria de transformado numa odiosa Cuba, RDC ou Chang
Um país que nunca desenvolve tecnologia própria e fica sempre dependente de tecnologia de outras nações será sempre um pais sem um futuro e sem uma soberania plena.