Demissões em massa expõem fragilidade da gigante dinamarquesa em meio à guerra dos medicamentos para obesidade
A liderança da Novo Nordisk, fabricante do medicamento para perda de peso Wegovy, anunciou nesta quarta-feira (10) que vai demitir 9.000 pessoas.
As demissões fazem parte da tentativa da empresa de retomar o crescimento e se defender da concorrência da norte-americana Eli Lilly, além da pressão de medicamentos genéricos que começam a avançar no mercado.
Segundo a companhia, a reestruturação deve gerar uma economia de 8 bilhões de coroas dinamarquesas (US$ 1,25 bilhão) por ano, em um momento em que a Novo Nordisk enfrenta a desaceleração de seus principais medicamentos contra obesidade e diabetes.
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De campeã global com o Wegovy à perda bilionária: como a ascensão da Novo Nordisk se transformou em queda livre
A empresa também emitiu seu terceiro alerta de lucro no ano, citando 9 bilhões de coroas em custos não recorrentes vinculados à reestruturação.
A ascensão meteórica da Novo Nordisk começou em meados de 2021, quando o Wegovy foi aprovado nos Estados Unidos como o primeiro medicamento eficaz contra a obesidade, catapultando a companhia ao topo da bolsa europeia.
Mas a onda de contratações que quase dobrou seu quadro de funcionários em cinco anos acabou se tornando um problema. Agora, os cortes representam uma tentativa de “voltar à realidade”.
O analista Simon Baker, da Redburn Atlantic, foi direto: “As demissões em massa levam o número de funcionários da Novo de volta aos níveis do início de 2024.”
Concorrência da Eli Lilly, pressão dos genéricos e cortes bilionários: os desafios que podem definir o futuro da Novo Nordisk
A crise não parou nos cortes. Em julho, investidores retiraram US$ 70 bilhões do valor de mercado da farmacêutica após novo alerta de lucros e a nomeação do veterano Mike Doustdar como presidente-executivo.
Desde o início do ano, as ações da Novo Nordisk já caíram quase 46%, reduzindo sua capitalização para cerca de US$ 181 bilhões — muito abaixo do pico de US$ 650 bilhões registrado no ano passado.
Na prática, isso significa que a companhia perdeu aproximadamente US$ 470 bilhões em valor de mercado em pouco mais de um ano, um tombo que colocou em xeque sua posição de liderança global.
O caso da Novo Nordisk mostra como um sucesso pode se transformar em crise em poucos anos. Uma empresa que liderava o mercado europeu hoje enfrenta cortes duros e investidores cada vez mais impacientes.
E você, acredita que a Novo Nordisk ainda tem fôlego para se reinventar com o Wegovy, ou a concorrente Eli Lilly assumirá de vez a liderança nesse mercado bilionário?