1. Início
  2. / Economia
  3. / 5 MIL empregos e R$ 7 bilhões no PIB? Ferrovia Transnordestina é ‘sonho das mil e uma noites’ para transformar o Nordeste! Você acredita que projeto vai sair do papel?
Tempo de leitura 5 min de leitura Comentários 3 comentários

5 MIL empregos e R$ 7 bilhões no PIB? Ferrovia Transnordestina é ‘sonho das mil e uma noites’ para transformar o Nordeste! Você acredita que projeto vai sair do papel?

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 22/10/2024 às 21:03
A Ferrovia Transnordestina pode revolucionar o Nordeste, mas o projeto enfrenta desconfiança. Será que vai sair do papel até 2027?
A Ferrovia Transnordestina pode revolucionar o Nordeste, mas o projeto enfrenta desconfiança. Será que vai sair do papel até 2027?

Ferrovia Transnordestina promete transformar o Nordeste, mas empresários duvidam que ela será concluída até 2027. O projeto, que envolve R$ 14,9 bilhões, cinco mil empregos e impacto no PIB de R$ 7 bilhões, depende de ações coordenadas entre governo e setor privado.

A Ferrovia Transnordestina é frequentemente apresentada como uma grande promessa para transformar o cenário econômico do Nordeste brasileiro, mas o projeto continua envolto em polêmicas e desconfianças.

Apesar das constantes promessas, um grupo de empresários do setor industrial e agrícola acredita que a ferrovia pode nunca ser concluída, ao menos nos próximos cinco anos.

Essa incerteza se reflete nas conversas que circulam nos bastidores das reuniões empresariais. Afinal, será que a Transnordestina é apenas mais um “sonho das mil e uma noites”?

Desafios e promessas frustradas

De acordo com o jornal Diário do Nordeste, para empresários cearenses, um dos maiores obstáculos para acreditar na conclusão do projeto é o histórico de promessas não cumpridas.

Em abril de 2024, a direção da Transnordestina Logística S/A garantiu ao presidente Lula que os trens estariam operando até 2027, mas a desconfiança persiste.

As dificuldades logísticas e financeiras da obra são grandes, e a falta de avanço significativo em estados vizinhos, como o Piauí, agrava ainda mais as dúvidas sobre a viabilidade do projeto.

Em uma reunião recente, um dos empresários destacou que, em seu investimento na aquicultura no Piauí, não há qualquer menção ao projeto.

Esse silêncio é um sinal claro de que, até o momento, pouco ou nada foi realizado na região.

A promessa de que as primeiras cargas seriam enviadas pelo Porto do Pecém já em 2025 também parece distante da realidade.

A visão positiva: quando a ferrovia pode mudar o Nordeste

Por outro lado, há quem veja a obra com otimismo.

Alguns empresários afirmam que, uma vez finalizada, a Transnordestina pode revolucionar a economia do Nordeste.

O projeto visa conectar importantes regiões produtoras, desde o Piauí até o porto de Pecém, no Ceará, facilitando o escoamento de produtos agrícolas, minerais e industriais para o mercado externo e interno.

Segundo esses empresários, a ferrovia também trará grandes oportunidades para cidades como Iguatu, Quixeramobim e Quixadá, onde as obras já estão em andamento e a população local mantém expectativas positivas.

A Construtora Marquise, responsável pela execução das obras no Ceará, é uma empresa experiente, com um histórico de grandes projetos de infraestrutura no Brasil.

Impacto econômico e social: empregos e qualificação

De acordo com informações divulgadas pelo governo, a Transnordestina será um marco para a geração de empregos e a qualificação da mão de obra na região.

Com 1.206 km de extensão e passando por 53 municípios, a ferrovia prevê um investimento total de R$ 14,9 bilhões, com potencial para criar cinco mil empregos diretos.

O impacto econômico no semiárido nordestino é estimado em cerca de R$ 7 bilhões anuais no Produto Interno Bruto (PIB).

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, afirmou que o governo está comprometido com a qualificação profissional, especialmente entre os beneficiários do Bolsa Família.

“O Qualifica PAC, uma parceria entre os governos federal, estadual e o setor privado, está formando profissionais nos canteiros de obras da Transnordestina”, disse o ministro.

Isso mostra que o projeto também tem um papel social importante, além de seu impacto econômico.

Uma região estratégica para o Brasil

O projeto da Transnordestina não se limita apenas ao escoamento de grãos.

A ferrovia conectará uma região conhecida como MATOPIBA, que inclui os cerrados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, uma das áreas que mais crescem economicamente no Brasil.

Além de grãos, a região é rica em jazidas minerais e tem forte potencial para a fruticultura.

Desde o início das obras, em 2006, o projeto passou por vários percalços, incluindo paralisações e mudanças no planejamento.

No entanto, com a retomada após acordos com o Tribunal de Contas da União (TCU), o governo federal, sob a liderança do presidente Lula, garantiu que o projeto será concluído até 2027.

Lula reforça compromisso com a conclusão da obra

Durante uma visita à região de Iguatu, no Ceará, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou seu compromisso em terminar as obras da ferrovia.

Para ele, a conclusão da Transnordestina é vital para a integração intermodal do Brasil, reduzindo a dependência do transporte rodoviário.

Segundo Lula, “um país produtivo precisa de rodovias, ferrovias e hidrovias de qualidade para baratear os custos de transporte”.

O presidente ainda garantiu que, do ponto de vista do governo, todos os acordos serão cumpridos e que não faltarão recursos para finalizar o projeto.

A previsão é que a ferrovia esteja operando até o final de 2026 ou início de 2027.

O futuro da ferrovia Transnordestina está nas mãos do governo e do setor privado

Apesar do otimismo de alguns e da desconfiança de outros, o futuro da Ferrovia Transnordestina depende de uma combinação de esforços entre governo, empresas privadas e investidores.

A integração entre os modais rodoviário e ferroviário é fundamental para o sucesso do projeto, e o Porto do Pecém será peça-chave nessa operação.

Ainda restam dúvidas sobre se o governo federal conseguirá cumprir todas as promessas, mas a necessidade de diversificação do transporte no Brasil e de melhorias na infraestrutura é clara.

O que está em jogo é o futuro econômico do Nordeste e a capacidade do Brasil de se tornar mais competitivo no mercado global.

Com tantas promessas e desafios, será que a Ferrovia Transnordestina finalmente sairá do papel até 2027? O impacto que esse projeto pode ter na economia nordestina será suficiente para garantir sua conclusão?

Inscreva-se
Notificar de
guest
3 Comentários
Mais antigos
Mais recente Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

Compartilhar em aplicativos
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x