De compactos a picapes médias, o Brasil acumula exemplos de carros idênticos com logotipos diferentes — uma prática conhecida como rebadge, que envolve montadoras como Chevrolet, Fiat, Renault e Peugeot em curiosas parcerias globais
Adotada recentemente pela Chevrolet com o Spark EUV, a estratégia de lançar com marca própria carros desenvolvidos por outras fabricantes não é novidade no Brasil. Ao longo dos últimos anos, essa tática foi amplamente usada por montadoras e gerou casos curiosos — alguns bem-sucedidos, outros esquecidos rapidamente. O método, chamado de rebadge, já apareceu em praticamente todas as categorias: de compactos urbanos até SUVs e picapes médias. As informações deste artigo são do Auto Esporte.
A prática é simples e vantajosa. Dentro do rebadge, a montadora economiza custos e tempo de desenvolvimento porque não precisa criar um veículo do zero.
Assim, reduz o investimento em engenharia e acelera a chegada de novos modelos às concessionárias. Além disso, a estratégia permite atender nichos específicos ou testar segmentos sem comprometer o caixa da empresa.
-
BYD agora tem o carro elétrico mais barato do Brasil: Dolphin Mini estreia versão acessível para taxistas e PCD e se torna o modelo mais barato entre os elétricos
-
Novo Volkswagen T-Cross 2027 terá motor 1.5 TSI híbrido com até 170 cv, design do ID. Cross e tecnologia do Golf europeu, diz projeção
-
Leapmotor C10 chega ao Brasil visando competir com BYD e GWM com motor 1.5 que só gera energia, até 460 km de autonomia e central high-tech da Stellantis
-
Com motor de Fireblade e 123 cv, nova Honda CB1000F promete autonomia equilibrada e traz controle de tração, painel TFT e modos de pilotagem
Foi o caso do Chevrolet Spark, que entrou no mercado de elétricos compactos aproveitando um projeto já consolidado.
Autoesporte reuniu cinco exemplos emblemáticos que mostram como o rebadge moldou parte da história automotiva recente do país — envolvendo Chevrolet, Fiat, Renault e até Peugeot.
Daewoo Lacetti / Chevrolet Cruze
O primeiro Chevrolet Cruze chegou ao Brasil em 2011 para substituir Vectra e Astra, mas sua história começou bem antes.
O modelo foi originalmente desenvolvido pela extinta Daewoo, subsidiária da General Motors na Coreia do Sul, e lançado em 2008 como Lacetti Premiere.
Com o projeto pronto e testado, a Chevrolet apenas aplicou sua tradicional gravata dourada e deu ao carro projeção global, vendendo-o também nos Estados Unidos e em vários mercados europeus.
As diferenças eram mínimas, limitando-se principalmente ao desenho da grade dianteira.
A base técnica era a plataforma Delta II, criada pela Opel, que serviu de alicerce para diversos outros veículos da GM.
Esse compartilhamento de engenharia tornou o Cruze um caso clássico de sucesso de rebadge, mostrando que eficiência e padronização podem caminhar juntas.
Dodge Journey / Fiat Freemont
Antes mesmo da fusão que daria origem à Stellantis, a Fiat apostou no rebadge para marcar presença no segmento de SUVs médios.
Assim nasceu o Fiat Freemont, gêmeo do Dodge Journey, lançado em 2011 e produzido no México. As diferenças entre eles eram quase imperceptíveis: grade, logotipos e pequenos ajustes estéticos.
Apesar da semelhança, cada um mirava um público distinto. O Freemont tinha proposta mais acessível, com interior simples e motor 2.4 de 172 cv acoplado a um câmbio automático de quatro marchas.
Já o Journey, vendido até 2020, oferecia acabamento superior e motor V6 3.6 de 280 cv, com transmissão de seis marchas.
Ambos acomodavam até sete pessoas, o que reforçava seu apelo familiar. No entanto, o Freemont foi descontinuado em 2016, enquanto o Journey manteve boa presença até o fim da década, destacando-se pelo conforto e robustez.
Chevrolet Tracker / Suzuki Vitara
Muito antes do atual SUV nacional, a Chevrolet já usava o nome Tracker em um projeto de origem oriental.
No fim da década de 1980, a marca fechou parceria com a Suzuki para lançar nos Estados Unidos o modelo derivado do Grand Vitara.
O veículo só desembarcou no Brasil em 2001, já em sua segunda geração, fabricado na Argentina até 2006.
Visualmente, as diferenças em relação ao Suzuki eram discretas — basicamente os logotipos e a grade.
O modelo chegou a oferecer motor 2.0 turbodiesel, depois substituído por um 2.0 a gasolina, mantendo sempre a tração 4×4 como destaque.
A proposta era clara: entregar robustez e desempenho fora de estrada em um pacote mais acessível.
Renault Logan, Sandero e Duster / Dacia
A Renault também adotou o rebadge como pilar de expansão no Brasil. O primeiro exemplo veio com o Logan, lançado aqui em 2007 mas já vendido na Europa desde 2004.
Criado pela romena Dacia, o modelo conquistou o público europeu com espaço generoso e preço competitivo — fórmula que se repetiu por aqui com enorme sucesso.
Na mesma época, chegou o Sandero, também desenvolvido pela Dacia, que logo se tornou um dos carros mais vendidos da Renault no país.
O modelo foi tão popular que acabou substituindo o Clio e marcou uma fase de forte crescimento da marca francesa.
O sucesso de Logan e Sandero abriu caminho para o Duster, lançado em 2011 no Brasil, dois anos após estrear na Europa.
O SUV, igualmente projetado pela Dacia, conquistou espaço com bom custo-benefício e mecânica simples.
Hoje, está na segunda geração nacional e na terceira versão europeia, ainda sem data confirmada para chegar ao Brasil.
Fiat Titano / Peugeot Landtrek / Changan Hunter
Mais recentemente, a Fiat repetiu a fórmula com a picape Titano, lançada em 2024. O modelo é baseado no projeto da chinesa Changan, que criou em 2019 a Kaicene F70 (ou Hunter). No ano seguinte, a então PSA apresentou sua própria variação: a Peugeot Landtrek.
Com a criação da Stellantis, a Fiat herdou o projeto e adaptou-o à sua identidade visual. A Titano manteve a estrutura da Landtrek, alterando apenas grade, logotipos e rodas.
Sob o capô, recebeu motor 2.2 turbodiesel de 200 cv e câmbio automático de oito marchas, mirando diretamente o segmento dominado por Hilux, Ranger e S10.
Lá fora, o projeto original da Changan continua em evolução, com versões de caçamba alongada, opções a gasolina e até uma variante elétrica de autonomia estendida capaz de superar 1.000 km.
Uma estratégia que veio para ficar
O rebadge segue sendo uma ferramenta poderosa para marcas que buscam ampliar presença com rapidez e menor investimento.
Seja para testar novos segmentos, aproveitar parcerias globais ou reduzir custos, a prática mostrou que a identidade de um carro vai muito além do logotipo na grade.
Da Coreia à Romênia, da China ao Brasil, esses exemplos revelam que o mundo automotivo é cada vez mais interconectado — e que, por trás de um emblema familiar, pode existir uma longa história compartilhada de engenharia e estratégia.
Com informações de Auto Esporte.
Great article, thank you for sharing these insights! I’ve tested many methods for building backlinks, and what really worked for me was using AI-powered automation. With us, we can scale link building in a safe and efficient way. It’s amazing to see how much time this saves compared to manual outreach.