Mais de 400 trabalhadores morreram em canteiros de obrasde construção civil nos últimos anos em decorrência de choque elétrico, informa o relatório da Abracope
Um dos locais mais perigosos para acidentes por choque elétrico é o canteiro de obras. Segundo relatório da Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade), entre 2013 e 2020, 446 profissionais da construção civil (pedreiros e ajudantes) perderam suas vidas em acidentes dessa natureza.
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Isso acontece porque muitas construções não atendem aos requisitos mínimos de segurança estipulados pelas normas vigentes no Brasil. São as famosas “gambiarras” que colocam em risco a vida desses profissionais, seja por um conformismo do tipo “isso nunca vai acontecer comigo” ou mesmo por economia com equipamentos de segurança.
Para o engenheiro eletricista Fábio Amaral, diretor da Engerey Painéis Elétricos, existem algumas medidas simples e não muito “caras” que podem ser tomadas em qualquer canteiro de obras para que o risco de um choque elétrico seja minimizado.
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A principal causa de mortes por choques elétricos em obras de construção civil
A principal delas é a utilização de um quadro de tomadas para canteiros de obras. Ele fornece a segurança necessária para que os profissionais possam trabalhar com tranquilidade, pois é feito dentro das normas de segurança estabelecidas pela lei e possui dispositivos que evitam a grande maioria dos tipos de acidentes.
Estes painéis têm a proteção feita por disjuntores que “desarmam” a qualquer indício de sobrecarga ou curto circuito. Ainda, eles podem ter o acréscimo de mais dispositivos que aumentam a segurança, como o DR (Diferencial Residual) e o DPS (Dispositivo de Proteção contra Surtos), que conduzem ao sistema de aterramento surtos causados por sobretensões.
“Na Engerey, por exemplo, todos os quadros de tomadas atendem às normas regulamentadoras NR10, NR12 e NR18, que determinam a segurança em serviços e instalações elétricas”, diz Fábio Amaral.
Chega de gambiarra
A empresa fornece vários tipos de painéis que podem ser utilizados em grandes obras ou mesmo por profissionais autônomos que prestem serviços de reparos. Existem, ainda, os compactos, com alças e rodinhas que facilitam o transporte e que são facilmente instalados.
Com cerca de 7 quilos e dimensões de 40x30x20 centímetros, eles possuem três tomadas industriais de 220V, sendo duas bifásicas de 16 A e uma trifásica de 32 A, e quatro tomadas NBR 1413, duas de 110 volts e duas de 220. É a escolha ideal para profissionais que se deslocam entre várias obras.
Mesmo com todas essas facilidades, Fábio Amaral diz que a parte mais complicada é mudar a mentalidade dos profissionais. Mesmo com a exigência da lei, muitos deles preferem contar com a sorte ao invés de investir um pouco mais em segurança.
“Às vezes precisamos de um reparo pontual em casa e o profissional faz uma bagunça para ligar seus equipamentos, como serras, furadeiras ou mesmo uma betoneira, o que, além de comprometer a rede elétrica da casa, pode causar um acidente de maiores proporções”, ressalta o diretor da Engerey.
Essa foi uma das razões da campanha lançada pela Engerey com o slogan “Chega de gambiarra”. Um acidente gerado por sobrecarga elétrica em canteiro de obras pode, além de custar a vida dos profissionais, ocasionar um incêndio de proporções gigantescas.
“Com um quadro de tomadas, além dos riscos com segurança, os equipamentos terão uma vida útil maior e risco de queima minimizado. No fim das contas, esse investimento gera economias”, reforça o engenheiro.