De promessa de ‘cometa do século’ a uma misteriosa desintegração, entenda o que a ciência descobriu sobre o C/2019 Y4 (ATLAS) e por que ele gerou tantas teorias.
O cometa 3I/Atlas, mais conhecido pela sua designação oficial C/2019 Y4 (ATLAS), protagonizou um dos eventos astronômicos mais acompanhados e debatidos dos últimos anos. Descoberto no final de 2019, o objeto celeste rapidamente capturou a imaginação do público e de especialistas com a promessa de se tornar um espetáculo visível a olho nu. Contudo, sua trajetória foi marcada por reviravoltas que alimentaram tanto a análise científica quanto teorias especulativas, amplamente discutidas em canais como o Fatos Desconhecidos.
O que começou como uma grande expectativa astronômica terminou em um fenômeno de desintegração que, em vez de decepcionar, abriu uma nova janela de conhecimento para os cientistas. A história do 3I/Atlas é um exemplo perfeito de como a natureza imprevisível do cosmos desafia nossas previsões e, ao mesmo tempo, nos fornece dados valiosos sobre a composição e o comportamento de corpos gelados que viajam pelo nosso Sistema Solar.
A descoberta e a promessa de um espetáculo
O cometa foi identificado pela primeira vez em 28 de dezembro de 2019 pelo sistema de levantamento astronômico ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System), no Havaí. Inicialmente, era apenas um ponto tênue nos céus, mas as projeções de sua órbita indicavam que ele faria uma passagem muito próxima do Sol em maio de 2020. Essa proximidade com nossa estrela tinha o potencial de aquecer drasticamente seu núcleo de gelo e rocha, liberando uma vasta quantidade de gás e poeira — um processo que o tornaria excepcionalmente brilhante.
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As previsões iniciais eram tão otimistas que muitos astrônomos o apelidaram de “o cometa do século”. A expectativa era que o 3I/Atlas pudesse atingir uma magnitude visual comparável à do planeta Vênus, o que o tornaria facilmente visível no céu noturno sem a necessidade de telescópios. Essa promessa mobilizou observadores amadores e profissionais em todo o mundo, todos ansiosos para testemunhar um evento que não acontecia com tanta intensidade há décadas. A comunidade científica, por sua vez, preparou seus instrumentos para estudar em detalhes sua composição e comportamento.
Por que o cometa 3I/Atlas se fragmentou?
No início de abril de 2020, a empolgação começou a dar lugar à confusão. Em vez de continuar seu aumento de brilho exponencial, o cometa estagnou e, em seguida, começou a escurecer. Observações mais detalhadas logo revelaram o motivo: o núcleo do 3I/Atlas havia se partido. O que antes era um único corpo sólido agora era um conjunto de fragmentos menores se afastando lentamente uns dos outros. A confirmação final veio de imagens capturadas pelo Telescópio Espacial Hubble, que mostrou claramente múltiplos pedaços onde antes havia um núcleo coeso.
A causa mais provável para essa desintegração foi o estresse térmico. À medida que se aproximava do Sol, o calor intenso começou a sublimar (transformar de sólido para gasoso) os gelos voláteis em seu interior de forma irregular. Essa atividade de desgaseificação pode ter sido tão violenta que a estrutura frágil do núcleo não resistiu, quebrando-se sob a própria pressão interna. Os cientistas acreditam que o C/2019 Y4 (ATLAS) era, provavelmente, um fragmento de um cometa muito maior que passou pelo Sistema Solar há cerca de 5.000 anos, o que explicaria sua natureza estruturalmente mais frágil.
Anomalias ou características mal interpretadas?
A súbita mudança no destino do cometa abriu espaço para inúmeras teorias, como destacado por fontes como Fatos Desconhecidos. Uma das “anomalias” discutidas foi a sua cor esverdeada. No entanto, essa coloração é comum em cometas e se deve à presença de moléculas como o cianogênio (CN) e o carbono diatômico (C₂). Quando essas moléculas são expostas à radiação ultravioleta do Sol, elas emitem uma luz predominantemente verde, formando a “coma” ou atmosfera ao redor do núcleo. Portanto, a cor não era um mistério, mas sim uma assinatura química esperada.
Outro ponto de debate foi sua trajetória e velocidade. Alguns especularam que o objeto teria realizado manobras, mas a ciência explica que a aceleração de cometas ao se aproximarem do Sol é um efeito natural da gravidade. Além disso, a liberação de jatos de gás de seu núcleo funciona como pequenos propulsores, causando leves desvios em sua rota — um fenômeno conhecido como “forças não gravitacionais”. A análise de sua composição também não revelou nada de extraordinário; era um corpo rico em gelo e poeira, consistente com outros cometas de longo período originários da Nuvem de Oort.
A saga do 3I/Atlas foi uma jornada da expectativa à análise científica. Embora não tenha entregado o espetáculo visual prometido, seu colapso ofereceu uma oportunidade rara para estudar de perto a morte de um cometa, fornecendo dados cruciais sobre a resiliência e a composição desses viajantes cósmicos.
Você acompanhou a história do cometa ATLAS em 2020? O que você achou das teorias que surgiram na época e do seu desfecho inesperado? Deixe sua opinião nos comentários, queremos saber como você viu esse fascinante evento astronômico.