Gabrielle White fez história ao se tornar a primeira mulher a concluir a prova mais extrema do exército americano, superando 102 homens em 72 horas.
Gabrielle White não pediu permissão para fazer história. Quando decidiu competir na mais temida prova do exército americano, ela sabia que o desafio ia muito além da força física. Era também uma questão de representatividade, resistência mental e quebra de paradigmas.
Na edição de 2025 da Best Ranger Competition, White se tornou a primeira mulher a concluir a prova, superando limites que por décadas foram considerados intransponíveis para uma figura feminina no ambiente militar.
O que é a Best Ranger Competition?
A Best Ranger Competition não é apenas um teste de resistência — é um verdadeiro campo de guerra simulado.
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Realizada anualmente na base de Fort Benning, na Geórgia, a competição reúne militares da elite do exército americano em uma sequência de provas extenuantes que duram 72 horas, com mínimo descanso.
Durante três dias, os participantes enfrentam desafios como:
- Navegação terrestre e aquática;
- Corridas com mochilas de combate;
- Disparos de alta precisão;
- Saltos de helicóptero;
- Circuitos de obstáculos extremos.
Dos 52 pares que iniciaram a competição em 2025, apenas 16 concluíram. Gabrielle White e seu parceiro, o Capitão Seth Deltenre, terminaram em 14º lugar — uma façanha que superou diversas duplas masculinas.
A única mulher entre mais de 100 competidores
White foi a única mulher entre os 103 participantes nesta edição. Mesmo diante de um ambiente historicamente masculino e repleto de estigmas, ela não só participou — como chegou até o fim.
Sua conquista é simbólica, pois representa o avanço das mulheres em funções de alto risco dentro do exército americano.
Mesmo com a magnitude do feito, o Exército dos EUA não emitiu nenhuma nota oficial reconhecendo a conquista de White.
O silêncio institucional levantou críticas da mídia e reacendeu discussões sobre o reconhecimento das mulheres em áreas tradicionalmente dominadas por homens.
Um marco possível após mudanças recentes
O avanço de Gabrielle White não aconteceu por acaso. Em 2015, o Departamento de Defesa autorizou oficialmente a participação feminina em funções de combate.
A partir daí, escolas de elite como a Ranger School passaram a aceitar mulheres. White se formou nessa escola em 2022, abrindo caminho para seu feito atual.
Apesar das conquistas, ainda há resistências. Políticos e ex-militares, como o ex-secretário de Defesa Pete Hegseth, continuam a manifestar opiniões contrárias à presença feminina em combate, afirmando que isso “complica o campo de batalha”.
Gabrielle White: exemplo dentro e fora da farda
Hoje, White atua como oficial de infantaria no 3º Batalhão do 81º Regimento Blindado. Ela já recebeu condecorações como a Medalha de Defesa Nacional, a Medalha de Serviço na Guerra ao Terrorismo e o distintivo Ranger.
Sua trajetória é a prova de que a coragem não tem gênero. Gabrielle White não representa apenas uma vitória pessoal — ela é o reflexo de uma transformação lenta, porém real, dentro do exército americano e da sociedade como um todo.