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15% de indústrias fabricantes de aparelhos como celular, notebooks e televisão interromperam parte da produção por falta de chips

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 02/02/2022 às 16:06
chips - produção - indústrias
Foto: reprodução google imagens

A falta de chips para cumprir a demanda das indústrias de eletrônicos está afetando a produção no Brasil

A escassez mundial de chips está há algum tempo obrigando indústrias de aparelhos eletrônicos no Brasil a fazerem paralisações parciais em sua produção. No último mês, 15% dos fabricantes de aparelhos como celular, notebook e televisão, precisaram realizar a interrupção de parte da produção por falta de componentes eletrônicos.

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De acordo com uma pesquisa feita pela Abinee (a associação que representa o setor) e revelada no mês passado, esse número corresponde ao maior percentual de paradas forçadas desde que a associação começou a questionar todo mês os seus associados acerca dos impactos da crise de abastecimento de chips e outros componentes.

Além disso, ao considerar que outras 36% das empresas registraram atrasos de produção ou de entregas devido à escassez de chips e componentes eletrônicos, pode-se dizer que metade das indústrias teve o seu funcionamento afetado no mês de dezembro, ocasionado pelo abastecimento do insumo que não cumpria a demanda.

Sete de cada dez indústrias de aparelhos eletrônicos que usam semicondutores na produção, ou seja, 73% delas, estão com dificuldade para encontrar os chips no mercado. Metade desse numero espera que, até o fim de 2022, o fornecimento dos insumos seja regularizado.

Já no caso das montadoras, a falta de chips semicondutores se mostrou o maior gargalo de produção nas linhas de aparelhos eletroeletrônicos. Entretanto, diferente de 2021, em que as montadoras precisaram parar totalmente sua produção em diversas ocasiões, até o momento isso ainda não se mostrou necessário para nenhuma empresa do segmento.

Consequências da ausência de chips

Segundo a pesquisa da Abinee, 26% das indústrias da indústria de aparelhos eletroeletrônicos estão atualmente com estoques de componentes e matérias-primas menores que o normal. Além disso, 76% das companhias ainda mencionaram a pressão mais alta que a usual dos custos dos materiais, que atinge o segmento de forma mais ampla.

A pesquisa da Abinee também informa sobre as dificuldades de 35% das empresas em obter a liberação de cargas importadas devido à operação-padrão dos auditores da Receita. Os fiscais estão retardando o processo de desembaraço nos portos, pois o bônus por desempenho que era pago a esses trabalhadores voltou a vigorar, tendo como resultado o agravamento de atrasos de produção em um setor de indústrias altamente dependente de componentes importados.

A associação declarou também que a desorganização que a pandemia da Covid-19 causou nas cadeias de produção continuará demandando atenção em 2022, considerando que a falta de chips semicondutores e de outros componentes não tem previsão para ser solucionada. Somado a isso, ainda há os desafios de logística, como fretes caros e dificuldades para reservar tanto contêineres quanto espaço em cargueiros.

Apesar dos empecilhos, a maioria do fabricantes ainda aponta otimismo quanto ao crescimento das vendas neste ano. Segundo a pesquisa realizada pela Abinee em novembro, 69% das empresas esperavam fazer mais negócios em 2022 do que em 2021; agora, 67% deles mantém essa previsão.

Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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