A falta de chips para cumprir a demanda das indústrias de eletrônicos está afetando a produção no Brasil
A escassez mundial de chips está há algum tempo obrigando indústrias de aparelhos eletrônicos no Brasil a fazerem paralisações parciais em sua produção. No último mês, 15% dos fabricantes de aparelhos como celular, notebook e televisão, precisaram realizar a interrupção de parte da produção por falta de componentes eletrônicos.
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De acordo com uma pesquisa feita pela Abinee (a associação que representa o setor) e revelada no mês passado, esse número corresponde ao maior percentual de paradas forçadas desde que a associação começou a questionar todo mês os seus associados acerca dos impactos da crise de abastecimento de chips e outros componentes.
Além disso, ao considerar que outras 36% das empresas registraram atrasos de produção ou de entregas devido à escassez de chips e componentes eletrônicos, pode-se dizer que metade das indústrias teve o seu funcionamento afetado no mês de dezembro, ocasionado pelo abastecimento do insumo que não cumpria a demanda.
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Sete de cada dez indústrias de aparelhos eletrônicos que usam semicondutores na produção, ou seja, 73% delas, estão com dificuldade para encontrar os chips no mercado. Metade desse numero espera que, até o fim de 2022, o fornecimento dos insumos seja regularizado.
Já no caso das montadoras, a falta de chips semicondutores se mostrou o maior gargalo de produção nas linhas de aparelhos eletroeletrônicos. Entretanto, diferente de 2021, em que as montadoras precisaram parar totalmente sua produção em diversas ocasiões, até o momento isso ainda não se mostrou necessário para nenhuma empresa do segmento.
Consequências da ausência de chips
Segundo a pesquisa da Abinee, 26% das indústrias da indústria de aparelhos eletroeletrônicos estão atualmente com estoques de componentes e matérias-primas menores que o normal. Além disso, 76% das companhias ainda mencionaram a pressão mais alta que a usual dos custos dos materiais, que atinge o segmento de forma mais ampla.
A pesquisa da Abinee também informa sobre as dificuldades de 35% das empresas em obter a liberação de cargas importadas devido à operação-padrão dos auditores da Receita. Os fiscais estão retardando o processo de desembaraço nos portos, pois o bônus por desempenho que era pago a esses trabalhadores voltou a vigorar, tendo como resultado o agravamento de atrasos de produção em um setor de indústrias altamente dependente de componentes importados.
A associação declarou também que a desorganização que a pandemia da Covid-19 causou nas cadeias de produção continuará demandando atenção em 2022, considerando que a falta de chips semicondutores e de outros componentes não tem previsão para ser solucionada. Somado a isso, ainda há os desafios de logística, como fretes caros e dificuldades para reservar tanto contêineres quanto espaço em cargueiros.
Apesar dos empecilhos, a maioria do fabricantes ainda aponta otimismo quanto ao crescimento das vendas neste ano. Segundo a pesquisa realizada pela Abinee em novembro, 69% das empresas esperavam fazer mais negócios em 2022 do que em 2021; agora, 67% deles mantém essa previsão.