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Vulcão com lava “fria” e preta, o mais bizarro do mundo, está afundando no solo – um fenômeno inexplicável!

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 21/08/2024 às 09:10
Vulcão com lava fria e preta, o mais bizarro do mundo, está afundando no solo – um fenômeno inexplicável!
Foto: DALL-E

Este vulcão único na Tanzânia libera lava fria e está afundando lentamente, intrigando cientistas e desafiando nossas percepções sobre os fenômenos vulcânicos.

No nordeste da Tanzânia, em meio ao deslumbrante Vale do Rifte, encontra-se o Ol Doinyo Lengai, um vulcão que desafia a compreensão tradicional das forças da natureza. Conhecido como o vulcão mais bizarro do mundo, ele expele uma lava negra e “fria”, com temperaturas bem abaixo do que se espera de um vulcão comum. Este fenômeno natural singular tem despertado o interesse de cientistas e aventureiros, intrigando o mundo com suas peculiaridades. Continue lendo para conhecer as peculiaridades desse vulcão com lava fria.

A lava fria do Ol Doinyo Lengai

Quando pensamos em vulcões, a imagem que normalmente vem à mente é a de rios incandescentes de lava vermelha ou laranja, fluindo a temperaturas que superam os 900°C. No entanto, o vulcão Ol Doinyo Lengai, que se ergue imponente a 2.962 metros de altitude, desafia essa imagem clássica. Ele é o único vulcão conhecido na Terra a exalar magma carbonatítico, um tipo de lava rica em carbonatos, como cálcio e sódio, mas pobre em sílica.

Essa lava, ao contrário da maioria, atinge uma temperatura de apenas 540°C, o que a torna a lava mais fria do mundo. Sua aparência é igualmente incomum: quando o magma é expelido do vulcão, ele tem a consistência de um líquido negro, lembrando óleo de motor escorrendo pela encosta. À medida que a lava esfria, ela muda de cor, passando do preto ao branco, criando um cenário tão impressionante quanto peculiar.

As peculiaridades do vulcão mais bizarro do mundo

As peculiaridades do vulcão Ol Doinyo Lengai não se limitam à sua lava. Um estudo recente, publicado na revista Geophysical Research Letters, revelou um fenômeno igualmente estranho: o vulcão está afundando. Segundo os cientistas, o Ol Doinyo Lengai tem diminuído de altura de forma gradual ao longo da última década, com a montanha perdendo cerca de 3,6 centímetros por ano. No total, entre 2013 e 2023, o vulcão encolheu 36 centímetros.

Esse afundamento está diretamente relacionado a um reservatório de magma localizado a cerca de mil metros abaixo do vulcão. Este reservatório, que alimenta as erupções do Ol Doinyo Lengai, parece estar se esvaziando, levando à subsidência da montanha. A razão exata para o esvaziamento do reservatório ainda é um mistério para os cientistas. Uma teoria sugere que ele poderia estar conectado a outro reservatório mais profundo, localizado a mais de três mil metros abaixo da superfície.

Tecnologia a serviço da ciência: monitorando o afundamento

Para mapear o afundamento do vulcão com lava fria, os pesquisadores utilizaram dados obtidos por satélites, especificamente o Sentinel-1 e o Cosmo-SkyMed. Essas ferramentas permitiram observar mudanças sutis no solo ao redor do vulcão, identificando que uma área ao lado da cratera norte estava se afastando do satélite a uma taxa constante.

Curiosamente, o vulcão mais bizarro do mundo não apresentava sinais de afundamento antes de 2007, quando uma poderosa erupção abriu uma segunda cratera, conhecida como cratera norte, a cerca de 100 metros dentro do vulcão. A partir de então, até meados de 2008, o Ol Doinyo Lengai passou por uma série de erupções, marcando o início do processo de subsidência que continua até hoje.

Além do afundamento, o Ol Doinyo Lengai apresenta outras características preocupantes. Uma fissura de 100 metros, localizada no canto oeste do vulcão, está cheia de lava e pode crescer a cada nova erupção. Esses sinais indicam que o vulcão requer monitoramento constante para prevenir possíveis desastres naturais que possam afetar as comunidades ao redor.

O que esperar do vulcão com lava fria?

O vulcão mais bizarro do mundo continua a intrigar cientistas e observadores. Enquanto o processo de afundamento do Ol Doinyo Lengai levanta questões sobre a estabilidade da montanha, o comportamento de sua lava carbonatítica também oferece um campo fértil para pesquisas. A lava fria, mais fluida e menos viscosa do que a lava tradicional, pode fornecer novos insights sobre a dinâmica dos vulcões e suas interações com a crosta terrestre.

A necessidade de monitorar o vulcão com lava fria se torna ainda mais urgente à medida que se acumulam evidências de mudanças em sua estrutura interna. A combinação de alta tecnologia e pesquisa científica é fundamental para entender os riscos e as possibilidades que o Ol Doinyo Lengai representa, não apenas para a Tanzânia, mas para o estudo global dos vulcões.

O Ol Doinyo Lengai é uma maravilha geológica que nos desafia a repensar nossas ideias sobre a natureza. Sua lava fria e o fenômeno de afundamento o colocam em uma categoria própria, destacando-o como um dos fenômenos naturais mais intrigantes e, ao mesmo tempo, mais incomuns do planeta.

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Débora Araújo

Escrevo sobre energias renováveis, automóveis, ciência e tecnologia, indústria e as principais tendências do mercado de trabalho. Com um olhar atento às evoluções globais e atualizações diárias, dedico-me a compartilhar sempre informações relevantes.

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