Você já imaginou como seria o mundo se, há 100 anos, os carros elétricos tivessem dominado o mercado automotivo? Pois é, essa realidade esteve muito próxima de acontecer! No início do século 20, os carros elétricos eram mais populares do que os modelos a gasolina.
Porém, um simples motor elétrico, daqueles usados para abrir e fechar gavetas de caixas registradoras, foi responsável por mudar essa história para sempre. Mas como um dispositivo tão banal pode ter impactado uma indústria inteira? Continue lendo para descobrir como essa história se desenrolou e como ela moldou o futuro dos automóveis.
A ascensão dos carros elétricos no início do século 20
No ano de 1900, os veículos elétricos representavam cerca de 38% da frota americana, o que mostra a popularidade dessas máquinas que não emitiam gases nocivos e eram fáceis de manusear.
As mulheres, especialmente, preferiam os carros elétricos, pois não deixavam o odor de gasolina impregnado nas roupas. Além disso, os elétricos não exigiam força física para dar partida, ao contrário dos modelos a gasolina, que precisavam de uma manivela para ligar o motor.
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Naquela época, os veículos a vapor e híbridos também tinham uma fatia do mercado, mas a maioria das pessoas que optavam por carros movidos a gasolina o fazia por um motivo simples: era mais barato.
Embora a gasolina fosse mais acessível, dar partida em um carro a combustão antes de 1912 não era tarefa fácil. Era necessário ter braços fortes e, mais importante, técnica.
A manivela utilizada para ligar o motor muitas vezes causava acidentes graves e até fatais, pois podia girar no sentido contrário com força suficiente para causar fraturas.
A invenção que mudou tudo: a partida elétrica
O início do fim para os carros elétricos começou com uma preocupação de Henry Leland, fundador da Cadillac e Lincoln. Indignado com os acidentes causados pela manivela, Leland desafiou seus engenheiros a criar um método mais seguro e eficiente de dar partida nos carros a combustão.
E foi aí que um pequeno motor, usado originalmente em caixas registradoras, entrou em cena. Charles Kettering, um engenheiro talentoso, foi quem descobriu o potencial do motorzinho usado nas caixas registradoras da NCR (National Cash Register).
Kettering, que mais tarde fundaria a Delco (Dayton Engineering Laboratories Company), teve a ideia de adaptar esse motor para dar partida nos motores a combustão. Em 1912, o Cadillac Modelo 30 foi lançado com a primeira partida elétrica da história, sem a necessidade de uma manivela.
O declínio dos carros elétricos e a ascensão da combustão interna
O sucesso do Cadillac Self Starter foi imediato. As vendas dobraram, e a partida elétrica rapidamente se tornou o padrão na indústria automotiva. Em contraste, os carros elétricos, que atingiram seu auge em 1912 com cerca de 40 mil unidades, começaram a perder popularidade.
A chegada do Ford T com partida elétrica em 1919 selou o destino dos carros elétricos. O Modelo T sem manivela era vendido por menos de 300 dólares (cerca de 4.700 dólares hoje), enquanto os carros elétricos eram quase dez vezes mais caros.
Outro fator crucial para o declínio dos elétricos foi a expansão da infraestrutura rodoviária. À medida que mais estradas asfaltadas conectavam as cidades, a capacidade dos carros a gasolina de percorrer longas distâncias com mais rapidez e facilidade se tornou um grande atrativo.
A gasolina também era mais barata e mais rápida de reabastecer, em comparação com o tempo necessário para recarregar as pesadas baterias de chumbo dos veículos elétricos.
O tímido retorno dos elétricos e o futuro promissor
Após décadas no esquecimento, os carros elétricos começaram a retornar timidamente na década de 1990, principalmente devido às rigorosas leis ambientais na Califórnia. O EV1 da General Motors foi um dos primeiros a surgir, mas enfrentou dificuldades no mercado e foi retirado de circulação.
Hoje, com baterias mais eficientes, mais leves e tecnologias avançadas, os carros elétricos estão finalmente encontrando seu lugar no mercado global. A China, em particular, está liderando esse movimento, investindo pesado em veículos elétricos como parte de sua estratégia ambiental e econômica.
O legado da manivela ainda resistiu até 1998, curiosamente, no Lada Niva, onde uma chave de roda podia ser usada para acionar o motor em emergências. Mas, ao que tudo indica, os carros elétricos estão de volta para ficar, dessa vez, talvez para sempre. Isso porque montadoras como BYD, Toyota, Volkswagen e tantas outras, enxergam neste veículo o futuro de suas marcas.
Será que os carros elétricos finalmente dominarão o mercado ou novamente o preço impedirá sua expansão? Comente abaixo o que você acha do futuro dos veículos elétricos! Até a próxima!