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O começo é lento, mas quando você atinge R$ 100 mil, os rendimentos finalmente começam a trabalhar por você
Juntar R$ 1 milhão parece impossível para muitos. Mas, como mostrou Bruno Perini, um dos influenciadores de finanças mais respeitados do Brasil, a parte mais complicada não é o último passo. É o primeiro grande marco: os R$ 100 mil iniciais.
A parte mais difícil do caminho
Bruno explica por que chegar aos primeiros R$ 100 mil é mais difícil do que parece. Ele lembra que, embora esse valor represente apenas 10% de um milhão, alcançar essa quantia exige esforço maior do que parece proporcionalmente.
Segundo ele, os R$ 100 mil equivalem a cerca de um terço do caminho até o milhão. Isso porque o início da jornada é feito quase todo com base em aportes.
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Ou seja, o que leva o investidor até esse ponto é principalmente o dinheiro que ele investe mês a mês, não o rendimento do investimento.
“Quase tudo é aporte”, destaca Bruno. A rentabilidade no início tem pouco peso. Isso acontece porque a maior parte dos aportes ainda não teve tempo de render.
Rentabilidade tem pouco impacto no começo
Bruno usa um exemplo simples. Se alguém investe R$ 10 mil ao longo de um ano, com a Selic a 10%, o rendimento não será de 10% sobre todo o valor.
O primeiro aporte, feito em janeiro, terá os 12 meses de rendimento. Mas o valor investido em fevereiro rende por 11 meses. E assim por diante.
O último aporte do ano, feito em dezembro, não teve sequer um mês para render. Por isso, o impacto da taxa de juros é pequeno no início.
É por isso que os primeiros R$ 100 mil dependem muito mais do esforço e da disciplina do investidor do que do mercado. É preciso manter a constância, mesmo que os rendimentos pareçam pequenos.
A virada acontece depois dos R$ 100 mil
Depois desse marco, tudo muda. Bruno explica que, se uma pessoa tem R$ 100 mil investidos e continua aportando R$ 1.000 por mês, a rentabilidade pode começar a ultrapassar o valor do próprio aporte mensal.
Se o rendimento for de 10% ao ano, os R$ 100 mil vão gerar R$ 10 mil de lucro em um ano. Isso significa que só o rendimento já será maior que os R$ 1.000 investidos mensalmente, que totalizam R$ 12 mil no ano.
Essa virada é importante. O esforço continua, mas o investidor começa a perceber os frutos do trabalho. Mesmo que ele pare de investir, o dinheiro já começa a crescer por conta própria.
A zona de arrebentação do investidor
Bruno compara os R$ 100 mil com uma “zona de arrebentação”. É a parte mais difícil, onde é preciso remar contra a corrente. Depois disso, a corrente começa a ajudar.
O efeito composto começa a agir com mais força. A rentabilidade ganha mais peso. E os próximos R$ 100 mil virão mais rápido, mesmo sendo a mesma distância nominal.
Ele afirma que, após esse ponto, o investidor já tem mais conhecimento, disciplina e comete menos erros. É natural também que a renda aumente com o tempo, já que uma pessoa com 30 anos, em geral, ganha mais do que ganhava aos 20.
Um marco que parece pequeno, mas é gigante
Bruno destaca que o valor de R$ 1 milhão pode parecer distante e, por isso, desmotivar. Já os R$ 100 mil parecem mais acessíveis.
E, de fato, são. Mas isso não quer dizer que sejam fáceis. Muito pelo contrário. Por isso, ele reforça que esse marco deve ser tratado como uma grande conquista.
Mais do que isso, é um ponto de virada. Depois dele, tudo tende a ficar mais fácil, mais rápido e mais previsível.
O recado final de Bruno é claro: o começo é duro, mas vale a pena. Alcançar os primeiros R$ 100 mil exige esforço, disciplina e paciência. Mas é esse esforço que constrói a base para tudo que vem depois.
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