Conheça os equívocos mais frequentes na língua portuguesa que podem comprometer a clareza e a credibilidade de sua comunicação, mesmo sem que você perceba. Entenda como identificá-los e evitá-los de forma prática.
Erros gramaticais fazem parte da rotina de milhões de brasileiros, mesmo entre aqueles que dominam bem o idioma.
Presentes tanto na fala quanto na escrita, essas falhas são tão recorrentes que muitas vezes passam despercebidas, especialmente em contextos informais como redes sociais, conversas por mensagens instantâneas ou diálogos cotidianos.
No entanto, mesmo quando não comprometem o entendimento da mensagem, esses deslizes podem prejudicar a credibilidade do emissor e gerar interpretações equivocadas, principalmente em situações formais ou profissionais.
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A familiaridade com a norma culta do português é um diferencial importante na vida acadêmica, no mercado de trabalho e em ambientes institucionais.
Apesar disso, cinco erros gramaticais continuam aparecendo com frequência nas mais diversas situações, inclusive em textos jornalísticos, e-mails corporativos, trabalhos escolares e apresentações públicas.
Erros gramaticais mais comuns no português do Brasil
Entre as falhas mais comuns, destacam-se equívocos relacionados à crase, concordância, pronomes, palavras homônimas e colocação pronominal.
Esses erros se repetem por diversos motivos, como a influência da oralidade, a falta de leitura regular e o desconhecimento das normas gramaticais.
1. Uso indevido da crase
A crase ocorre quando há a fusão da preposição “a” com o artigo definido feminino “a”, formando “à”.
Apesar de parecer simples, a aplicação correta desse acento grave ainda gera dúvidas.
Muitos utilizam a crase antes de palavras masculinas, o que é incorreto, como em “fui à mercado”.
Outros omitem o uso quando ele é exigido, como em “vou à escola”.
O erro se intensifica em expressões com palavras femininas que exigem obrigatoriamente a preposição, como “à medida que” e “à tarde”.
2. Concordância verbal e nominal mal aplicada
As falhas de concordância estão entre os desvios mais perceptíveis, tanto na escrita quanto na fala.
Elas ocorrem quando há desacordo entre sujeito e verbo (concordância verbal) ou entre substantivos e adjetivos (concordância nominal).
Exemplos típicos incluem “os aluno chegou” ou “as casa bonita”.
O problema se agrava em frases mais complexas, nas quais o sujeito é composto ou há termos intercalados entre sujeito e verbo.
3. Emprego equivocado de pronomes
O uso incorreto de pronomes pessoais, possessivos ou demonstrativos compromete a clareza da mensagem e pode gerar ambiguidade.
Uma das formas mais recorrentes desse erro está na substituição de “eu” por “mim” em construções que exigem sujeito, como em “para mim fazer o trabalho”, quando o correto é “para eu fazer o trabalho”.
Em outros casos, há troca de pronomes demonstrativos como “esse” e “aquele”, alterando o sentido pretendido.
4. Confusão entre palavras homônimas
Homônimos são palavras que possuem a mesma pronúncia, mas significados diferentes e, em alguns casos, grafias distintas.
Um erro comum é a troca entre “sessão” (período de tempo), “seção” (divisão de algo) e “cessão” (ato de ceder).
Outro exemplo frequente é a confusão entre “descrição” (ato de descrever) e “discrição” (reserva, sigilo).
A substituição indevida dessas palavras pode mudar completamente o significado de uma frase ou tornar o texto incoerente.
5. Colocação pronominal incorreta
A posição dos pronomes oblíquos átonos — como “me”, “te”, “se”, “o”, “a” — é frequentemente negligenciada.
A norma culta prevê regras específicas de colocação, divididas entre próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) e mesóclise (no meio do verbo).
Em frases como “me empresta um livro?”, o adequado seria “empresta-me um livro?”, especialmente em contextos formais.
Embora a flexibilidade seja maior na fala cotidiana, o uso correto dos pronomes reforça a clareza e a formalidade da comunicação.
Por que os erros gramaticais persistem no cotidiano?
A principal razão para a persistência desses erros gramaticais está na predominância da linguagem oral sobre a escrita no cotidiano brasileiro.
A fala, mais espontânea e informal, influencia a construção de frases escritas, levando à repetição de estruturas incorretas.
Além disso, a diversidade regional do português falado no Brasil contribui para a aceitação de certas formas consideradas inadequadas pela gramática normativa.
Outro fator relevante é a rapidez da comunicação digital, que muitas vezes prioriza a velocidade em detrimento da correção linguística.
Estratégias para evitar erros gramaticais na comunicação escrita
Algumas práticas simples podem ajudar a reduzir significativamente a incidência desses equívocos.
O hábito da leitura regular de textos bem escritos, como livros, jornais e revistas, é um dos caminhos mais eficazes para internalizar as regras gramaticais.
Revisar mensagens antes de enviá-las, especialmente em ambientes profissionais ou acadêmicos, também é essencial.
Consultar fontes confiáveis — como dicionários e gramáticas atualizadas — sempre que surgir dúvida é uma atitude recomendada.
Outro método eficaz é a prática constante da escrita.
Produzir textos com regularidade favorece o domínio da língua, melhora a fluidez e permite o reconhecimento de padrões corretos.
Quando possível, buscar orientação com professores de português ou profissionais da área linguística pode esclarecer pontos específicos da norma padrão.
Dominar a norma culta influencia diretamente na forma como alguém é percebido em contextos profissionais e sociais.
Saber evitar os erros gramaticais mais comuns pode ser um diferencial competitivo e um sinal de atenção aos detalhes.
Você costuma revisar seus textos antes de publicar ou enviar? Já cometeu algum desses erros sem perceber?